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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Janela Poética - LAMENTO E REVOLTA DA NATUREZA



LAMENTO E REVOLTA DA NATUREZA

                                                  Educador Glauco César



ABIURANA vermelha,
ACAPURANA do mato,
ANDIROBAJARUBA,
ARARACANGA amarela.
Avermelhou CARIPIZEIRO
e a mata tornou-se
CINZEIRO ESCURO.

E o rio?
Fugiu pro mar,
procurou se afogar
pra não ver
a mata morrer
e queimar.

O vento correu,
o nativo fugiu,
a mata morreu
e a vida sumiu.
O sol rachou a terra
que lambeu as águas do rio.
O homem abandonou a gleba
e desesperado fugiu.
A mata inteira queimou,
a natureza se revoltou.
Ficou o lamento da mata,
o homem se arredou.
Fugiu.
Pra onde?
Pra quê?

Quer um lugar pra viver. . .
Pra matar. . .
Destruir. . .
Acabar. . .
Desfazer. . .
Arredar.

Só não sabe construir. . .
Refazer. . .
Transformar. . .
Arrumar. . .
Melhorar. . .
Melhorar pra quê?

Pra ver o lamento da mata,
a tristeza do ar,
convulsão desta terra,
abandono do mar,
a secura das águas,
desta terra a pobreza,
a revolta da natureza,
que não consegue se renovar?

GORABARANA vermelha,
JACAMIRANA amarela,
UCUUBARANA escura,
UMARIRANA avermelhada
pretificou PRACUUBA PRETA
e o GUAJARÁ-PIMENTA
ficou amarelo queimado.

E o rio?
Fugiu pro mar,
procurou se afogar
pra não ver
a mata morrer
e queimar!...

2 comentários:

  1. Comentário colhido no face, de Benilda Silva, minha amiga dos tempos que estudávamos no Colégio Estadual de Caruaru, na saudosa década de setenta!
    Benilda Silva - Coisa mais linda, amigo!

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