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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

IDE - A Religião e a Igreja

A RELIGIÃO E A IGREJA

Reflexão elaborada pelo educador Glauco César



         
Umas das coisas mais dificultosas que tenho percebido em meus alunos no ambiente escolar se dá quando peço ao educando para definir determinados termos, os mais corriqueiros, como ‘história’, ‘terra’, ‘geografia’ e, assim por diante!
A dificuldade tem sido enorme! Por certo o aluno até tenha um determinado entendimento sobre o termo proposto, só não sabe é definir com exatidão.
Tenho percebido também, que quando o termo fica claramente perceptível ao entendimento do aprendiz, gera uma intimidade que induz o aluno a corresponder melhor ao aprendizado.
Creio mesmo que não é diferente quando o assunto tem haver com espiritualidade!
Quantos atropelos existem ao se tentar definir termos como ‘religião’, ‘denominação’, ‘igreja’ e outros vocábulos semelhantes!
Acho que se conseguirmos definir de forma racional, duas palavras, que para mim são essenciais no cristianismo, quais sejam; religião e igreja ajudarão muito no exercício relacional entre pessoas de crenças diferentes!
Com certeza, cada pessoa irá corresponder melhor ao propósito de Deus, destruindo as barreiras que insistem em permanecer entre as denominações, ferindo no ponto, a unidade proposta por Cristo!
O certo é que para definir religião, precisamos muito mais que um simples dicionário! O que quer dizer que, temos de interpretar o termo, não simplesmente no sentido restrito (stricto sensu) e, sim no sentido amplo (lato sensu).
Temos ciência que o termo religião vem do latim ‘religio’, e é provável derivar de ‘re + ligare’, denotando a ação de ligar, prender a, reforçada pelo prefixo iterativo re, com o sentido de 'movimento para trás'; 'repetição'; 'intensidade', 'reciprocidade'.
No entanto, essa definição quando tratada isoladamente, não nos ajuda muito, mas, quando unida às informações das Escrituras, ela ganha uma notoriedade absoluta!
Então, tomemos ciência do termo religião, no âmbito escriturístico, para extrair da Palavra de Deus sua notória competência!
Para tanto, precisamos reunir, de forma racional, o sentido amplo ao restrito!
Analisemos, então, desde o princípio quando Deus falou, através da pessoa do Seu Filho, o Verbo e, formou todas as coisas, incluindo nelas o homem! João 1: 1 – 3 e 14 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do foi feito se fez... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
Não existe nenhuma dúvida quanto à pessoa da trindade que falou para que tudo existisse, indubitavelmente, foi Cristo, o Filho Amado, o Cordeiro de Deus!
Quando Ele formou o homem do pó da terra, insuflando na criatura humana o fôlego de vida, dando-o animação, tornando desta forma numa alma vivente, esta alma foi criada sujeita à imortalidade, mas propensa à morte, a depender do uso que fizesse do sagrado livre arbítrio.
É certo que não encontramos em parte alguma na Revelação Divina, o termo ‘livre arbítrio’, contudo, divisamos sua presença nas entrelinhas da Palavra de Deus! Confirme então, em Gêneses 2: 16 e 17 “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás(grifo nosso).
O livre arbítrio, numa definição simplificada seria a capacidade inerente ao próprio homem, dada no princípio por Deus, para que o ser humano pudesse, de forma racional, decidir se aceitaria ou se recusaria a prerrogativa do Criador! Pelo menos esse é o entendimento que Moisés deixa transparecer no livro de Deuteronômio 30: 19 quando faz alusão ao pronunciamento de Deus! “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente.
Já numa definição mais específica, o livre arbítrio, na verdade é a capacidade que o homem tem de alegrar o paço celestial, uma vez que com o advento do pecado, Deus e os seres celestiais, continuaram entristecidos com a situação calamitosa da humanidade! A Bíblia, então, nos revela que “assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” Lucas 15: 7.
No entanto existe outro entendimento que, por certo, tem suas razões e, por isso mesmo deve ser cuidadosamente averiguado, para nossa melhor compreensão sobre o tema do livre arbítrio.
Nessa outra compreensão, o livre arbítrio, não foi dado em termos absolutos ao homem, pois, este não tem absoluta compreensão, nem universal entendimento das coisas espirituais!
Por isso, em um determinado momento, o homem, por falta de conhecimento, tomou uma determinada postura, contrária ao seu futuro eterno, como aconteceu com o ‘santo casal’, e continua acontecendo com cada ser humano!
Como Deus é amor, e não quer que ninguém pereça, e tem poder para tal, então limitou o livre arbítrio, a ponto de não prejudicar o ser humano, sendo assim, Deus não perderá nenhum filho humano, nem o humano a sua eternidade!
Como bem sabemos, Deus não leva em conta os tempos da ignorância” Atos 17:30, baseado nesse contexto, chega-se à conclusão que todos serão beneficiados por Deus e não perderão a eternidade!
Conforme esse entendimento, no final dos séculos de pecado, todos seriam, de fato, ‘um em Cristo Jesus’! Sendo assim, só haveria a classe dos remidos, e inexistiria a classe dos ímpios, bem como a segunda morte!
No entanto, esse entendimento esbarra em várias citações que apresentam no final da era de pecado, um grupo que viverá eternamente com Deus, e outro que, infelizmente, por conta de sua escolha consciente, se tornará em cinza cósmica, e será pisado pelos pés dos justificados!
Como então, coadunar a ideia de ímpios que morrerão, com o texto de que Deus não leva em conta o tempo de ignorância?
Simples. Os pecados cometidos de forma consciente são pecados que conduzem para a morte, e os pecados cometidos fora dessa abrangência de conscientização, Deus não leva em conta!
Você poderá estar se interpelando com o intuito de saber essa singela explicação, tem respaldo bíblico?
O apóstolo João, conhecido como o discípulo amado, faz referência a pecados para a morte, que são aqueles cometidos de forma consciente, e pecados que não são para tal! “Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda a iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte” I João 5: 16 e 17.
Essa compreensão bate em uníssono com o relato contido em Atos 17: 30 “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia, agora, a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”.
Como podemos observar os nossos pecados cometidos no tempo da ignorância, não são levados em conta por Deus, todavia, agora que não somos mais ignorantes, necessitamos de nos arrepender para ter direito à eternidade!
Pois bem, fazendo uso do sagrado livre arbítrio, o homem, por legítima escolha e de forma racional, prefere não acatar as benesses que Deus lhe oferecia e, em contraposição aceita as prerrogativas da ‘serpente’.
O interessante nessa escolha, é que o homem, naquele instante, opta por descrer na Palavra de Deus, para dar um voto de confiança nas palavras infundadas do ‘dragão’! Desta maneira, ele prefere desacreditar no Criador ao tempo que abonava todo intuito maléfico do Falsário!
Como resultado dessa escolha desastrosa, o homem procura fugir da presença de Deus, numa demonstração inequívoca de que ele não fora enganado, contudo não temeu as consequências que ele próprio sabia que viria!
Quando toda humanidade, nas pessoas de Adão e Eva, se apercebe da má escolha que fizera, praticamente, não deu crédito à promessa que o Senhor tinha feito ao casal, se porventura resolvessem tomar uma postura contrária à vontade do Criador!
Por ter certeza que desagradara o Onipotente, o par, então, tenciona fugir da presença do Senhor!
Durante a viração do dia, reiteradas vezes, o Senhor alertara que, no caso de tropeço do casal, este deveria estar seguro, pois ‘a mão do Senhor não estaria encolhida, para que não pudesse salvar; nem o seu ouvido agravado, para que não pudesse ouvir' Isaías 59: 1.
Esta informação do Criador deixa patenteado que o Plano da Redenção, já existia, mesmo antes dos tempos eternos! Portanto, Deus não foi pego de surpresa!  Isso denota, além de Sua onisciência, Sua justiça, misericórdia e amor!
Mesmo assim, a humanidade, agora descrente, prefere fugir da presença de Deus, por não mais nutrir confiança no mesmo, nem manter um relacionamento responsivo de amor!
Essa postura, agora legítima do homem, houvera sido predita pelo Senhor, “mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” Isaías 59: 2.
Como podemos perceber, ao pecar, o homem perde a vida eterna, assim, certamente, haveria de morrer. Contudo ‘a mão de Deus não estava encolhida para que não pudesse salvar’. Justo aí, entra em cena o projeto de Deus, conhecido pelo nome de religião, ou seja, a única via a ser trilhada pela humanidade para retornar a Deus e readquirir aquilo que ela perdeu ao pecar, a Vida Eterna!
Portanto, nesse entendimento, religião não pode ser o âmago doutrinário de uma denominação ou instituição religiosa, como possa parecer a muitos estudiosos do assunto. É, na verdade, a pessoa indicada pelo instituidor! E quem seria essa pessoa?
Antes, porém, de divisar o instituidor e essa pessoa indicada por ele, precisamos esclarecer que ‘denominação’ é o vocábulo que designa de forma geral as congregações eclesiásticas de uma mesma religião, no nosso caso, a religião Cristã!
Sendo assim, não há razão para se nutrir animosidade entre os membros de uma mesma religião, no caso a Cristã, só pelo fato de que, em determinado assunto, se tem um entendimento diferenciado. Entendimento este, que, então, faz surgir às diversas denominações!
Portanto, é essa unidade que Cristo quer que exista em Sua Religião, pois, todos são um em Jesus, apesar da diversidade de entendimento! Com certeza, essa unidade proposta por Cristo, não deve ser restrita apenas ao Cristianismo, é muito mais abarcante, ela é extensiva a toda humanidade!
Podemos agora decifrar quem é a pessoa que, em essência, é a religião, e para tanto, iremos recorrer às suas próprias palavras, que estão registradas no livro de João no capítulo quatorze e verso seis. “Disse-lhe Jesus: Eu Sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim”.
Não pode haver dúvidas, Cristo se coloca como a única via de acesso para retornar a Deus, Ele é a religião, o caminho a ser trilhado, para que a humanidade carente possa, por intermédio do Filho, retornar ao Pai e readquirir a eternidade perdida!
Sendo assim, a Religião, é o grande dom de Deus! Por isso Deus o Pai é o instituidor da Religião.
Sendo a Religião um dom de Deus, e por ser um dom, foi doado gratuitamente a todo humano, conclui-se que esse dom é o antídoto para a consequência do pecado, no caso a morte!
Esse dom incomensurável é a Religião, é também a Vida Eterna que é o Cordeiro de Deus, pois, tira o pecado do mundo, portanto, esse dom é o nosso Senhor Jesus Cristo! “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.Romanos 6: 23.
Este verso delineia a linha demarcatória entre o instituidor da religião e, a própria religião. Ele ajusta, definitivamente, que o instituidor é o próprio Deus Pai, ao passo que é bastante concludente ao definir que a Religião, a via de acesso a Deus, é a pessoa do Seu Filho amado, Jesus Cristo!
Uma vez alcançada essa compreensão, urge entender o outro vocábulo proposto, no caso, a palavra igreja!
Temos ciência que muitas são as definições de igreja, tanto no sentido restrito como no abarcante. Como podemos, então, definir o termo igreja?
Fazendo uso do Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, vamos perceber que o vocábulo igreja, vem do grego enklesía significando ‘assembleia de cidadãos’, e do latim ecclesia que é ‘assembleia de fiéis’, podendo também significar templo cristão ou, comunidade dos cristãos ou ainda, o conjunto dos fiéis ligados pela mesma fé e sujeitos aos mesmos chefes espirituais.
É óbvio que teoricamente qualquer dessas definições bateria em uníssono com o entendimento que qualquer pessoa tem sobre igreja, no entanto, biblicamente, a definição de igreja diferencia um pouco, tendo um entendimento mais específico.
Recorramos, então, a esse entendimento!
Quando a Bíblia faz alusão à igreja de Deus, em momento algum está se referindo a uma instituição de cunho humano, com seu bojo doutrinário, com um entendimento específico, e com um conjunto de fiéis ligados pelo mesmo entendimento, arvorando ser dono exclusivo da ‘verdade’!
Diferentemente, a Bíblia trata de algo mais restrito, no entanto muito mais abarcante, por estar ligada intimamente à Religião!
Como bem sabemos, a Religião é uma pessoa, e esta é Cristo! No caso da igreja não poderia ser diferente, pois, a Religião tem um público alvo e específico, que é conduzir cada indivíduo ao Pai, para reatar o laço de amizade entre humano e Divino!
Assim, a igreja é também uma pessoa, é cada ser humano! Por isso é que Cristo (Religião), comissionou a cada pessoa (igreja) para ir a todos (a cada igreja) para que todos se tornassem um, em Cristo Jesus!
É claro, que se pode arrazoar que em teoria é muito fácil afirmar, contudo comprovar esse enunciado nas Escrituras torna-se difícil!
Então, recorramos às Páginas Sagradas!  Como bem sabemos, uma das definições de igreja refere-se ao templo cristão. Pois bem, Cristo quando esteve em peregrinação na região da Palestina, esteve como divino-humano, certa feita ele disse que destruiria o templo e que em três dias o reconstituiria! “Eu posso derribar o templo de Deus, e reedificá-lo em três dias”. Mateus 26: 61.
As pessoas imaginavam que Ele estivesse falando sobre o templo de Jerusalém, no entanto Ele estava se referindo sobre Sua própria pessoa, numa demonstração que a pessoa é que é o templo de Deus, ou seja, igreja de Deus.
Meu amigo leitor, você nesse momento pode estar até imaginando, esse verso que se refere ao templo de Deus, se destina somente à pessoa de Cristo, que, por sinal, também era Divino! Por isso mesmo, necessitamos de outro verso, que denote de forma convicta que a pessoa humana também seja templo de Deus!
Pois bem, que esse não seja o problema! Nosso amorável Deus jamais deixaria qualquer pessoa em dúvida, por isso preparou um verso específico para cada uma das inquietações que aflija o entendimento pessoal! “Não sabei vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Coríntios 3: 16.
O mais interessante nesse contexto, é que todas as pessoas, indistintamente, conforme esse entendimento, na verdade, são igrejas de Deus, e Deus mesmo habita em cada uma delas! “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos”. Efésios 4: 6.
O que realmente faz a diferença, não é a presença de Deus na igreja, pois, Ele está em todos por ser onipresente, e possuir ubiquidade! Verdadeiramente, o que fez a diferença é cada igreja estar com Deus, ou seja, cada pessoa usar seu livre arbítrio no deleite da companhia benfazeja do Onipotente! “Não temos nós todos, um mesmo Pai? Não nos criou, um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com outros, profanando o concerto de nossos pais? Malaquias 2: 10.
Com esse entendimento ficamos convictos que a igreja, conforme a Bíblia, é o ser humano, você e eu, mais precisamente, cada um de nós! Sendo assim, a Religião é uma pessoa, Cristo! A igreja é também uma pessoa, você!
Perceba o detalhe, não é que cada pessoa seja uma célula que formará a igreja, num todo. Contudo, cada pessoa é, verdadeiramente, a igreja de Cristo!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Janela Filosofica - O NASCER DO SOL DA INTELIGÊNCIA

O NASCER DO SOL DA INTELIGÊNCIA TRAZ COMO RESULTADO O CLAREAR DO ENTENDIMENTO
Educador Glauco César
  
               A nossa fronte é, talvez, a região ou a parte oriental da mente onde nasce o sol da inteligência e a claridade do entendimento, por ela correm dois rios; o do bem e o do mal; onde navegam os pensamentos humanos que deságuam no Golfo Pérsico da humanidade, como instrumentos da educação e da moral, tornando-se a Mesopotâmia das nossas decisões.

Através do pensamento é que o homem consegue fazer façanhas notáveis; do abstrato construiu as primeiras cidades, do nada estruturou o Estado, do absorto criou os primeiros sistemas práticos da escrita, da distração desenvolveu a economia e das idéias surgiram o bem e o mal.

Semelhante às fontes, o pensamento jorra da mente, irriga a consciência e produz sua safra. Deste processo colhem-se; maturidade ou discrepância.

                Igualitariamente, o pensamento, que é a origem de tudo; do raciocínio civilizado, ou, da idéia abrupta e embrutecida; dele surge uma disparidade tão grande, que só pode ser oriundo do Entre Os Rios: Eufrates, o que irriga para o saber, ou, do Tigre, o poluente do seu próprio leito e das margens por onde percorre.

Por isso, nosso cérebro é uma Mesopotâmia, berço das civilizações do pensar, do existir; ou início da poluição e da discórdia.

Daí a humanidade estar envolvida no balanço revitalizador da Paz, ou, embalado pelo tremor estonteante da Guerra.