PREGAÇÃO
AOS MORTOS E BATISMO VICÁRIO
(Conclusão)
– Educador: Glauco César
NOTA DO ARTICULISTA - Veicule nesse blog, seu artigo sobre esse mesmo assunto, remetendo seu texto para o e-mail janelaprofetica@hotmail.com
Uma vez que uma determinada opinião é postada, e outra sobre o mesmo assunto também é veiculada, abre a oportunidade aos leitores de entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar das mesmas, enriquecendo desta maneira, seu cabedal de conhecimento.
Será
mesmo que o Evangelho foi pregado aos mortos?
Muitos
bons cristãos não têm dificuldades em crer dessa forma, pois, acreditam que o
homem é formado de uma parte mortal, no caso o corpo, e outra parte imortal,
nesse caso, o espírito.
Nessa
condição haveria a possibilidade do Evangelho ser disseminado na sepultura, uma
vez que o espírito seria a sede de todo entendimento, que é a faculdade de
compreender, de pensar ou de conhecer.
No
entanto, nos versos que foram mostrados, vimos que, o homem quando morre, perecem
todos seus atos, todas suas percepções!
Por
estarem mortos, não têm mais lembrança; nem pensamento; nem memória; nem amor;
nem ódio; nem inveja!
Pois,
todas essas qualidades, jazem no esquecimento!
Todavia,
o texto proposto pelos que acreditam que Jesus pregou aos mortos, se baseia no
fragmento que relata: “e pregou aos espíritos em prisão.” I Pedro 3: 19
Esse
termo, espíritos em prisão, só
aparece na Bíblia nesse texto. Por qual motivo deveria interpretá-lo como uma
referência à morte, ou àqueles que já morreram?
Poder-se-ia
também ser compreendido como; homens reféns do pecado! Essa é a maneira como
costumo interpretar, principalmente pelo motivo descrito anteriormente!
Existe
uma coerência assoberbada quando se identifica espíritos em prisão por homens
reféns do pecado! O verso seguinte passa a ser prego batido e ponta virada, pois, ele sintetiza bem esse
entendimento!
Certamente
fica evidenciado que, Jesus pregou a
homens reféns do pecado (espírito em prisão)!
Obviamente,
Cristo não pregou quando esteve
morto, pelos motivos supracitados, contudo, Ele pregou noutro tempo!
E
que tempo foi esse? O relato esclarece muito bem! Quando esses homens, em vida,
foram rebeldes!
E
quando isso aconteceu? Quando essas criaturas humanas, reféns do pecado,
preparavam a arca, nos dias de Noé!
Foi
nesse tempo, que Cristo Jesus, através do Patriarca Noé, pregou aos espíritos
em prisão, homens reféns do pecado! “Os
quais, noutro tempo, foram rebeldes,
quando a longanimidade de Deus esperava nos
dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucas (isto é oito)
almas se salvaram pela água.” I Pedro 3: 20
Assim
fica claro que, Jesus pregou quando eles estavam vivos, pois, Deus não é Deus
de mortos, mas de vivos! “Eu sou o Deus
de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacó? Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Mateus 22: 32
Sendo
Deus o Deus dos vivos, Ele, através da vontade de Cristo, utilizando o
Patriarca Noé, enquanto os construtores edificavam a arca, no pouco tempo que restava na carne, pregou aos espíritos em prisão, homens reféns do
pecado! “Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as
concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.” I Pedro 4: 2
Aquele
era o tempo aceitável para aquelas pessoas, para que elas, ao ouvirem os reclamos
de Deus, tivessem oportunidade de, em tempo hábil, corrigir seus
relacionamentos, com elas mesmas, com seus semelhantes e, principalmente com o
Eterno!
Não
seria no futuro, no sepulcro que elas iriam corrigir suas vidas, mas, no tempo
passado de suas vidas! “Porque é
bastante que, no tempo passado da vida,
fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências,
borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias.” I Pedro 4: 3
Além
de que, Deus não precisaria pregar aos mortos, uma vez que, Ele não leva em conta o tempo da ignorância! “Mas
Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia, agora, a todos os
homens, e em todo o lugar, que se arrependam.” Atos 17: 30
Esse
verso é muito significativo, uma vez que ele confirma que o sacrifício de
Cristo salvou a todos, sendo assim, todos receberam gratuitamente a Salvação,
que é Jesus Cristo, contudo, Deus pede a todos que façam uso de seu livre
arbítrio e, se arrependam para assim, receber de volta, aquilo que se perdeu ao
pecar, a eternidade! “Mas quem pratica a
verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são
feitas em Deus.” João 3: 21
Como
podemos perceber, o homem foi formado à imagem e semelhança de Deus, e como
tal, a humanidade era propensa a viver eternamente, se não cedesse ao pecado!
Uma
vez que o pecado adentrou na raça humana, esta perde a imortalidade e, por
conseguinte, torna-se inteiramente mortal! Essa é a condição atual da
humanidade!
O
apóstolo Paulo, então, faz uma reflexão, afirmando que, se a nossa experiência
se resume tão somente a essa vida mortal, seríamos os mais miseráveis de todos
os homens! “Se esperamos em Cristo só
nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Coríntio 1: 19
Ele
tinha a convicção de que a ressurreição vivenciada por Cristo nos garantia a
certeza, que nós seres humanos, poderíamos aguardar dias, infinitamente
melhores, após passarmos pela experiência da ressurreição, que nos assegurará
uma eternidade gloriosa com Jesus!
“Ora, se prega que Cristo
ressuscitou dos mortos, como dizem alguns de entre vós (os saduceus) que não há
ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não
ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também
é vã a nossa fé. E assim somos, também,
considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que
ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou se, na verdade, os mortos
não ressuscitam. Porque, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não
ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis
nos vossos pecados.”
I Coríntios 15: 12 – 17
Na
visão de Paulo, quando ele afirma ser o mais miserável dos homens, ele não
estava fazendo uma alusão à pregação aos mortos, na verdade, ele estava fazendo
uma referência à ressurreição, como vimos nos versos anteriores.
Pelo
simples fato de se encontrar grafado nas escrituras menção sobre o batismo
pelos mortos, não quer dizer que essa insinuação faça dele uma doutrina
bíblica!
Na
verdade, essas referências contidas na Bíblia, foram postadas para demonstrar a
fragilidade e incoerência da doutrina defendida, na época, pelos saduceus! “De outra maneira, que farão os que se
batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se
batizam eles, então, pelos mortos?” I Coríntios 15: 29
Essas
mesmas contradições permanecem válidas para os nossos dias, pois, a verdade de
Deus continua inabalável, invariável e lógica.
Aos
que hoje defendem essa mesma propositura, Paulo continuaria fazendo a mesma
pergunta: por qual motivo se batizam pelos mortos?
Portanto,
nada que esteja em desarmonia com Cristo e Seu caráter pode permanecer inflexível!
Pois
bem, os ardentes, vivos e intensamente enérgicos defensores do batismo pelos
mortos, se agarram veementemente na asseveração de que todo joelho (quando se
diz todo, compreenda-se de vivos e mortos), haverá de dobrar-se e, toda língua
confessará! “Para que, ao nome de Jesus,
se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”
Filipenses 2: 10 e 11
Quando
um defensor de um determinado ponto de vista, sente-se em desvantagem,
geralmente ele recorre ao que chamamos de defesa rotativa, que consiste em
remoer o assunto, num verdadeiro ato contínuo, semelhante a uma roda gigante,
indo e voltando aos mesmos pontos já discutidos.
Pois
bem, para cada assunto já ventilado, nada melhor que se repetir o antídoto que
corrige o equívoco. Então repitamos a dosagem e deixemos patente que; só os
vivos se movem só os que estão em animação de vida têm a faculdade da fala! “Porque não pode louvar-te a sepultura, nem
a morte glorificar-te: nem esperarão em tua verdade os que descem à cova. Os
vivos, os vivos, esses te louvarão, como eu hoje faço: o pai aos filhos fará
notória a tua verdade.” Isaías 38: 18 e 19
Não
é necessário dizer mais nada, pois, o verso é suficiente para desfazer qualquer
dúvida!
Para
concluir essa asserção fixemos na mente que “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Mateus 22: 32
É
meu desejo que todos que entrarem em contato com tudo que aqui foi postado,
tenham a coerência de reter tudo que achar de bom e, automaticamente, desprezar
aquilo que não tenha nenhuma valia.
Que
Deus continue abençoando a todos nós! Essa é a minha firme anuência! Que assim
seja!
Caríssimo Gluaco
ResponderExcluir“Além de que, Deus não precisaria pregar aos mortos, uma vez que, Ele não leva em conta o tempo da ignorância! “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia, agora, a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.” Atos 17: 30
Esse verso é muito significativo, uma vez que ele confirma que o sacrifício de Cristo salvou a todos, sendo assim, todos receberam gratuitamente a Salvação, que é Jesus Cristo, contudo, Deus pede a todos que façam uso de seu livre arbítrio e, se arrependam para assim, receber de volta, aquilo que se perdeu ao pecar, a eternidade! “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” João 3: 21”
Muito boa a sua análise mostrando, inicialmente, o entendimento doutrinário de outrem, em relação ao tema abordado, e finalmente o seu. Gostei muito!
Agora, dá para ajudar-me a entender em que parte do verso acima citado encontra-se o pedido de Deus para que “todos façam uso de seu livre arbítrio e, se arrependam... “?
O meu entendimento é de que a mensagem “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia, agora, a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.” está dizendo que os erros cometidos no tempo da ignorância não serão levados em conta, e que, agora, que as pessoas estão tendo a oportunidade de conhecer a verdade, adotem outro comportamento.
Então, na verdade, o diferencial está no conhecimento de causa que tenha cada um. Não vejo nenhuma relação ao atributo do livre arbítrio, embora ele seja exercido, fundamentalmente, com base no conhecimento que se tem.
Um abraço
Na verdade, o objetivo desse blog não é fazer dele um veículo de debate, mas, abrir janelas, para que um mesmo tema seja ventilado por dois ou mais entendimentos, para que, os leitores possam ter referenciais para se posicionar, de um lado ou do outro, ou ainda, não concordar com nenhum!
ExcluirQuanto a ajuda solicitada, não sei se serei capaz de fazê-lo ver, o que para mim, está patente! Contudo, tentarei ser o mais lúcido possível. O verso em pauta, Atos 17: 30, a mim me parece que é composto de dois tempos. Num primeiro momento denota que os pecados cometidos por falta de conhecimento, não são levados em conta por Deus. Fica então patenteado que os pecados só são computados por Deus, quando nós temos conciência de que o ato praticado é um agravo contra a própria pessoa, contra a sociedade ou contra a Divindade, e mesmo assim, sabedor dessa verdade, usando o livre arbítrio, a pessoa decide, cometê-lo. Nessa parte do verso, Deus está reportando ao tempo passado!
Já na segundo instância, no complemento do verso, Deus está fazendo alusão ao tempo presente, como se estivera dizendo: "contudo, neste instante, Eu anuncio a todos os homens, de todos os lugares, que se arrependam"
Fica claro que o arrependimento só é possível quando a pessoa tem ciência de que cometeu algum deslize! O ato de se arrepender ou não, é resultado da escolha pessoal, o que julgamos ser sinônimo de livre arbítrio!
Esse é o meu sincero entendimento, havendo algum erro, pois sou propenso a tal, me perdoe, pois é um equivoco por ignorância, e Deus não leva em conta, portanto, entendo que Ele já me perdoou!
Que Deus continue nos abençoando!
Irmão César
ResponderExcluir“Quando um defensor de um determinado ponto de vista, sente-se em desvantagem, geralmente ele recorre ao que chamamos de defesa rotativa, que consiste em remoer o assunto, num verdadeiro ato contínuo, semelhante a uma roda gigante, indo e voltando aos mesmos pontos já discutidos.”
Eu diria que: quando o defensor de um determinado ponto de vista está convicto do seu entendimento, ele aproveita cada nova oportunidade para tentar expressar, com argumentos mais convincentes, as razões que dão sustentação à sua convicção.
Afinal de contas, o que você chama de “defesa rotativa” é a tecla mestra de cada uma das instituições religiosas, em defesa das suas doutrinas, de sorte que, este procedimento, a meu ver, não deve ser apontado como clichê particular de “um determinado defensor”, e sim, dos religiosos em geral.
Fraternalmente.
Concordo também com seu pensamento! Ao que qualifiquei de defesa rotativa, ela cai bem, em todos os defensores, não especificamente aos que defendem a Pregação universal aos mortos, mas a todos,quer sejam pessoas, instituições, e principalmente à minha própria pessoa, também sou humano e, como tal, propenso ao erro! Só um não erra, Aquele que é a verdade, no caso, Jesus Cristo, o Filho de Deus! Obrigado pelo seu comentário!
ResponderExcluirGlauco, você falou baseado na leitura Bíblica, sem retoques.
ResponderExcluirEsse assunto na Bíblia é claro como a luz do sol.
Obrigado, Adeilton, para mim entendo também que ele é bastante evidente, no entanto, para muitos, como vimos, ainda é algo para motivo de estudos! Portanto, esperemos que os mesmos cheguem a um denominador comum!
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