RETRATO!
Educador Glauco César
do
Velho Mundo, cansado,
no
mar tenebroso vagou
mas,
logo soltou o brado:
- Terra
à vista!
- Foi descoberta
- Foi descoberta
a ilha de Vera Cruz!
Houve
grande aclamação,
na
terra de Santa Cruz!
Também
muita exaltação!
O
marujo sai da nau,
com
seu porte varonil,
encontra
o diferencial
pretendido
“pau-brasil”.
O
nativo queria entender
pra
que essa vestimenta?
O
desbravador, a acometer
então
de súbito lamenta,
dos
ameríndios a nudez.
- Melhor
explorá-los? Talvez!
Terra
à vista!
- Nela haverá
- Nela haverá
catequização,
pioneirismo,
colonização,
bandeirismo,
exploração
e a busca do ouro!
A coleta de especiaria
será
um belo tesouro!
O
explorador com alegria
Repete: - Terra à vista!
- Foi
descoberto o Brasil!
Escambo
com os homens da terra,
engano
para os aborígenes!
Nessa
história se encerra
a essência da nossa origem!
Foi
descoberto o Brasil!
Aqui
chegou o donatário
com
as suas Capitanias
fez
do índio um otário,
doando
aos seus, sesmarias!
Imaginou
uma escravidão
para
subjugar o nativo
rouba
também o seu pão!
O
índio que era ativo,
parece
ser preguiçoso,
por
não querer trabalhar,
nem
exercer essa lida.
- Pois,
que perca seu lar,
perca
também sua vida!
- Mas...
Foi descoberto o Brasil!
O
negro? É pra escravizar,
sabemos,
ele é desalmado,
foi
feito pra trabalhar,
penar
e ficar calado,
ele
não produz réstia,
nem
tem sequer coração,
sofrer
é o que lhe resta,
este
é o seu quinhão!
Foi
descoberto o Brasil!
da
economia primária,
também
da exportação,
a vida pra uns é precária,
pra
outros é humilhação.
Agoniza
o protesto do povo,
o grito de arrumação!
descobriu-se
nosso Brasil,
terra
da posteridade
escrita
no ego da gente,
será
mesmo realidade?
E
nesse vocabulário
daquele
conquistador
será
extraordinário
seja
do jeito que for.
Na
cadência do martelo
naquela
estranha ação
quebrando
num instante o elo
da
nossa arribação!
Ecoa
ao longe... - Terra à vista!
- Nela
há índios nativos,
negros,
mulatos, mestiços,
cafuzos,
caboclos ativos
e brancos nacionais.
Há
também imigrantes,
que
são intelectuais,
porém,
são beligerantes!
Existem
camponeses, otários,
grileiros
“sempre decentes”,
também
há operários.
Há
fazendeiros dementes
e hostis latifundiários!
Assim
está descoberta
a “afundação” do Brasil
a porta ficou aberta!
Aborígenes
desalojados,
comunidades?
Faliu!
Quilombolas
exterminados!
Foi
descoberto o Brasil
da
paixão só pela bola,
nação
que a todos uniu
para
fugir da escola,
assim,
entrou pelo ralo,
o povo mendiga o pão,
digo
isso e não me calo,
quem
da escola fugiu
não
vence, vira ladrão!
Esse
retrato é Brasil!!!
Comentário colhido no face,do amigo José Paca Sobrinho.
ResponderExcluirJosé Paca Sobrinho - Muito bom poeta professor
Glauco César Lima Silva, lindo e verdadeiro seu poema!
Parabéns, sucesso saúde e paz!
Essa tem sido a saga no nosso espoliado Brasil, tira-se de quem não mais tem e, acumulam nas pomposas contas dos dominadores. Essa é a real imagem desse nosso país!
ExcluirNovo comentário colhido no face, desta feita do leitor Jarbas Sena.
ResponderExcluirJarbas Sena - Boa!!!
Novo comentário colhido no face, desta feita do meu amigo Rubem do Vale Tiné.
ResponderExcluirRubem Do Vale Tiné - Bravo!!!