VIRAÇÃO - Glauco César
O dia foge dolente, no leito do rio,
as águas turvas, todas, banhadas em cor,
as nuvens deslocam-se e chega o frescor,
o queimor, dessas tardes, transmuda-se em frio!
A canoa desliza, empurrando as horas,
espantando as aves, que ligeiras voarão;
o sol fixa na água, seu último clarão,
finda na noite, para abrir noutras auroras!
Minha vida, sem controle nem leme na mão,
afoga minhas mágoas, como quem sabia,
o pardo da noite, é cor, na iluminação!
Busco contentamento, desperto em açoite,
a felicidade, tenho durante o dia,
amordaçada na monotonia da noite!
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