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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

IDE - Comportamento ou Relacionamento?

 COMPORTAMENTO OU RELACIONAMENTO?
Educador Glauco César


        
       Aproveitando, a abertura que o IDE propicia, teceremos algum comentário sobre um tema que achamos ser de capital importância no envolvimento entre humanos e, desses com o Divino, qual seja, “comportamento e/ou relacionamento?”
        No que concerne principalmente à relação do Divino com o humano, há alguns que defendem que Deus requer um comportamento dignificante, em detrimento a um simples relacionamento. Por conseguinte, outros entendem que um perfeito relacionamento, é mais dignificante para Deus, que mesmo um comportamento exemplar!
É óbvio, que todos têm seus motivos para defender um determinado entendimento. E comigo não é diferente, por isso, prefiro fazer uma análise, a mais racional possível, sem se opor a razão que cada um tem.
Procurando estabelecer relações lógicas, até de forma empírica, para compreender o assunto proposto, baseado apenas na experiência, ou mesmo derivado de experimento ou de observação da realidade, para então, chegar a minha conclusão e, assim poder colocar para apreciação de todos.
Comumente a humanidade, em sua maioria, tem defendido o comportamento, mesmo porque é mais visível, pois tem uma aparência exterior, enquanto o relacionamento é algo mais íntimo e de difícil definição.
Desta maneira, fica fácil o engano, quando se toma por base um comportamento, pois, não são aparentes os reais objetivos. Perceba o que diz o sábio Salomão, está relatado no livro de Provérbios 21:2 “Todo o caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações.”
É, exatamente, por não conhecer as reais motivações de cada ato praticado, que a humanidade opta pelo comportamento, acreditando que a conduta seja espelho do caráter, quando, na verdade, nem sempre o é.  
Por isso, acredito mesmo, que Deus enalteça mais o relacionamento que mesmo o comportamento. E tenho uma razão lógica para crê nisso.
Imaginemos um casal que tenha se separado recentemente. Façamos então a idéia de que tanto o marido quanto a mulher tenha tido um comportamento exemplar.
Fantasiemos um pouco mais, e construamos a imagem da mulher arrazoando consigo mesma, procurando entender onde ela errou, pois, desempenhara todas as funções de uma esposa dedicada, não encontrando motivo plausível para sua separação!
Conjecturemos então o jovem marido defendendo o seu argumento e, também chegando à dura conclusão que o rompimento de sua relação matrimonial é algo incompreensível!
Sem querer presumir, na realidade, o que faltou a esse suposto casal, sem sombra de dúvidas foi um relacionamento de amor e de afeto.
É por fatos dessa natureza, que chegamos à seguinte conclusão: um comportamento, por mais dignificante que seja, nem sempre produz um bom relacionamento, ao passo que, um relacionamento afável, gera uma conduta que muda as atitudes e reações do indivíduo, para melhor.
Sabe qual o motivo que nos faz preferir o comportamento e não o relacionamento? É pelo simples fato de não estarmos estreitamente ligados ao pensamento de Deus!
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” Isaías 55: 8 e 9.
Apliquemos, então, tudo que analisamos até aqui, tendo por pano de fundo, a vivência espiritual e comportamental dos membros/irmãos de cada facção religiosa ou denominação.
É sabido, e todos hão de concordar, que as denominações religiosas foram estabelecidas no planeta, como veículo para disseminar a paz. No entanto, nem sempre é esse o resultado colhido.
Se olharmos com critério, facilmente chegaremos à conclusão, que os membros das facções religiosas nutrem desamor e rivalidade entre si, quando deveriam promover o congraçamento.
Isto acontece, pelo simples fato de que cada facção religiosa espera de seus adeptos um desempenho comportamental conforme seus ensinamentos.
Por existir a diversidade de compreensão eles interpretam as pessoas como rivais, pelo simples fato de não agirem de conformidade com um mesmo pensamento ou, entendimento.
Assim, quando se dá demasiado valor ao comportamento atrelado ao entendimento, principalmente religioso, gera uma animosidade ou mesmo aversão constante, que paulatinamente se transforma num grande rancor entre as facções religiosas, ou mesmo entre os membros de uma mesma denominação.
Agindo desta maneira, eles acreditam que estão honrando ao Criador, quando na verdade, estão fazendo um desfavor à reputação de Deus.
O próprio Cristo alertou sobre esse tipo de comportamento. Está registrado no livro de Marcos 7: 6 e 7  E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
Isto tem ocorrido com frequência, uma vez que os adeptos de uma determinada denominação, até mesmo inconscientemente, dão mais crédito aos anunciantes da Palavra, que mesmo ao autor dEla. Isto porque eles são mais agradecidos aos seus instrutores humanos, que mesmo à mensagem divina. “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído.” Isaías 29: 13.
De certa forma, os que assim agem, apregoam através de seu comportamento, que honram a Deus, quando na realidade, estão se distanciando do mesmo, por não nutrir um relacionamento amoroso e racional!
Se nos encontramos nessa condição, precisamos urgentemente nos conectar a proposta de Deus, para desenvolver um relacionamento com Ele. Uma vez feito isso, não mais nutriremos um sentimento de superioridade em relação aos nossos semelhantes, pelo contrário, nos sentiremos iguais, na mesma condição de dependência a Deus. “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há masculino nem feminino; porque todos vós sois um, em Cristo Jesus.” Gálatas 3: 28.
Uma vez atingido esse patamar de entendimento, temos plena certeza que todas as pessoas, independentemente de seu entendimento ou denominação, estão carentes, por isso mesma à procura de uma mensagem que lhe dê tranquilidade espiritual.
Nesse estado, elas estarão dispostas a interagir uma com as outras na busca do conhecimento. Por esse motivo cada cristão deve ter em mente a seguinte inquietação: que devo transmitir aos meus semelhantes?
É bom lembrar que só existem dois caminhos, o do bem, atrelado a verdade, e o do mal, escravizado à mentira.
As pessoas que normalmente defendem suas denominações e seus mestres, na maioria das vezes, não usam de firmeza racional. Essas criaturas estão tendentes a aceitar a facilidade das falsas promessas humanas, preferindo as ilusões. “Porque povo rebelde é este, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do Senhor. Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto: dizei-nos coisas aprazíveis, e tende para nós enganadoras lisonjas. Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda: fazei que deixe de estar o Santo de Israel perante nós.” Isaías 30: 9 – 11.
Esse é o desejo de muitas pessoas que deliberadamente optaram pelo engano próprio, fizeram o mal uso de seu livre arbítrio, contudo, Deus aceita as escolhas descabidas, no entanto legítimas, de cada um de nós. Lembre-se, aquilo que Deus nos deu, Ele não pede de volta. O Livre arbítrio é nossa garantia, portanto, façamos bom uso do mesmo!
Por outro lado, aqueles que aceitam a incumbência de refletir a luz de Cristo, por conseguinte irão transmitir uma mensagem pautada na verdade. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8: 32.
Somente Jesus, que é a verdade, tem o poder de libertar cada pessoa dos conceitos errôneos das instituições religiosas e, principalmente do desprezo pelos membros e pelas demais denominações, substituindo esse desamor pelo respeito a tudo e a todos, uma vez que essa é a vontade de Deus!
No grande projeto de Deus, no entendimento de Paulo, não há lugar para dissensões ou divergências no tocante aos interesses, apesar da diversidade de opiniões, todas as pessoas são uma em Cristo Jesus.
Como o interesse é só um, cada pessoa deve atender ao ide, que é a comissão proposta por Deus, a cada ser humano. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura.” Marcos 16: 15.
Todos nós sabemos que o ‘ide’ está no modo imperativo, portanto, é uma atribuição que deve ser rigidamente obedecida, contudo não é uma imposição. Quando Jesus instituiu o ‘ide’ Ele o fez com firmeza racional, todavia, repleto de amor dizendo: ‘ide todos vós, por todo mundo, pregai as boas novas a toda as pessoas’.
Assim percebemos que o ‘ide’ é uma atribuição com características específicas, quais sejam: todos pregando a todos.
Se todas as pessoas pregam seu entendimento da Palavra a todo semelhante seu, consequentemente elas irão se deparar com a segunda característica do ‘ide’. Todos ouvindo a todos.
É certo que cada pessoa irá divulgar a mensagem da forma concebida por ela, isto quer dizer, com seus erros e acertos.
Uma vez que toda criatura divulga seu entendimento e, por conseguinte ouve a compreensão de todos, isto com seus erros e acertos, como filtrar essas mensagens? Essa é a terceira característica do ‘ide’: todos retendo somente o que é bom. “Não desprezeis as profecias; Examinai tudo. Retende o bem.” I Tessalonicenses 5: 20 e 21.
O mais interessante nesse verso, é que ele deixa patenteado que todo entendimento, de qualquer que seja a denominação, sempre tem coisas boas para se reter, como também, todas elas têm coisas ruins para ser desprezadas. Ou seja, erros e acertos teológicos! Nenhuma é totalmente errada ou, absolutamente correta!
Nesse ponto de nosso entendimento, já compreendemos qual deve ser a postura de cada ser humano como mensageiro da paz. Entre os atributos de cada pessoa, está o de saber ouvir, para ter vários referenciais que os capacitem a tomar a sábia decisão de reter para si, o melhor.
Mas como fazer isso, se ainda existir dentro da pessoa a barreira da discriminação religiosa? Só existe uma maneira, fazer uso do antídoto que é capaz de demolir todas as barreiras que provocam segregações. Sejam de caráter pessoal, institucional, ou mesmo eclesiástica!
Esse antídoto está disponibilizado no livro de Gálatas 3: 28 “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há masculino nem feminino; porque todos vós sois um, em Cristo Jesus.”
No meu entender, a pessoa descrita neste verso é a maior demolidora das barreiras discriminatórias, uma vez que essa pessoa foi quem criou a todos, e tudo Lhe pertence. Sendo assim, Cristo tem autoridade em Si mesmo para sugerir que não deve haver barreiras entre as pessoas, nem mesmo sobre as denominações!
Isso pelo simples motivo: se todos vieram dEle, a Ele pertencem, são, portanto, um em Cristo Jesus.
Esse é o nosso grande desafio, reconhecer que somos um com as outras pessoas, bem como, com as outras denominações.
Quando reconhecemos que somos um em Cristo Jesus, compreenderemos que Cristo não estabeleceu exclusividade com ninguém!
Por isso, temos de eliminar do nosso conceito a teoria de que a nossa denominação é a única igreja de Deus.
Parece até, que nós temos dificuldade de entender que ser um em Cristo, é totalmente diferente de ser único.
Essa é a interpretação que normalmente damos em relação a nossa denominação. Por isso concluímos: a minha congregação eclesiástica, é a única igreja verdadeira de Deus. Que absurda presunção!
Sendo assim, ser um em Cristo, é totalmente diferente de ser único. Ser único é sinônimo de individualidade, que corresponde a egoísmo. Como temos ciência, o egoísmo é um defeito de caráter que deve ser banido de cada pessoa.
Mesmo porque quando a pessoa se torna egoísta, que é aquele tipo de pessoa que ama a si mesma, ela adquire uma série de outros defeitos que nos distanciam cada vez mais do amor, que é Deus! 
“Sabe, porém, isto; que, nos últimos dias, sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos (egoístas), avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Timóteo 3: 1 – 5.
Se essas características não forem afastadas da pessoa, ela irá encontrar dificuldades para se sentir um em Cristo com as demais denominações, bem como, com seus membros.
Em contrapartida, ser um em Cristo, é sinônimo de coletividade, é ter unidade na diversidade.
A pessoa tem de ter a sensibilidade que todos têm seus defeitos e suas virtudes, compete a cada um, aceitar os demais, com suas imperfeições e sua firme disposição e constante busca para a prática do bem.
Assim, para vencer a animosidade que por certo existe, basta reter somente aquilo que é bom! Agindo desta maneira, se consegue ter unidade na diversidade!
A grande pergunta que cada um deve fazer a si mesmo é: estou mesmo sendo um com Cristo, será mesmo que estou mantendo um relacionamento saudável comigo mesmo, com meu semelhante e com Cristo, a ponto de que minhas debilitadas ações venham a refletir a vontade do Pai, para que as pessoas percebam que Cristo é o referencial, e não eu?
Essas interrogações deverão ser as chaves para o sucesso relacional de cada indivíduo!

2 comentários:

  1. caro amigo,compreendo seu texto e concordo a respeito do relacionamento com Cristo,falo por mim eu o busco sempre em oração é a via que nós temos, além de o ver nos menos desfavorecidos e nos relacionamentos humano com o próximo. Conheço o desejo de Deus de sermos um,mas você sabe quanto é dificil a concordância dos indivíduos,então todos o seguem da forma que mais o sentem presente e onde teve seu encontro pessoal. " Meu povo se perde por falta de conhecimento (Oz4-6) e " Ora, meu povo tem sido como ovelha sem pastor"(mt 9;36) È um sonho e um desejo de DEus que aja um só rebanho e um so pastor." Acredito que isso se dará no tempo prescrito por Ele,se não fosse assim Ele não o permitiria tantas divergências. Isso também na parábola do joio e do trigo(mt 13;24-30) Assim todos se analisem e vejam o caminho que tão trilhando. Meu abraço (Iracema)

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  2. Amiga Iracema, é sempre bom poder tomar conhecimento da forma como as pessoas se relacionam com Deus, quais as facilidades e, principalmente, quais as dificuldades enfrentadas.
    No entanto, o que mais nos gratifica é a maneira que cada pessoa encontra para vencer as dificuldades, delas próprias consigo mesmas, delas com os semelhantes e, delas com o Maravilhoso Deus e pai de todos os humanos!
    Quando se tem uma amizade relacional com a Divindade, se percebe que o Senhor nos deixa a cavaleira, para cada pessoa agir em busca de um melhor companheirismo com Deus.
    Por isso, cada pessoa trilha um caminho, que para ela é o mais confortável.
    Cada ser humano precisa descobrir a sua maneira de travar um melhor conhecimento do Eterno!
    Contudo, o caminho a trilhar, nunca pode ser diferente, dAquele que é o caminho, a verdade e a vida, Jesus Cristo.
    Por isso, quando o pecador se achega a Jesus, Ele nos ajuda, entregando o Manual do Criador, que deve ser seguido da melhor maneira possível.
    Esse manual é a Palavra de Deus, as Escrituras Sagradas!
    Que "a graça do Senhor Jesus seja com todos" Apocalipse 22: 21.

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