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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Janela das Reflexões - Reflexão Sensata

REFLEXÃO SENSATA
Educador Glauco César




Durante uma vez ao menos, possamos direcionar nosso pensamento, ao Criador, na derrocada final do espaço de tempo gasto pela Terra numa translação completa em volta do Sol.
 Peçamos que em cada dia represem nas docas da nossa mente as benesses que  são comuns Àquele que assentado está no Trono de Domínio Universal.
Colhamos do Grande Agricultor da Paz,  Seu fruto: Compreensão, harmonia, união e, sobretudo amor. Deixemos que o Manto da Paz repouse Seu olhar protetor sobre nós. Portanto, nunca O impeça.
Aprendamos dEle  o que é fraternidade,  estejamos dispostos a agradecer pela doação do Seu Filho, o único capaz de capacitar-nos para o bem.
Sejamos agradecidos, pela presença dEle em nós, por fazermos dEle nossa trilha na senda da qualidade.

Pois, sabemos, que somente Deus, o Pai, tem eterna eternidade, e que  o próprio Filho, Jesus, um dia padeceu, trocando a Sua vida pela morte. Revertendo, igualmente, a morte em Vida,  recebendo do Pai toda plenitude, por ter vida nEle mesmo.
Igualmente, aprendamos a agradecer não somente pelo que é primariamente essencial ou fundamental. 
Agradeçamos por aquilo que ainda não compreendemos; pela escuridão que oculta um novo amanhecer, fazendo toda a criação desentorpecer, estimulando-a para a vida.
Agradeçamos pelo ano que se finda, estejamos igualmente agradecidos por outro que ainda não chegou.
Deslumbremos por estarmos mudos, pois o silêncio nos conforta e apaga as tristezas d’alma.
Sejamos reconhecidos até pelo desprazer, pois nos dá o entendimento que; só Deus é o Verdadeiro  Amor.
Deus faz-nos agradecidos mesmo em meio a dor, quando ainda estamos vertendo lágrimas, e o nosso chorar ajuda-nos a divisar a alegria celestial, pois, só percebemos o refrigério após ter passado pela experiência do desespero.
Agradeçamos também por haver destruído os nossos maiores inimigos, tornando-os nossos amigos.
Agindo assim, a violência acabará e em seu lugar será enxertada a harmonia.
Agora, podemos respirar vida e paz no coração, pois Deus se faz certeza de um grande amanhã.
Jesus se faz e se fez criança para dar-nos um futuro, uma nova criação, num mundo melhor, igual ao que no Princípio fizeste.
Que possamos  escolher-Te, pois, a Divindade já nos escolheu.
Que cada um de nós possa acolher-Te nas malhas do nosso entendimento.
Esta é a minha singela mensagem para você, meu amigo leitor, neste novo ano que agora desperta! 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Janela das Reflexões - O CÉU DESCEU ATÉ NÓS

O CÉU DESCEU ATÉ NÓS
Educador Glauco César





Surgiu a Luz!
        Transborda-nos o sentimento de paz na plenitude de nossos mais íntimos anseios.
        Emerge do mais profundo do nosso ser a certeza que Deus está conosco.
         Nasceu Jesus!
   Impulsionemo-nos a uma íntima reflexão individual, para a necessidade de voltarmos a possuir o lampejo da esperança e da certeza do novo amanhã, repleto de carinho e da atmosfera celestial.


               Jesus é Deus conosco!
            Por isso, evola em cada coração o sentido de alegria que gera o verdadeiro sorriso que lança em cada olhar carente e perplexo, um motivo para a união com os semelhantes e o Criador, num ardoroso abraço de paz e fraternidade.
             Agora, é tempo de firmar as alianças da perenidade de amor, com as pessoas que passaram em nossa vida, as que ficaram, e as que preferiram se distanciar.
            Que todas elas sejam iluminadas pela claridade do Rei, e se enterneçam com os sons maviosos dos acordes angelicais. 
               É hora de se presentear a Deus em oferta voluntária, santa e agradável ao Criador.
                Se neste ano, sua vida foi só decepção, lembre-se ao menos dum momento em que você se sentiu feliz, assim, você terá descoberto a Cristo. Faça daquele momento a sua meta, e com a ajuda do Maravilhoso Conselheiro, tente perenizar aquele que foi o seu encontro com Deus, e descubra o tipo de vida que Deus está lhe propondo.
             Aos poucos verás que sua meta de felicidade será atingida, e, seus ideais serão plenamente realizados.
            Agora é tempo de Natal, agora é tempo de Jesus nascer cada manhã na manjedoura do seu coração.
                     Agora é tempo de perdoar aos que o magoaram, e verá o perdão dos que foram ofendidos por você.
             É tempo de harmonização de litigantes com as pessoas desavindas.
                      É tempo de perdão e união.

                      É tempo de Natal!... É tempo de Jesus!...

sábado, 14 de dezembro de 2013

Janela do Tempo - RELEMBRANÇA... QUÃO DOCE RECORDAÇÃO!

RELEMBRANÇA... QUÃO DOCE RECORDAÇÃO! 
Educador Glauco César




Aqui, na tranquilidade de minha casa, desfrutando do movimento oscilatório de minha rede, uma espécie de leito balouçante, feito de tecido resistente de algodão e pendentes pelas extremidades terminadas em punhos, presos em ganchos, colocados em duas árvores, um abacateiro e uma goiabeira, que plantei, faz muito tempo, em meu jardim, tento afugentar o enfado que causa em mim um enorme tédio!

De quando em vez, uma rajada forte de vento que joga para longe a sensação de abafo e calor, trazendo, na volta do balouço, uma tristeza que aperta o coração...
Tento reclamar com alguém para poder desanuviar essa emoção, mas, percebo que não tenho nenhuma companhia, a não ser o trato íntimo que trago em minhas lembranças!
Então, quebro o silêncio da tarde e começo a dialogar com minhas recordações!
Vejo, não muito longe, algumas crianças comentando, no outro lado do muro, que eu tinha enlouquecido, pois, elas não entendiam que a solidão é capaz de fazer a pessoa conversar consigo mesma, sem, no entanto, ter perdido o uso da razão!
 Eu estava apenas fantasiando, dando margem aos caprichos da imaginação!
Ao entregar-me à fantasia e devaneios, pouco a pouco minha mente sintonizava na linha do tempo, quando, na adolescência, juntamente com Salta Caminho, regressamos para a cidade, por haver terminado o período de férias.
Fizemos o trajeto numa agradável caminhada, seguindo a estrada de ferro, encontramos no percurso alguns moradores em carro-de-bois, outros em mulas, tomamos um susto quando a maria-fumaça, fumegante deu um sonoro apito, e, passou comendo terra, levantando poeira, e, de forma irada cuspia uma solução coloidal de uma fase dispersa sólida numa dispersora gasosa!
A grande porção de fumo jogada pela locomotiva, rapidamente desvanecia, só não se evapora as recordações, em minha mente, dos acontecimentos ocorridos nas semanas seguintes!
Naquela tarde chegamos moídos! O cansaço era maior que uma simples fadiga, era como se estivéssemos exaustos de ser criança! Me despedi de Salta Caminho e fui para o casarão onde morávamos!
Eu já estava ansioso para que o próximo dia chegasse, é que começaria o segundo semestre escolar.
Naquela noite, apesar do cansaço, quase não consegui dormir, o dia fora abrasador, por isso a cama permanecia quente, não me lembro a que hora dormi, acho que fui vencido pela fadiga...
A temperatura que me embalou fazendo-me dormir foi a mesma que me despertou! Eu me sentia com a sensação de não ter pregado o olho, por isso, quando Salta Caminho chegou me apressando para ir ao Ginásio, eu ainda estava meio sonolento. Assim, quase maquinalmente peguei os livros, cadernos, lápis, borracha e todo material necessário e, parti com meu amiguinho, rumo ao saber!
- Graveto, o que você está levando para a merenda? Eu estou levando um sanduíche de queijo de coalho! - Comentou meu amiguinho!
Eu, por minha vez, peguei na geladeira uma banana anã, prefiro essa que a prata, é muito saborosa e tem um cheiro que me deixa com água na boca!
Aquele dia foi muito bom, me traz boas recordações!
Alguma coisa diferente estava acontecendo comigo, relutei em contar para Salta Caminho.
Eu não poderia mais me conter, é que de uma hora para a outra as meninas estavam subindo em meu conceito!
- Salta Caminho, você viu a trança de Mariazinha?
- Por acaso sou cego? Claro que vi!
- Eu não tinha percebido nas ferrugens do rosto de Rosinha! - Comentei!
- Pois se prepare, de hoje em diante você vai querer ficar mais com as fulustrecas que mesmo comigo!
- Por mais que me agrade os trejeitos das dondocas, nunca você deixará de ser meu melhor amigo!
- Sei não! – Comentou Salta Caminho!
Os dias foram passando rápido como o trem nos trilhos! Até que um dia a locomotiva parou numa estação que eu ainda não conhecia, a Estação dos Sentimentos!
Essa foi uma das experiências mais confortadora que senti em toda minha vida, aconteceu exatamente no aurorescer da minha adolescência, quando começaram a fluir sentimentos que eu não sabia expressar em palavras.
Já são decorridas algumas décadas, no entanto, quando rebusco na sede das minhas recordações, sinto fervilhar a mesma disposição afetiva em relação àquela emoção, que na verdade era um misto de apego e melancolia, num sentimento estranho, que até então, a mim era desconhecido! Incomodava, mas era gostoso de sentir.
         Eu não sabia o porquê, mas aquele estado de ânimo provocava uma reação intensa e breve em meu organismo.
Era algo totalmente inesperado que vinha acompanhado dum estado de afeiçoamento dedicado que, ainda latente e reprimido, transformava-se em angustia afetiva com conotação, que eu não sabia definir, se penosa ou agradável!?
Aquele sentimento estranho era o desabrochar do amor no coração adolescente e ingênuo, que acumulava apenas quinze anos de idade!
Só sei que tudo isto ficou gravado, para sempre, no meu entendimento!
Como aconteceu? Lembro-me perfeitamente!
Eu era um adolescente preocupado com meu futuro, por isso mesmo, me dedicava aos estudos!


No casarão em que morávamos, havia no quintal um banheiro, uma escola de dactilografia, mais três quartos. Todos os ambientes nomeados, para identificá-los.
O sanitário, era a casa de Zezinho, a escola era o Instituto Presidente Vargas, já o quarto menor era denominado de sapateira, os outros dois, um era o quarto da empregada e o outro era identificado como o quarto de estudos.

Foi justamente no quarto de estudos, que tudo iniciou! Eu estava no quadro-negro estudando com alguns colegas de classe, quando de repente, chega Grassenta, uma amiguinha que morava ao lado, pessoa muito dada, sempre cultivando um belo sorriso, que harmonizava com seu olhar de lume castanho, externando uma expressão de doçura, que realçava sua postura gordota e, sem toscanejar me pergunta: - Graveto, você tem namorada no colégio? Pois, na rua em que moramos eu sei, você não tem!
- Para não me revelar um tagarela, apenas maneei a cabeça, indicando que não! Ela, então, servindo de intermediária, demonstrando toda sua capacidade de alcovitagem, me faz ver, que certa fulaninha, que morava na mesma rua, estava interessada por mim!
  Dei de ombros, como se a seta do cupido me não tivesse atingido! Percebendo minha reação, a tal alcoviteira, como se não tivesse atingido o alvo, dá um sumiço do quarto de estudos!
Ao me despedir dos colegas, fui levá-los até ao portão. Salta Caminho, percebendo a minha resistência psicológica e íntima àquele sentimento, que para mim era novo e desconhecido, segue com os colegas e, me deixa sozinho, parafuseando meus pensamentos a ponto de quase me matusquelar.  
O dia estava cálido. O sol ardente fez com que eu fosse até a amoreira e degustasse algumas amoras, levantei um pouco a vista e fiquei tentado a subir no pé de siriguela, um fruto avermelhado e sumarento, semelhante ao taperebá ou cajá, porém, muito adocicado.
Estando ali, sentado num galho dessa imponente árvore, me deliciando com a suave brisa, que, de quando em vez me refrescava!
Foi quando uma rajada quente de vento balouçou os galhos, que quase me desequilibra, momento em que tive uma visão que jamais me esquecerei.
Vi, com esses olhos que a terra haverá de comer, pedalando em sua bicicleta, passeando em minha calçada, aquela menina, que nutria sentimentos por mim.
Ela parou em seu trajeto, olhou para cima, deu um sorriso desconfiado, um tanto inibido e quase brejeiro, então, montou em sua bicicleta e voltou para sua casa!
Aquele sorriso, desprendido por aqueles belos lábios, úmidos e entreabertos, que nada pronunciaram, até hoje, falam aos meus sentimentos!
Bons tempos, aqueles!
Foi ali, naquela árvore, que o deus alado do amor, com os seus olhos vendados e, munido de arco, flecha e aljava, me atinge certeiramente, com a sete flamejante do sentimento ardente da paixão!
Foi o bastante, para que caísse a ficha do amor!
Desci rapidamente da árvore, olhei para um lado e para o outro, fiquei desconfiado, com uma ânsia insaciável de abocar qualquer coisa, comi várias siriguelas e um punhado de amoras que, algumas caíram de minha boca, manchando minha camisa branca.
Meus olhos corriam em direção a casa daquela menina, quase saindo da órbita ocular! Algo estranho estava acontecendo comigo, e eu não sabia me conter!
Um canto de alegria e regozijo desprende dos meus lábios, como se nascesse, naquele instante, a cantata e, ressuscitasse a antífona, em louvor ao sentimento maior!   
Em seguida, com as rédeas do pensamento, soltas, como que bailando, ao som mental da melodia dos apaixonados, criei a figura majestosa de minha musa, como uma deusa, com as feições daquela menina, que me inspirava e fazia sonhar acordado!
Surge um problema, que pouco a pouco ia minando minha confiança e, gradualmente eu via minha autoestima se arquejando e, sem que eu pudesse deter, foi lentamente me abatendo.
Contudo, cada vez que eu via aquele sorriso, ele redobrava meus sentimentos, que não permitia que eu esmorecesse e nem expirasse aquela afeição!
Uma coisa era certa, eu poderia ter todas as virtudes, mas, decisivamente me faltava a que eu mais necessitava, ser um bom galanteador!
Fiz de tudo para revelar àquela menina os meus sentimentos, contudo, a língua me ficava pesada, a ponto de não saber dizer... Amo-te!
O tempo foi passando e, cada vez a situação ficava mais incômoda para mim. Foi quando, certo dia eu decidi que, daquela noite não passaria! Era tudo ou nada, satisfação ou desilusão!
Como todas as noites, brincávamos na rua de nossa casa, imaginei que na brincadeira, eu teria oportunidade de conversar com aquela menina!
Não pedi ajuda para ninguém, sequer falei para Salta Caminho sobre a minha situação, uma vez que não sabia se meu amiguinho me auxiliaria ou caçoaria de mim!
Para quebrar o gelo, comprei um saco de pipocas, para assim começar a conversa, no momento oportuno, com a pretendida...   
Naquele dia, parecia que as horas estavam emperradas, o dia caminhava preguiçoso e morosamente, a ponto de querer empurrar o sol e tentar puxar a lua, para a noite chegar mais rápida, tamanha era a minha expectativa!
Até que, finalmente, chega a tão esperada noite!
Na janta, não consegui tomar sequer uma vitamina! Minha mãe ralhou comigo, em tom de admoestação, procurando entender o que se passava!
Senti um grande aperto no meu coração, levantei-me apressadamente, corri para a calçada, e fiquei pacientemente olhando em direção da casa daquela menina, esperando pela visagem do amor!
Chegaram alguns amigos e falaram comigo. Salta Caminho percebeu que meus olhos estavam hipnotizados em direção ao infinito, como que imaginando receber o sim, de quem tanto eu amava!
Naquela noite, a brincadeira era para não deixar a bola de vôlei cair. Quem deixasse cair, sairia da roda!
Não sei se propositadamente, aquela menina deixou a bola cair. Eu vi nesse fato, a oportunidade de que eu tanto aguardava.
Providenciei, de forma intencional, meu erro, para assim, sair da roda, então corri e peguei o saco de pipocas, que eu houvera deixado dentro de um carro velho e antigo, que chamávamos de pacar. Sentei-me ao lado daquela menina, no meio-fio e, comecei, então, a colocar em prática o meu plano!
Com extrema ansiedade abri o saco de pipocas, peguei uma pipoca e levei em direção aos lábios daquela menina!
Imaginei dizer tudo que eu houvera ensaiado, horas a fio, para ouvir dela o aceito!
No entanto, só consegui dizer: - É, não é? – Ela então me respondeu: - É!
- Por minha vez, eu retruquei: - Pois é!
- E não consegui dizer mais nada! Daí pra frente, não conseguimos mais dialogar! Ela comeu todas as pipocas, ao passo que eu ficava cabisbaixo!
A primeira rodada da brincadeira havia acabado, por conseguinte voltamos a participar da roda!
Assim que a bola chegou às minhas mãos, rapidamente e sem refletir, joguei-a em direção dela, que sem pestanejar e com rapidez impulsionou-a para mim.
Dessa maneira a bola ficou viajando, num movimento de ida e volta, num mesmo percurso, de mim para ela, e dela para mim!
Todos os nossos companheiros nos olhavam e não diziam nada!
Até que, um determinado senhor, que por ali passava, observando e entendendo o que estava acontecendo e, percebendo toda a minha dificuldade, toma uma decisão, que para mim, naquele momento, era drástica, mas muito bem vinda e aguardada!
Ele se meteu no meio daquele jogo, segurou aquela bola, olhou fixamente para a mesma e disse: - Esta bola é o meu coração, e irei entregar à pessoa que mais amo!
- Em seguida, ele colocou a bola em minhas mãos e disse-me: - Toma, entrega para ela!
- Fiz, exatamente, o que aquele senhor mandou! Podem ter certeza, aquele foi o mais feliz e emocionante instante de minha vida, que até hoje guardo como lembrança inalterável nas minhas reminiscências!
Na manhã seguinte, procurei saber de Salta Caminho quem era aquele distinto senhor que me ajudara em minhas limitações, e que de maneira tão singela colocou as palavras certas, no momento exato, nos meus lábios, me deixando leve como as plumas, para alçar o vôo dos sentimentos nobres!
Salta Caminho, o melhor de meus amigos, me respondeu que não tinha conhecimento, só que senti em sua voz uma maneira um tanto ríspida! Será que perdi meu amiguinho de tão longo tempo?
O certo é que gradativamente ele foi se afastando,  até que, num certo dia, quando regressava do Ginásio, perto de minha casa, avisto Salta Caminho correndo desembestado em direção a minha pessoa e, ofegante me segreda: - Graveto você se lembra de Rosinha? Pois bem, hoje, durante o recreio, tivemos uma conversa séria, e, aconteceu...
- Eu sei, você também foi fisgado pela seta do cupido, o flecheiro, não é verdade?
- Ele sorriu, e como estava apressado para levar Rosinha para degustar um sorvete, se despediu e disse: - Depois a gente conversa, amigo...


sábado, 16 de novembro de 2013

Janela do Tempo - DOIS TEMPOS

DOIS TEMPOS

Educador Glauco César
                          

        









         

                    

          Mariaaana! Se avexa que a Canarinha vai levantar a taça! É hoje que seremos campeões!... (Berra Seu Bastião Orelhudo), Vem, ligá meu rádio ABC, novinho em folha!    


     
                  
                    - Marê, estava envolvida no labor de todos os dias, enxugou suas mãos no avental, uma vez que acabara de lavar os cacarecos do almoço e, arrastando seu tamanco, um calçado muito grosseiro de madeira de mulungu, um lenho branco-amarelado, muito poroso, a correia do tamanco, era entrançada, feita da fibra do caroá tingido de cores, ela foi prontamente atender seu marido!

              - Tá azafamado homem? Tem calma, vai te pacientar!
        - A mulher falou assim, pois, estava com a responsabilidade de cuidar, justo de dois amiguinhos, Graveto e Salta Caminho, que lhes abarrotavam de perguntas curiosas!
            - Virgem, e tem um besoiro dentro do rádio, é Orelhudo?
                    - Eita, mulé besta, tô vendo que tu não entende de tecnologia, isto é a válvula, esquentando, ‘as dispois,’ o homem começa a falar de dentro do ‘bicho’!
               O bom homem, ainda arrotando o “cumê” do almoço, bofava o ar com o cheiro do pirão de bode, preparado com esmero pela sua esposa Marê! Ele, então retruca: - Oxente, mulé! Ocê num sabe que é hoje o jogo finá? Lá no Maracanaço vamo metê uma enxurrada de gols no ‘fracote do timeco’ do Uruguai!
              - Toma cuidado, criatura da cabeça dura, Deus escreve certo com linhas tortas!
                       - Virgem, mulé, ta azarando é?
                     Vamos, já passa duas horas do meio-dia, e aqui no meu rádio ABC – A Voz de Ouro, tá dizendo que a decisão começa às duas horas e cinquenta minutos!
                     Ademais, nós vamos ganhá sim, pois, metemos sete e só tomamos um da Suécia e na Espanha fizemos seis e sofremos só um!
                       - Sei não, só sei que o jogo só se acaba quando termina! E ainda nem começou, quem morre de véspera é peru! (retruca Marê)
                  - Morre nada! O dia do peru morrer é justamente, no dia anterior da festa! Além disso, a gente só perde essa, se for mesmo castigo!
         Portanto, prepara a festança, ‘prumode’ a gente comemorá!
                 Anote aí, o dia dezesseis de julho de mil novecentos e cinquenta vai ficar gravado na história como o dia mais feliz do Brasil!
                 Manda os meninos parar com a azafamação, pois, o jogo começou! A gente pode dar até o empate de lambuja, mesmo assim a taça é nossa, mas, nós vamos ganhá fácil, fácil!
                - Com o correr do tempo Seu Bastião ficou de orelha levantada e meio acafifado, o que provocou essa melindra foi que terminou o primeiro tempo, e nada de nadica de gol!
                - Reage homem, é só o Brasil fazer o primeiro, então a porteira se abre totalmente!
                 - Que os deuses do futebol te ouçam!
                 - Come umas guloseimas e esse mal-estar passa!
                 - E passou mesmo!
                Mal o jogo teve início no segundo tempo, o locutor, aquele homem de dentro do rádio, começou a se empolgar dizendo: - Ataque fulminante do Brasil, Zizinho toca para Friaça na ponta direita, que recebe o balão de couro nas costas de Andrade, em total impedimento, sai na cara do gol, tá na banheira, o bandeirinha marca impedimento, o juiz nada marca, mais Friaça marca o gol, ele tocou na direita de Máspole, e é..... gooooooool do Brasil!!!
         - Nesse momento a casa de Orelhudo virou uma desordem total, todos pulavam e gritavam!
              O homem deixou de roer as unhas e abraçou a mulher lembrando que, a partir de então, a porteira estaria aberta e esse seria apenas o primeiro pingo da chuva de gols que o Brasil imporia na frasqueira do Uruguai!
               Contudo, ‘nem tudo são flores’, existe ‘o dia do caçador e o dia da caça!’
              Esse, indubitavelmente era o dia da caça, mas, Orelhudo nem suspeitava disso!
                    Sua alegria durou apenas alguns minutos, o que não se esperava aconteceu!
                    O homem do ‘ABC’ boquiaberto e bestificado, com a voz embotada, descreve para todo o Brasil o gol de empate!
                  Orelhudo estava com as ‘oiças’ atentas e ouvia o que não queria ouvir: - O Maracanã, conjuntamente a todo o Brasil, está vivenciando há exatos vinte e um minutos, uma extrema alegria... Olha! Cuidado com esse homem... Varela lança o balão de couro para Ghiggaia na ponta direita, Bigode, nosso lateral-esquerdo, ‘dança feito confeito na boca de velha’, Varela cruza à meia altura, Juan Alberto Schiaffino, tenta emendar de primeira na direita de Barbosa e para nossa alegria erra, ufa!  Esperem!!! Não posso crer! Schiaffino pegou mal na bola, que espirra à direita do goleiro brasileiro, a pelota de couro vai morrer mansamente nas redes da meta brasileira, é gol do Uruguai, o jogo está empatado! O Maracanã está em mórbido silêncio, com esse gol do Uruguai o riso do povo brasileiro transmuda-se em pranto!
                    Mas não é o fim, com o empate o Brasil ainda assim está de posse da taça de campeão! Não podemos nos abalar, a Copa do Mundo será nossa, vamos em frente Brasil!
                     - A voz do narrador estava embotada, o Brasil inteiro chorava a queda de sua cidadela, aquele gol solitário estorvou a felicidade de toda a nação brasileira, e abalou a estrutura da nossa imbatível seleção!
                   Bastião Orelhudo ficou de cabeça inchada, se apegou à santa padroeira do futebol, esperando que acontecesse um milagre, que não veio!
                           Parece mesmo que Bastião pisou em rastro de chifrudo, pois, o Uruguai passou a dominar o jogo, Orelhudo atento aos acontecimentos passou a ouvir o locutor: - O Uruguai pressiona pela ponta direita, Júlio Perez e Ghiggaia tabelam, envolvem Bigode nosso lateral esquerdo, que não sabe a quem marcar. Perez lança para o ponta uruguaio que passa de passagem por Bigode e, aparece na cara de Barbosa nosso golquíper, este se agiganta  na frente de Alcides Ghiggaia que vê uma brecha entre o goleiro e a trave esquerda, a bola passa rasteira, queimando a grama, é gol uruguaio que marca seu segundo tento, virando o jogo!
                  - Bastião não diz uma única palavra, levanta-se, coça a cabeça, dá um pigarro, senta, levanta-se outra vez, faz menção de que não gosta do que está ouvindo, dá um beliscão no seu próprio braço, deixa escapar um gemido de dor, percebe que não é um pesadelo e, acorda para a realidade!
              Então, como se estivesse delirando, um pouco avariado, começa a interagir com o locutor do rádio ABC perguntando com firmeza irracional: - Diga, quantos minutos faltam para eu empatar e virar esse jogo? Eu não quero saber se o Uruguai está mandando no jogo, eu estou mandando você dizer quantos minutos me restam para eu botar essa bola no filó, e poder gritar com todas as forças de minha goela, goooooool do Brasil!!! Gol do Brasil, do Brasil, do Bra.....
                 - Tenha calma, Bastião, acorda pra Jesus Cristo! Veja, eu sou sua esposa, a Seleção está perdendo, contudo, os dias continuam!
                  - Orelhudo, se situa no resultado do jogo e ouve, para seu desespero as últimas palavras do locutor do rádio: - Às dezesseis horas e cinquenta  minutos o Árbitro apita o final do jogo. Os uruguaios pulam de alegria, se abraçam e dão cambalhotas, exteriorizado intensa euforia... Os jogadores brasileiros choram lágrimas de pavor, com os olhos vermelhos, os rostos desfigurados e, deprimidos de vergonha descem para o vestuário.
                   O Maracanã passou a ser o palco de tristeza de um povo sofrido, achocalhado e abatido, contudo respeitam os Campeões do Mundo, a Seleção Celeste que está postada no centro do gramado com camisetas azuis e meias e calções negros...
               - Com determinação e muito vigor, Bastião, puxando pelo fio, desconecta o rádio desligando-o, o mesmo fez um chiado, foi perdendo a voz e calou-se, tempo em que Orelhudo desabafa: - Nunca mais vou ficar alegre, nem sequer esboçar um sorriso!
              - Por alguns instantes a casa ficou sepulcralmente silenciosa!  O momento era de intensa reflexão, aquele estado de letargia cavernosa, aos poucos foi perdendo sua força e sua indiferença!...
                  Para acabar de vez com o abatimento moral e físico que Bastião Orelhudo se encontrava, aparece, como que do nada, Salta Caminho, implorando para o abatido homem prestar atenção na história de Graveto!
                Bastião respirou fundo e, por fim concordou: - Tá bem! Desembucha o que você tem pra contar! 
              - Um pouco sem jeito, Graveto meio desconfiado mais, inteiramente convicto do que ia falar, chegou perto de Bastião, convidou-o a ir com ele até junto à parede que fazia divisa entre o alpendre e o interior da casa!
                  Foi justo neste espaço coberto, reentrante e, aberto na fachada da casa, que dá acesso ao interior, que Graveto, como que estivesse desvendando um grande segredo olha fixamente para Bastião e, desvia o olhar para a parede, aponta para uma lagartixa, também conhecida na região norte como osga, que é um réptil com dedos providos de lâminas transversais, adesivas, que lhes permitem subir em paredes lisas!
                  Graveto matutou, parafusou uma maneira de como falar, então, começou a desembuchar toda sua experiência: - Tião, você sabia que eu, semelhante a uma osga, poderia andar numa parede lisa?
               - Você quer dizer como lagartixa, sem escorregar nem cair?
                     - Isso mesmo, Orelhudo!
                     - Você pode me mostrar como faz isso?
                     - Claro!
                 - Naquele instante Graveto fixa com firmeza sua mão esquerda numa parte alta da parede revestida de azulejo, um ladrilho vidrado, branco e, desembuça: - Veja que minha mão não escorrega, não é verdade, Seu Orelhudo?
                       - Com certeza, sua mão está bastante firmada!
                  - Veja agora, vou colocar também a minha mão direita e ela vai ficar sem escorregar! Agora vou fazer o mesmo com o meu pé direito, ainda assim, não escorrega nenhuma de minhas mãos nem o meu pé direito! Isto não é fantástico?
                   Pois bem, só uma coisa me deixa cabreiro, veja agora o que acontece quando eu coloco o pé esquerdo na parede, na mesma altura do pé direito!
                         - Coitado de Graveto, estatelou-se no chão!
                        - Que nada, sou muito atilado e posso mostrar a minha esperteza, basta eu cortar o meu pé esquerdo, e andarei em qualquer parede lisa! Como você vê, os outros três membros ficaram fixos na parede, só o pé esquerdo é quem atrapalhou, então, sem ele, andarei na parede, semelhante a uma lagartixa!
                   - Nesse instante, Bastião Orelhudo, que momentos antes, houvera afirmado que nunca mais sorriria, esboçou de forma rudimentar uma leve descontração facial!
                   Ainda um pouco irritadiço e bastante constrangido em face da recente derrota do Escrete Canarinho, Orelhudo, para dar continuidade ao seu processo de desopilação resolveu fazer algumas flexões que o ajudaria a esquecer a derrota brasileira, bem como manteria o seu bom condicionamento físico!
               Salta Caminho, como um anjo da guarda acompanha Orelhudo e convida Graveto a seguir a mesma direção dele!
                 Os dois meninos confabulavam alguma coisa que era de interesse só deles! Bastião, ainda absorto, concentrado em seus próprios pensamentos, não prestava atenção na conversa das crianças!
        Parecia que nada incomodava Orelhudo! Maquinalmente ele retira sua camiseta e fica só de calça curta e entufada que ia desde a cintura até aos joelhos!
                 Encontrou uma prancha de madeira que estava apoiada num batente, deitou-se sobre a mesma e, pediu para Salta Caminho segurar seus pés, para evitar qualquer movimento dos mesmos, então começou a fazer flexões, querendo trabalhar o abdômen!
                      Concentrado em seus pensamentos ele estava, de fato, alheado, pois, na medida em que assobiava uma música saudosa, contava a quantidade de suas flexões: - um, dois, três...
                   - Naquele instante foi interrompido sumariamente por Graveto que faz uma curiosa pergunta: - Que cicatriz é essa em sua barriga?
               - Antes de responder a interrogação Bastião vasculha em sua mente à maneira mais correta de responder aquela pergunta, para que a mesma ficasse simples e de fácil compreensão para o raciocínio infantil!
        Decide, então, comparar com algo que já fosse de domínio intelectivo do pirralho!
               - Pois bem, lembra-se que sua mãe, recentemente, esteve prenha, de bucho, sua barriga foi pejando, cada vez mais enchendo, pois, ela estava carregando um organismo humano em desenvolvimento em sua barriga?
              - Sim, lembro-me, até perguntei para papai o que tinha na barriga de mamãe, e ele disse que era água, então eu perguntei se o bebê não morria afogado! Papai ficou com melindre, meio sem jeito e bastante afetado!
                 - Isso mesmo, ao terminar o período de gestação, sua mãe foi para a maternidade, setor do hospital para mulheres no período de gravidez, lá ela fez um parto cesáreo, o médico parteiro cortou a barriga e retirou o nenê lá de dentro, nascendo assim, seu irmãozinho!
            Algo semelhante aconteceu comigo, eu estava sofrendo de apendicite, uma inflamação do apêndice e necessitava tirar o treco para aliviar a minha dor.
              Fui então, para o hospital fazer uma intervenção cirúrgica, onde o médico através dessa operação extraiu o apêndice, assim, adquiri esta cicatriz na barriga!
                    - Sobre o hospital, entendi tudo, tintim por tintim, com todas as particularidades, só não entendi tudo, ponto por ponto, por não saber o que é apêndice!
                  - Com a fisionomia um pouco gozosa, Orelhudo se apressa em esclarecer! – Apêndice é um órgão humano, que no meu caso, estava com deficiência, como que quebrado e precisava ser retirado rapidamente para eu não continuar sofrendo! Espero que você, agora, tenha entendido tudo minuciosamente!
                  - Como Graveto gostava muito de músicas religiosas e, na igreja se deliciava com as melodias executadas no órgão, também conhecido por harmônio, saiu com essa preciosidade: - Ufa! Ainda bem que foi só um órgão, pior seria se fosse um piano!....                 
                  Neste instante, Orelhudo não se conteve e, deu uma gozosa e descontraída risada!...

sábado, 2 de novembro de 2013

IDE - Você, estrela na mão de Cristo

VOCÊ, ESTRELA NA MÃO DE CRISTO

Educador Glauco César


NOTA DO ARTICULISTA -  Veicule nesse blog, seu artigo sobre esse mesmo assunto, remetendo seu texto para o e-mail janelaprofetica@hotmail.com
        Uma vez que uma determinada opinião é postada, e outra sobre o mesmo assunto também é veiculada, abre a oportunidade aos leitores de entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar das mesmas, enriquecendo desta maneira, seu cabedal de conhecimento.



  Uma só vez nos é dado percorrer com a existência o caminho da vida. Nas melhores das suposições admissíveis, mas não demonstrada, restam-nos poucas dezenas de anos.
O problema é como deles obter o maior benefício? Que bênçãos nos reservarão? E, mais importante que qualquer outra pergunta! Que contribuição poderá trazer para a vida dos demais?
Entre os mais apreciados tesouros da vida acham-se a saúde, um lar feliz, amigos leais e paz de espírito. Estas riquezas estão ao alcance de todo ser humano, não importa qual seja sua posição na vida ou na situação material. Cada qual tem a chave em suas mãos.
         Não é simplesmente uma visão utópica de pessoas visionárias. É, contudo, uma certeza inabalável nas promessas do Criador.
Haveremos de apoderar de todos estes tesouros na radiosa manhã da ressurreição.
Não obstante, hoje, as águas das quais temos dessedentado, são ao nosso paladar amargas, mas, Jesus pode com Seu amor, torná-las tão doce!
Deus proveu um conforto para toda alma ferida. Não quer agora, como nunca dantes, estudar as Escrituras? Busque no Senhor toda sabedoria para suprir as emergências.
Em cada prova, suplicai a Jesus que vos mostre um meio de saída de vossas dificuldades, e então vossos olhos se abrirão para ver na Sua Palavra, no caso, as curadoras promessas que, como lenitivo, foram aplicadas no vosso problema.
Deste modo o inimigo não encontrará lugar para vos levar a lamentações e descrença, mas, ao contrário, tereis fé, esperança e ânimo no Senhor.
O Consolador dar-vos-á criteriosa possibilidade de perceber as bênçãos, que por certo, agirão como poderoso antídoto contra os percalços e as tristezas da vida.
Essa benevolente prova de amor, por parte de Jesus, envolve vossas decepções e amarguras de forma tão carinhosa que vossas tristezas se convertem em alegria amena, e dará à alma humana uma confiança pura e santificada na Divindade.
É só experimentar e perceber por meio dos sentidos esta meiga doçura para sentir uma transformação que proporciona tranquilidade da alma, dando uma confiança inabalável na graça divina.
A fim de colher o mais rico benefício dos dons da vida, é necessário submeter-se ao governo de certos princípios essenciais. As ações e as atitudes por si sóis determinarão o grau de felicidade que desfrutará.
O estudo profundo da Bíblia, em especial da revelação Apocalíptica, ajudará você a desvendar o real caminho que o conduzirá para o sucesso espiritual e a felicidade em Cristo.
Agora, mergulhemos no estudo analítico do penúltimo verso do primeiro capítulo deste tão extraordinário livro o Apocalipse.
Volvamos as nossas mentes para as palavras contidas no versículo dezenove do capítulo primeiro. Descreve assim: “Escreve as coisas que tens visto, e as que depois destas hão de acontecer”. – Jesus repete aqui a sua ordem de registrar a visão, e João devia tomar muito cuidado para que a Igreja não fosse privada, nem no mínimo, da revelação recebida na ilha de Patmos.
Noutras palavras, ele foi advertido a ser fiel porta-voz de seu Senhor à Sua igreja, que são todas as pessoas que estiverem vivas na Terra, uma vez que Deus não é Deus de mortos! "Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacó? Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos." Mateus 22: 32.
Assim, são também advertidos, todos os que ministram o evangelho, a serem fiéis em sua sagrada missão.
Não há nada mais desagradável a Deus e a Jesus do que a infidelidade de seus mensageiros. Que os embaixadores do Senhor, do presente, atendam à advertência e deem a mensagem com acurada fidelidade.
Meu prezado leitor, cada um de nós, ao tomar ciência da real vontade de Deus, passa a ser um mensageiro, ministro em potencial, com o intuito de divulgar e escrever nas tábuas do coração de todo pecador, a vontade divina, transmitindo-lhe todas as verdades de Deus que são aptas para a salvação.
Lembre-se, é dever de cada pessoa fazer a obra do Bom Pastor, Jesus Cristo, e se possível, até dar a vida pelas ovelhas, conforme João 10: 11. “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.
Note que estamos lendo e aprendendo as verdades de Deus, reveladas nas páginas Sagradas. Fomos comissionados por Deus, para anunciar aos outros estas verdades aprendidas. Veja o que diz Ezequiel 33: 7. “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia... tu, pois ouvirás a palavra de Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte”.
Você também está incluído no contexto deste verso. Portanto, vá e anuncie!
Desta geração atual, a maior parte dela não quer ouvir a positiva verdade bíblica, e em lugar do testemunho reto, quer para si doutrinas aprazíveis e enganadoras. É o que revela-nos Isaías 30: 10. Descreve Assim: “Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e tende para nós enganadoras lisonjas”.
Contudo, cada pessoa, deve ficar isenta dessa postura e, possa atuar de forma diferente, onde a atitude na forma de pensar e agir reflita total responsabilidade com a sã doutrina, seguindo o conselho de Jeremias, contido no capítulo quinze, verso dezesseis que descreve: “E achadas tuas palavras, logo me alimentei delas, as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração”.
Meu amigo leitor, se a Palavra de Deus tem sido em seu coração gozo e alegria, a você resta somente uma coisa, dela se alimentar e, doar aos outros que certamente estão necessitados. Veja Ezequiel 3: 1. “Ainda me disse: Filho do homem come o que achar come este livro, [a Palavra de Deus] e fala à casa de Israel”.
Esta deve ser a minha e a tua experiência.
Sabe-se que a Terra é a habitação própria do ser humano, contudo, com o advento do pecado ela tornou-se malsinada. Por isso mesmo, a humanidade encontra-se inquieta, pois, está envolvida num redemoinho de aflições.
É necessário que haja uma reformulação geral no planeta, para que ele volte ao estado original, somente assim, o ser humano encontrará a tão desejada paz, todavia, para habitar na Terra renovada, se faz necessário que o gênero humano passe por um período de aperfeiçoamento no Céu, depois de mil anos Cristo devolverá a Terra ao humano e, nunca mais haverá pranto, tristeza ou dor!
Fiquemos atentos ao relato de Apocalipse 1: 20. “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete Igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete Igrejas”. – João tem visto Jesus no meio de sete candelabros de ouro! Como vimos anteriormente, os sete castiçais de ouro, representa cada pessoa que viveu, vive ou viverá em cada período da história eclesiástica cristã, desde seu estabelecimento, quando Jesus repassou Seus ensinamentos para os discípulos, percorrendo cada período, vindo a eclodir quando do estabelecimento do Reino da Glória, quando a Procissão Celestial vier buscar os Seus remidos!
Nessa cena, Cristo estava com sete estrelas na mão direita. Isto nos assegura que nenhuma pessoa, que é na verdade a igreja de Cristo, candelabro de ouro, que esteja fiel à missão do IDE, ou seja, divulgar as boas novas para toda criatura, tribo, língua e povo, não necessita temer à destruição; porque nenhuma estrela, nesse caso é uma alusão aos que refletem a claridade do Evangelho, pode ser arrebatada da mão de Cristo, pois, têm a proteção do Onipotente!
Como se vê nesse verso, cada pessoa é, verdadeiramente, a igreja de Cristo, no entanto, nem todas irão ter direito à Vida Eterna, somente o castiçal de ouro que esteja refletindo a luz da Verdade terá o direito de herdar a eternidade, daí o simbolismo de estrela!
Jesus é aquele que está com as sete estrelas em Sua destra, Ele está dirigindo estas palavras a toda pessoa que queira corresponder ao IDE. A toda criatura Deus confiou pesadas responsabilidades. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16: 15 “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, em testemunho a todas as nações. Então virá o fim.” Mateus 24: 14.

Meu prezado leitor cabe a cada pessoa essa sagrada missão! O testemunho de cada criatura será o divisor de águas capaz de impulsionar a marcha do bem contra o mal! Contudo, para isso acontecer temos que receber de Jesus as doces influências que hão de abundar naqueles que se fizerem estrelas na mão do Mestre, assim, cada pessoa deve revelar o amor de Cristo.
As estrelas do céu estão sob Sua direção. Enche-as de luz; guia e dirige seus movimentos. Por estar atreladas ao poder do Onipotente, jamais cairão!
Assim, cada pessoa se torna ministra de Cristo, tornando-se instrumento em Suas mãos, e todo o bem que podem fazer é realizado por meio do poder divino. Por meio deles se difunde a luz do Salvador, que deve ser sua eficiência.
Basta tão somente olhar para Cristo, assim como Ele olha o Pai, para a pessoa ser capacitada a fazer a obra do Mestre. Quando dependem de Deus, Ele lhes dará Seu resplendor para refleti-Lo ao mundo.
Lembre-se, você que é como as estrelas na mão de Cristo, deve cultivar sempre uma sagrada e santa dignidade, pois, você é o legítimo representante de Cristo!
A simplicidade em Cristo é a pura e sagrada dignidade da verdade. Os amigos de Deus devem pregar a Sua palavra ao povo. Sob a operação do Espírito Santo, eles pôr-se-ão em ordem como as estrelas na mão de Cristo, para brilhar com Seu esplendor.
É um vivo privilégio, para cada pessoa que se fizer ministra do evangelho, ser considerada como astros brilhantes.
Disse Jesus por intermédio do anjo Gabriel a Daniel: “Os entendidos, pois resplandecerão, como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente”. Daniel 12: 3.
Assim, deve aquele que se fizer ministro de Cristo, atender ao IDE, seguir o curso indicado pelo Mestre e, dEle depender inteiramente na inspiração e no poder de Sua Palavra.
Se for fiel na sagrada incumbência que lhe foi confiada, terá do Mestre a honra; mas, se não cumprir fielmente a sagrada missão que se lhe confiou, afastar-se-á desta mesma mão que os sustém.
Lembre-se, você que se faz ministro do desejo de Deus: Você tem sido instrumento na mão de Cristo para ajudar a formar uma igreja tão gloriosa como um castiçal de ouro e um ministério tão fiel e tão puro como as estrelas e os anjos.
Se você como ministro chegasse ao ponto de não mais refletir a glória de Cristo, a igreja deixaria de ser um glorioso castiçal que não mais retrataria o caráter aurífero de Cristo.
Meu amigo leitor, se você, como igreja, se acha falho, e não reflete a glória de um castiçal de ouro, fique então atento à narrativa de Judas no verso vinte e quatro. “Deus, é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante de Sua glória”.
Nossa amizade com Cristo apresenta-nos irrepreensível, aos Seus próprios olhos, e aos olhos de todo o Universo.
Por isso, amigo leitor, não se desanime, e mantenha sua confiança em Cristo Jesus, e, procure igualar seu caráter ao de Jesus, conforme instrui I João 4: 17, que relata: “Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do Juízo mantenhamos confiança; pois segundo Ele é, também nós somos neste mundo”.
A Bíblia diz em I João 4: 8 que “Deus é amor”, logo o Amor é Deus. De posse dessa certeza bíblica, podemos entender melhor o verso anterior, substituindo a palavra amor, por Deus, pois, lembre-se, Deus é amor.
Vejamos agora como fica o verso dezessete de I João capítulo quatro. “Nisto é, Deus sendo aperfeiçoado em nós”. Este é o real objetivo do cristão, restaurar a imagem perdida de Deus no homem pecador, ou seja, o caráter de Deus restaurado no pecador, como diz a Bíblia, é Deus sendo aperfeiçoado em nós.
Conhecer a Cristo é amá-Lo, e amá-Lo é tornar-se semelhante a Ele.
Amigo leitor, “esqueçamos as coisas que para trás ficam e avencemos para a que estão diante, prossigamos para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus, Cristo Jesus”. Filipenses 3: 14.
“Que a benignidade imerecida do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a participação do Espírito Santo sejam com todos vós”. II Coríntios 13: 13.
E se estenda também a nós, os que hoje amamos a verdade.
Amém.