COMO CRISTO SE APRESENTA À IGREJA DE TIATIRA
Educador Glauco César
NOTA DO ARTICULISTA - Veicule nesse blog, seu artigo sobre esse mesmo assunto, remetendo seu texto para o e-mail janelaprofetica@hotmail.com
Uma vez que uma determinada opinião é postada, e outra sobre o mesmo assunto também é veiculada, abre a oportunidade aos leitores de entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar das mesmas, enriquecendo desta maneira, seu cabedal de conhecimento.
AO
ANJO DA IGREJA DE TIATIRA - Como não podia
ser diferente, Cristo, falando através do anjo Gabriel, reporta a todas as
pessoas, que viveram no período de Tiatira e, entraram ou não, em estreito
relacionamento com a Divindade, como um único ser indivisível, que usando dos
atributos da espiritualidade, deveria exercer o ofício de mensageiro entre Deus
e seus semelhantes, ou seja, um anjo!
Diferente da
compreensão dos demais intérpretes que, entendem que esse anjo a quem a
mensagem foi direcionada, seja, tão somente, a direção responsável pela igreja
ou, uma junta diretiva.
No nosso entendimento,
à medida que uma pessoa se envolve numa relação de conhecimento e intimidade
com Cristo, automaticamente, ela passa a ser mais um canal de divulgação das
boas novas, ou seja, mais um a participar do exército do IDE, recrutado por
Jesus, com a incumbência de divulgar aos que ainda não tiveram essa experiência
gratificante com a Divindade!
Esse
entendimento está respaldado na declaração encontrada no final de cada carta, onde
se acha uma assertiva afirmando que todos que tenham aparelho auditivo, deveriam
estar atentos às pronunciações do Espírito para
todas as igrejas.
Como bem
sabemos, não são, unicamente, os membros da junta diretiva que possuem ouvidos
para ouvir. Todas as pessoas possuem. Além de que o Espírito fala para as
igrejas e, não, meramente, para uma parte dela. Daí acreditar-se que esse anjo
seja figura de toda criatura que esteja predisposta a ser instrumentalidade nas
mãos de Cristo.
Diferentemente
dessa visão, alguns comentadores afirmam que o anjo de Tiatira foi acusado do
crime de conivência, onde esse anjo finge não ver, ao tempo em que encobre os
atos perniciosos da igreja dominante! Por isso mesmo, Cristo não tolera nem vê
com bons olhos o anjo irresponsável!
A inquietação
que surge nesse modo de entendimento é que, essa carta passaria a ser um
instrumento de acusação, ao invés de, conter informações com a finalidade de
instruir e, se possível, a depender da postura de cada indivíduo desse período,
modificar a maneira de agir.
Uma carta nesse
molde criaria uma barreira intransponível entre a Divindade e o pecador. Ela
criaria repulsa na pessoa faltosa e, não transmitiria o amor de Deus. Em sendo
assim, dificilmente a pessoa culpada, reveria seus atos!
ISTO
DIZ O FILHO DE DEUS – Havia transcorrido um pouco
mais de sessenta e poucos anos, quando Jesus Cristo tinha sido levado ao
sinédrio, naquele momento o Sumo sacerdote, apreensivo e repleto de dúvidas, perguntava
se o Filho do homem era, de fato, Filho do Deus Bendito!
Aquela pergunta
permaneceu como uma incógnita por muito tempo, obliterando, até mesmo, a capacidade
de ponderação de muitas pessoas.
Passado essa
quantidade de tempo, em carta a Igreja de Tiatira, Jesus se apresenta como
sendo, indubitavelmente, o Filho de Deus.
Essa foi a
única vez, em todo livro do Apocalipse que, Cristo se revela como sendo o amado
Filho do Onipotente. Esse título Lhe confere a unidade com o Eterno, é Ele
confirmando o que houvera dito no passado; “Eu e o Pai Somos um”. João
10: 30
Esta declaração
de Jesus identifica-O como membro da Divindade e, coloca sobre Ele todos os
atributos do Pai, tais como: onisciência, onipresença e onipotência! Sendo
assim, o Salvador se revela como sendo Aquele que tudo vê, tudo penetra e tudo possibilita,
“porque
nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Colossenses
2: 9
É fácil entender
por qual motivo Cristo se apresenta, uma única vez, no Apocalipse, como sendo
Filho de Deus. Ele é tido como nossa única referencia, e como Aquele que ‘saiu
vitorioso, e para vencer ‘ Apocalipse 6: 2.
Ficaria fácil o
pecador justificar o seu fracasso, ele poderia argumentar que Cristo venceu, só
pelo fato de ser Divino, se fosse humano, certamente não haveria de vencer!
Contudo, Jesus
venceu o pecado, como humano, Ele
nunca usou na Terra, Sua parte Divina, em benefício próprio. No entanto, Sua
morte redentora, como humano, não salvaria a humanidade, foi preciso que Cristo
morresse como Divino para salvar o humano!
A prova dessa
assertiva é que Ele, a segunda pessoa da Divindade, ficou totalmente dependente
do Pai, pois, tanto como Divino, quanto como humano, permaneceu morto no
período de três dias. Jesus mesmo atesta com firmeza isto, quando se revela
como Filho de Deus, afirmando: “Eu Sou o primeiro e o último; E o que vivo
e fui morto, mas eis aqui Estou vivo para todo o sempre” Apocalipse 1:
17 e 18.
Se Ele, como
parte da Divindade, não tivesse morrido, não necessitaria de ter sido
ressuscitado pelo Pai! “E matastes o Príncipe da Vida, ao qual
Deus ressuscitou dos mortos.” Atos 3: 15
Por isso, na
Revelação, só uma vez Ele se identifica como o Filho de Deus. Todavia, por ser mencionado
como vencedor, nesse livro, normalmente, Ele se apresenta como Filho do homem
para, como humano, ser a nossa referência.
QUE
TEM SEUS OLHOS COMO CHAMA DE FOGO – É comum se
fazer uma analogia aos olhos de Cristo, neste contexto, como sendo um rigoroso
aviso aos cristãos, não só daquela época, mas, de todas as eras por vir, de que
os olhos perscrutadores do Onipotente, não titubearão ao fazer o julgamento do
povo, com ardorosa severidade, e que os profanadores da congregação dos justos,
serão irremediavelmente fulminados, pela ação corretiva de Jesus!
Que visão
estonteante sobre Cristo, Sua Divindade e complacência! Esse seria um Deus sem
reserva de bondade. Se Jesus tivesse este aspecto, só beneficiaria o Inimigo. Pois,
é de uma Entidade Espiritual com essa característica que o Falsário gostaria de
ter como adversário, uma vez que, nem precisaria falsificar a imagem de Jesus, esta
particularidade seria suficiente para o Impostor sair vitorioso nesse embate!
Se essa não é a
figuração dos olhos como chama de fogo,
como devemos, então, fazer uma aplicação condizente com o caráter do Filho de
Deus?
Assevera o
ditado popular que os olhos são espelho da alma, eles denunciam se uma pessoa
está sendo franca ou, se está usando de fingimento! O texto relata que os olhos
de Cristo eram como chama de fogo. O que quer dizer que nem era chama nem muito
menos fogo. Portanto, era semelhante ou, tinha a aparência de chama de fogo.
Esse detalhe
nos informa que, para entender essa afirmação, precisamos compreender o que vem
a ser uma chama. Após ter ciência do que esse verbete representa, precisamos
conhecer o que significaria, conforme proposto no texto.
Inicialmente uma chama é a mistura de gases
incandescentes que formam uma labareda, provocando uma intensa claridade,
podendo ser sinônimo de luz ou conhecimento. Chama também pode ser figura de
uma coisa feita com zelo e ardor, numa entrega totalmente altruísta.
Eis aí uma
figuração que se encaixa perfeitamente com Cristo, Seu altruísmo é capaz de
unir os gases putrefatos exalados pela humanidade em pecado, com o fluido
incandescente do amor de Deus, fazendo com que a humanidade se prostre e, se
converta numa tocha de luz, capaz de ter conhecimento do pecado e, queira abandonar
o mesmo. Essa chama reflete todo o zelo e o ardor com que Jesus,
altruisticamente se entregou na cruz do Calvário, refletindo o amor de Deus!
Assim, os olhos
de Cristo são também fogo, não aquele tipo de fogo que simplesmente destrói e
desintegra todo material que tenha combustão, provocando uma verdadeira
calamidade!
O fogo não
serve somente para a destruição, é certo que ele também tem seu lado benéfico.
Apenas para a nossa informação, uma chama, necessariamente, não é fogo, ela
pode até conter fogo, mas o ter, não indica que seja fogo.
Este, por sua
vez, é o desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão
de matérias inflamáveis. Baseada nessa descrição poderá, então, entender com
maior profundidade a figuração dos olhos
como chama de fogo.
Certamente,
esse simbolismo, tem por finalidade descrever o calor relacional entre o Divino
e o humano, com o objetivo de derramar luz, que é figura de conhecimento e entendimento,
para clarear o trajeto do cristão em meio ao mundo escurecido pelo pecado!
O fogo quando
acontece em meio a grande quantidade de vegetação, enquanto tiver material de
combustão, ele prossegue devastando. Esta figuração representa a pessoa que tem
a chama do evangelho de Cristo, em existindo material de combustão, ou seja, pessoas com a mente aberta ao
entendimento, o ímpeto do fogo da verdade, alcançará essas pessoas, por estar
dispostas a ser purificadas pela ação do fogo de Deus. “Sabe, pois, hoje que o Senhor
teu Deus que passa diante de ti, é fogo consumidor”. Deuteronômio
9: 3
Além de que o
fogo, também serve para aquecer, daí o termo lar, que é o lugar da cozinha onde
se acende o fogo, que por analogia, aproxima as pessoas duma mesma família,
aquecendo e iluminando.
Essa figuração
demonstra o quanto Cristo está interessado em
participar da família humana para que, esta, desenvolva o desejo de fazer parte
da família divina!
E
OS PÉS SEMELHANTES AO LATÃO RELUZENTE – Alguns
comentaristas fazem uma junção de pontos semelhantes entre coisas diferentes
que são antagônicas em relação ao caráter de Deus.
Ao fazer uso de
analogia com essa característica, tais analistas pintam um quadro que dá
sensação arrepiante de medo, de pavor, chegando a incutir, no homem, uma
repulsa ou mesmo, uma aversão deste, em relação à Divindade.
Entre estes
analisadores existem os que defendem que esses pés semelhantes a ferro em
brasa, tem por finalidade, sujeitar as pessoas, ou seja, torna-las dependentes,
através da coação e do medo, para que assim, essas criaturas, rendam-se à
vontade da lei, e do próprio Deus. “Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos
pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não
esteja sujeito” Hebreus 2: 8.
A mim me parece
irracional acreditar que a Divindade sinta-se gratificada pela obediência
forçada! Uma obediência nesse molde, não satisfaria o Criador, nem a
humanidade, e estaria anulado por completo o
sagrado livre arbítrio!
No entanto,
essa postura, até um pouco irrefletida, é justificada e sustentada com razões e
argumentos bíblicos, tal qual o registrado no próprio Apocalipse 2:27; “E
com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro.”
Esses comentadores lançam mão da própria declaração de Cristo, demonstrando
assim que Jesus referenda o entendimento desses analistas. “Toda a autoridade Me foi dada no
Céu e na Terra” São Mateus 28: 18.
Arrematando essa
percepção eles concluem; contra fatos não
há argumentos. Por isso mesmo, os pés semelhantes ao latão reluzente, são
figuras inequívocas da sujeição do homem em relação a Deus.
Todo transgressor
que não dobrar sua própria vontade, este, sentirá a ira de Cristo, será
pisoteado pela vara fumegante que são os pés de Jesus, que reduzirá cada faltoso
em resíduos da combustão das substâncias do pecado.
Por certo, deve
haver outra compreensão sobre os pés
semelhantes ao latão reluzente.
Para tanto,
precisamos de informações sobre coisas simples, que no cotidiano, achamos
conhecer plenamente!
Todavia, como
cristão não conhecemos o largo nem o profundo das possibilidades de Deus,
portanto, necessitamos dEle, o entendimento!
Por isso,
devemos trilhar o caminho percorrido por Cristo e, se possível, imitar todo Seu
trajeto.
Que tal começar
pelos pés? Quando Jesus esteve na região da Palestina, era comum se observar Seus
pés empeirados. No entanto, na ilha de
Patmos, o vidente vê os pés do Filho do homem, numa condição bem mais apresentável.
Conforme Aurélio
Buarque de Holanda, pé, seria a parte inferior da perna, que se articula com
esta, assentando por completo no chão, e que permite a postura vertical e o
andar. Podendo também ser a parte inferior de um objeto, por meio da qual ele
se sustenta.
Essas definições
do dicionarista Buarque, faz desse lexicógrafo, quase um perito em interpretação,
deste texto apocalíptico, mesmo que, de forma não intencional.
Portanto, esta
figuração dos pés semelhante ao bronze polido ou latão reluzente, agora, ganha
um significado totalmente diferente, sendo muito mais Cristocentrico!
Nessa visão,
Cristo deixa o Céu, vem para a parte inferior, no caso, a Terra, se identificando
por completo com ela ou, se assentando no chão, onde, aqui, o Divino articula
com o humano, a maneira de possibilitar a este, que se levante do lamaçal do
pecado, imitando a postura ereta do Filho de Deus, para andar conforme o Filho
do homem, aqui andou!
Nessa figuração,
sentimos o envolvimento da Divindade em auxiliar o homem fracassado,
levantando-o e, possibilitando seu retorno à Eternidade!
Definição esta, onde percebemos que Cristo se humilha, tornando-se, por assim dizer, a parte
inferior do homem, mas, que dá sustentáculo a ele, é, portanto, o que dá suporte
ao homem e o mantém de pé! Jesus é o exemplo a ser seguido! “De
sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que,
sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas
aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos
homens; e, achando na forma de homem, humilhou-se a Si mesmo, sendo obediente
até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus O exaltou soberanamente, e
Lhe deu um nome que é sobre todo o nome” Filipenses 2: 5 – 9.
Agora temos
motivos coerentes para seguir a pisada de Jesus e, todo que queira retomar a
Eternidade terá que fazê-lo! “Porque para isto sois chamados; pois também
Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas”
I Pedro 2: 21.
Que esta seja a
minha e a tua postura, meu amigo leitor!