Neste
novo capítulo do livro do Apocalipse, onde os fatos históricos e espirituais
que se encontravam velados, por intervenção Divina, passam a ser conhecidos,
abrindo um leque enorme de fatos e acontecimentos que, certamente vai envolver
todo perscrutador atento a utilizar tempo e a mente no diligente estudo da
Palavra de Deus!
Desde
o capítulo oito da Revelação, até aqui, estivemos envolvidos em aprender sobre
as trombetas, tentando compreender os fatos que ocorreriam ao soar do toque de
cada uma das sete trombetas, lembrando que, ainda estamos vivenciando a sexta trombeta, até que se ouça o retumbar da sétima corneta!
É
certo que a instrução Divina tem vindo recheada de figurações, as quais são,
portanto, emblemas que deverão ser decifrados.
No
entanto, crendo na possibilidade de haver erros e acertos interpretativos,
contudo, procurando de forma mais racional possível se deparar com os acertos
para demonstrar aos pecadores a mensagem que Deus deseja transmitir!
Portanto,
alicerçados na Palavra e conduzidos pelo Espírito, busquemos a compreensão do
texto proposto.
Alguns
analistas proféticos acreditam que a mensagem contida neste capítulo não segue
uma ordem cronológica, se assim fosse, argumentam eles, este tratado deveria
anteceder o capítulo dez.
No
entanto, não desprezando as opiniões alheias, busquemos decifrar os enigmas
propostos no texto.
Para
João foi dada uma vara de medir e, com ela o profeta deveria verificar, tendo
por base uma escala fixa de grandeza para avaliar o santuário de Deus, o altar
e os adoradores.
É
óbvio que de início precisamos descodificar os emblemas propostos e, numa
análise simples, mas, não superficial, percebe-se, de início, cinco figuras que
devem ser compreendidas.
A
primeira figura é o próprio vidente João. De quem ele, especificamente, está
sendo uma figuração?
Decifrada
a primeira incógnita, deve-se buscar, então, o que se precisa saber, ou
seja, a significação do caniço de medir, do santuário, do altar e dos
adoradores, seriam figuras de que?
Quais
seriam as lições ou ensinamentos que o Mestre dos mestres queria que a
humanidade se apercebesse, para melhor viver aqui na Terra, em preparação
espiritual para a Vida Eterna?
Antes,
porém, precisamos conhecer os versos que serão, diligentemente, esmiuçados.
Ei-los: "Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também
me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o Seu altar e os que naquele
adoram; mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque
foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a
cidade santa." Apocalipse 11: 1 e 2.
TIRANDO
O VÉU DAQUILO QUE ESTAVA ENIGMÁTICO
Nessa
comunicação proveniente do Paço Celestial, tendo por destinação a Terra, o
canal humano utilizado foi o profeta João.
Sabe-se
que a mensagem recebida tinha por destinação final, não simplesmente o planeta
e sim, a criatura humana, com o intuito de capacitar a humanidade a manter um
comportamento relacional com a Divindade, a fim de receber instruções que a
capacite a vencer os entraves espirituais que o pecado lhe impõe!
Notadamente,
fica, então, evidenciado de forma até racional e bastante compreensível, que
João, ao receber a vara de medir, estava simbolizando cada criatura humana.
No
entanto, sabe-se que, uma vara de medir tem por objetivo conferir alguma coisa,
fato que nos remete a imaginar que o objetivo primordial dessa visão é alertar
o pecador para que o mesmo faça um julgamento íntimo para conferir seu desempenho
espiritual, para assim, corrigir alguma falha, que porventura esteja cometendo!
Sintetizando,
esta vara de medir conduz o pensamento humano ao Juízo Investigativo!
Todavia,
devem-se desmistificar alguns equívocos em relação ao juízo investigativo.
Acredita-se
que o juízo investigativo, seja Deus contabilizando em cada ser humano, o
desempenho positivo e o negativo para, então, tomar uma decisão sobre sua
recompensa final. Morte ou vida eterna?
Crê-se
também que o juízo investigativo seja um acontecimento novo ou recente, que
começou há cerca de duzentos e poucos anos.
Antes
de tudo, baseado na Revelação, o pesquisador deve ficar atento para um simples
detalhe. Se realmente for verdadeiro que a vara de medir simboliza o juízo,
esta investigação não será feita por Deus, pois, o mesmo sabe de todas as
coisas, e não precisa recorrer a nenhum artifício para reconhecer em que lado o
pecador se encontra, se ao lado da Vida Eterna ou se preferiu escolher o
caminho da perdição!
Aperceba-se
que era João quem estava de posse da vara de medir, portanto, era ele quem
deveria medir e não a Divindade.
Como
João, nesta visagem é figuração da raça humana, isto indica que a investigação
deve ser feita individualmente, cada pessoa fazendo seu próprio juízo,
investigando sua própria vida e, decidindo que postura deva tomar!
Uma
vez cônscio desta premissa, precisa-se compreender qual é o simbolismo da vara,
o que ela representa e qual medida se deve seguir?
Pois
bem, esta vara representa a norma do juízo ou o referencial por intermédio da
qual, todo pecador deve se reger, portanto, esta vara é a Santa Lei de Deus
que, por extensão representa o próprio Jesus Cristo, que é o nosso referencial
tendo em Si próprio a estatura perfeita de Deus. "Falai de tal
maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados
pela lei da liberdade." Tiago 2: 12. "Até
que todos cheguem à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo." Efésios
4: 13 (grifo nosso).
Você,
amado leitor, pode, perfeitamente, não ter se convencido de que a vara seja
símbolo do juízo e que de posse dela, cada pessoa possa fazer uma introspecção
de sua própria postura espiritual.
No
entanto, na Revelação consta que a vara é para medir o santuário, sendo assim,
pode-se imaginar que essa medição seja para definir qual é a denominação
verdadeira, para que, então, o humano a possa seguir embarcando na condução
que, certamente, o guiará aos céus! Se você crê assim, saiba que esta definição
interpretativa está, totalmente, equivocada!
Todavia,
amado leitor, a Bíblia é extremamente clara ao declarar que o homem é o
santuário de Deus, portanto, desde o advento do pecado, é função do ser humano,
fazer uma introspecção para saber, se o santuário de Deus, que é o homem, está
batendo com as medidas apresentadas pelos céus! "Porque nós
somos santuário do Deus vivente, como Ele próprio disse: Habitarei e andarei
entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo." II
Coríntios 6: 16.
É
interessante perceber que foi ordenado a João que além de medir o santuário,
ele deveria, também, medir o altar. Que mensagem instrutiva
está atrelada na definição do altar?
Para
responder com acerto tal inquietação, precisa-se, de início, saber o que é um
altar e, qual a sua utilidade?
Pois
bem, no passado, o altar era um bloco de doze pedras destinado à imolação de
vítimas, como oferendas, em sacrifícios religiosos. Com o transcorrer do tempo, passou a ser o lugar de adoração e veneração.
Para
nossa melhor compreensão, perceba que foi pedido ao vidente que medisse o
santuário e também o seu altar, ou seja, o altar do santuário.
Apenas
para informação preliminar, o altar, conforme a história eclesiástica é uma
peça que faz parte do santuário de Deus.
Havia
dois altares, o de holocausto, localizado no pátio e o altar de incenso que
ficava no primeiro compartimento do santuário denominado de Lugar Santo, junto
ao véu, defronte da arca da aliança e do propiciatório que ficava no segundo
compartimento, chamado de Lugar Santíssimo.
Conforme
o enunciado, o altar a ser medido, só pode ser o altar de incenso, pois, é o
que, de fato, está no santuário, e não no pátio!
Se
o santuário, como vimos, é emblema do ser humano, e o altar faz parte do
santuário, portanto, nesse caso, o altar em foco faz parte do ser humano!
Têm-se,
então, subsídios para afirmar com plena convicção, que esse altar é simbólico
do caráter de cada pessoa, pois, é possível ter-se um comportamento exemplar,
ou seja, observar os mandamentos de Deus, sem, no entanto ter-se um
relacionamento vivificante com Cristo.
Portanto,
medir o altar, é figuração de uma introspecção sincera e sem paixão, que o
pecador deve fazer para saber se ele está guardando os Mandamentos de Deus,
apenas mecanicamente, com o intuito de comprar a salvação ou, se é um ato
responsivo de agradecimento ao amor incondicional de Cristo pelo pecador?
Quando
o ser humano observa os Mandamentos de Deus de forma racional, por ter um
relacionamento dignificante e amoroso com a Divindade e, não simplesmente uma
obediência interesseira, mas, amorosa e responsiva, certamente, Deus se agrada
desse procedimento, como resultado, o pecador será agraciado com a Vida Eterna!
É
assim que é feita a medição do altar!
Foi
dito ao vidente de Patmos que também fossem avaliadas aquelas pessoas que, no
altar, também adoram a Deus.
Esta
é a parte crucial do primeiro verso deste capítulo onze, pois, reflete a
postura decisiva de cada pessoa que tenha passado pelo processo introspectivo,
por isso mesmo, é de suma importância que essa pessoa esteja disposta a
desempenhar a comissão proposta por Cristo!
É
certo que você, leitor, esteja flutuando por não entender onde o articulista
deseja chegar?
No
entanto, é de importância suprema que cada pessoa que fizer um juízo da própria
vida, esteja disposta a demonstrar que, realmente, teve um encontro pessoal,
salvífico e vivificante com Jesus Cristo, por isso mesmo, está com o coração
maleável e, por dar crédito à comissão do Filho de Deus, passe a anunciar a
todos, as Boas Novas da Salvação. "Ide por todo o mundo e
pregue o Evangelho a toda criatura." Marcos 16: 15. "E
será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas
as nações. Então virá o fim." Mateus 24: 14.
Pois
bem, as pessoas alcançadas pelo testemunho daqueles que fizeram juízo de sua
própria vida, também deverão fazer o mesmo, analisar seu relacionamento com
Cristo, imitar o Cordeiro de Deus e, divulgar o evangelho eterno, só assim
estará cooperando no processo de abreviar a volta de Cristo e vinda de Deus!
Esta
é a maneira mais eficaz do ser humano demonstrar que é um fiel adorador do
único ser Onipresente, Onisciente e Onipotente!
QUANDO
A AÇÃO DIFERE DA INTENSÃO
A
instrução deixada por Cristo Jesus ao profeta João, era clara ao informar que
não havia necessidade de medir o átrio exterior do santuário de Deus.
É
sempre bom ficar atento que a instrução de Jesus ao fazer referencia ao
santuário de Deus, na verdade, era uma alusão ao ser humano, pois, a própria
Divindade identifica o homem como sendo Seu santuário.
Ora,
no santuário terrestre, para poder entrar no templo, representado pelos
sacerdotes, era necessário fazer uma autoanálise e depositar uma oferenda no
altar de sacrifício, que ficava no átrio exterior.
A
pessoa que não reconhecesse sua pecabilidade
e não sacrificassem suas atitudes vãs, não tinha direito de ser representada
pelo sacerdote para adentrar no Tabernáculo, no Lugar Santo. Automaticamente,
estaria desprovida das bênçãos eternais!
Como
nessa nova figuração, foi pedido que não se medisse o átrio externo do
tabernáculo, se entende que Cristo, nesse pedido, está confirmando que aqueles
indicativos do passado ainda continuam em vigor.
Portanto,
como nessa nova visão o Tabernáculo de Deus, representa cada ser humano, o não
medir o átrio exterior, seria demonstrar que nem sempre as obras que se
apresentam como tarefas de caridade e humildade, o são, verdadeiramente!
O
próprio Jesus quando esteve peregrinando aqui na Terra, na região da Palestina,
certa feita, alertou sobre esta possibilidade! "Este povo
honra-Me com os lábios, mas, o seu coração está distante de Mim." Mateus
15: 8.
Na
atualidade, muitos são enganados ao seguir obreiros fraudulentos que, no
entanto, demonstram ser piedosos, entretanto, estão distanciados de Cristo.
Tais
pessoas denotam crédito suplementar a determinados lideres e instituições,
enquanto que o Instituidor, no caso, Jesus Cristo, fica velado perante o
conceito de tais ministradores!
O
Messias, já havia alertado sobre essa postura, afirmando; "E em
vão Me adoram ensinando doutrinas que são preceitos de homens." Mateus
15: 9.
Na
verdade, Jesus está alertando cada pecador penitente para não deixar se levar
pelas obras exteriores de nenhum ser humano, pois, estas obras poderão ser
fraudulentas, no entanto, cada pessoa deve fazer uma análise de sua própria
vida e, se porventura, encontrar deficiência, procurar a correção divina, que
se encontra na pessoa de Cristo!
Ao
aconselhar o povo, então, Cristo faz alusão ao acontecimento recente dos
quarenta e dois meses, ou mil e duzentos e sessenta dias, que equivale há um
tempo, dois tempos e metade de um tempo que, historicamente, representa o
período de supremacia papal que cobre o espaço de 538 a 1798 que corresponde a
1260 anos literais!
O
que aconteceu nesse período? O ano de 538 determina a ascensão do Sistema
Papal que foi progredindo e se fortificando, ao tempo em que ia delimitando a
liberdade religiosa, até que os franceses, comandados por Napoleão Bonaparte,
feriram-no de morte em 1798.
Na verdade este fato se deu quando o Papa Pio VI foi feito prisioneiro por Berthier, general francês, em 1798, pondo cifras quase definitivas ao domínio temporal da Igreja Dominante, fato que repercutiu, principalmente, em toda Europa.
Nessa
data termina, então, o calcar do pé,
ou opressão imposta, naquele período, pela Igreja Dominante!
O
amigo leitor deve estar se perguntando, ora, o articulista se privou de
esclarecer que a opressão era sobre a cidade santa e, não contra as pessoas!
É
bom lembrar que o livro da revelação usa uma linguagem enigmática, portanto,
faz uso de várias figuras de linguagens, sendo assim, o escritor usa o recurso
da Metonímia, que é uma figura que fundamenta a proximidade de ideias,
explorando-se a relação existente entre as palavras.
Neste
caso, quando o Profeta afirma que a cidade santa foi oprimida, ele estava
fazendo uso de uma metonímia onde se interpreta o continente pelo conteúdo, ou
seja, a cidade santa, que é o continente, deve ser interpretada pelas pessoas,
que é o conteúdo de qualquer cidade!
No
caso de ainda restar alguma dúvida, sugiro ao amado leitor que recorra,
incansavelmente, à pesquisa da Palavra, que por certo, O Senhor Jesus Cristo,
esclarecerá qualquer dificuldade em crer, por isso, creia tão somente, pois,
esta é a vontade de Deus, que todos creiam em Jesus e tenham a Vida Eterna e,
ressuscitem no último Dia! “De fato, a vontade de Meu Pai é que todo
homem que vir o Filho e nEle crer tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no
último dia.” João 6: 40.
Este
é o nosso desejo e a nossa oração!