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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

IDE - Expiação e a Iniciativa Divina - (Segunda Parte)



EXPIAÇÃO E A INICIATIVA DIVINA – (Segunda Parte)

                        Educador Glauco César

Vimos na primeira parte desse nosso comentário que o mistério da expiação é que “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados.” Hebreus 9: 22
Essa proposição é bastante concludente, fato que coloca em maus lençóis as pessoas que antedatam ao Calvário, elas estariam irremediavelmente destituídas da salvação!
Nesse caso, se Cristo morreu há dois mil anos, somente as pessoas que viveram após o Gólgota, estariam remidas pelo sangue do Cordeiro de Deus!
Só existe uma maneira de se resolver esse enigma! É justamente se Cristo houvesse morrido vicariamente, antes que o pecado tivesse surgido!
Sendo assim, para a remissão de Cristo alcançar a pessoa de Abel, que foi o primeiro a morrer, Jesus, o Cordeiro de Deus, teria que ter morrido, de fato, desde a Criação, para desta forma, alcançar Abel, que foi o primeiro humano a experimentar o desfavor da morte!
É sabido que sangue de ovelhas não tem poder de salvar, o próprio Paulo nos assevera esta verdade! “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” Hebreus 10: 4.
Nesse caso, teria, então, de ser o sangue de Jesus, nosso Cordeiro pascoal, pois, conforme João Batista, Cristo é o Cordeiro de Deus. Veja esse enunciado. “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. João 1: 29
Baseado, exatamente, nessa declaração de João Batista, começaremos a desvendar esse enigma proposto por Deus!
Demasiado interessante é notar que João Batista, naquela oportunidade, identifica a pessoa de Jesus como “o Cordeiro que tira o pecado do mundo.”
Essa afirmativa da ‘voz que clama no deserto’, não me surpreende, uma vez que João tinha plena certeza do que estava afirmando, apesar de que Cristo ainda não tinha morrido na cruz nem derramado seu sangue para remir os pecados!
Contudo, no entendimento de João, Jesus, desde sempre, tirava o pecado do mundo!
É bom notar, que o mesmo João, momentos antes, havia asseverado que “a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” João 1: 17
O dicionário ‘Aurélio’, define graça como perdão. Como podemos perceber, nesse caso, perdão ou remissão dos pecados só acontece com o derramamento do sangue de Cristo.
Agora, que temos esse entendimento, concluímos que João Batista, ao ver Jesus se aproximar, teria que tornar firme sua declaração dizendo que só Cristo é o Cordeiro de Deus, e Ele tiraria o pecado, quando fosse crucificado!
Mas não foi isso que aconteceu, João tinha plena convicção do que estava declarando! Por isso Ele colocou sua afirmativa no presente, e não no futuro. Ele sabia que tudo está no presente da Divindade!
Já nós, seres humanos, é que vivemos somente o presente, contudo, temos um passado e, a depender de nossas escolhas, poderemos ter um futuro eterno, com vida em nós mesmos, vivenciando as benesses que o Pai nos oferece!
João Batista realmente cria que, de fato, Cristo, o Cordeiro, houvera morrido, “desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13: 8
 Perceba como funciona a didática Divina, o texto que deveria esclarecer por completo esse detalhe, coloca-nos mais dificuldades! É exatamente essa dificuldade que induz o pesquisador a se aprofundar nos mistérios de Deus, para poder decifrar os pequenos entraves, que são colocados para aproximar o pecador, cada vez mais de Cristo, que é o revelador dos enigmas!
Todavia, foi praticamente na Fundação do Mundo, que foi estabelecida a simbologia do Cordeiro. Assim, na fundação do Mundo, Cristo teria morrido, simbolicamente, através do sangue de um cordeiro!
Nessa simbologia, as pessoas que antedatam a cruz, estariam perdoadas, apenas, simbolicamente! Para ter seus pecados perdoados verdadeiramente, Jesus teria que ter morrido, de fato, desde a fundação do Mundo!
E se Cristo morreu de fato, terei então que fundamentar, efetivamente, na Bíblia, esse acontecimento! Uma vez que o verso apresentado, não define se a morte foi simbólica ou se foi real!
Para fugir desse simbolismo, Jesus teria que ter morrido antes da efetivação desse símbolo! Portanto, precisamos demonstrar que Cristo, verdadeiramente morreu, antes da fundação do mundo, para não confundir, o que é real com o que é simbólico!
Como Cristo, também, é a própria verdade, Ele quer que cada pessoa tenha conhecimento bastante para desvencilhar dos empecilhos que o assunto nos oferece!
Por isso Ele se encarregou de registrar em Sua Palavra a prova de que Ele morreu, de fato, e não simbolicamente!
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós.” I Pedro 1: 18 – 20
Esses versos são tão esclarecedores quanto o próprio Jesus!
Eles nos revelam que fomos resgatados pelo precioso sangue de Cristo, não de cordeiros, simbolicamente!
Para nos situar na linha do tempo e não confundir com o simbolismo, na fundação do mundo, nem mesmo há dois mil anos, através de Sua morte substituinte no monte Caveira, esse verso informa que o sangue de Jesus, na verdade, foi vertido, em outro tempo, antes da fundação do mundo. O que quer dizer, um pouco antes de dar condições de vida ao Planeta Terra, aproximadamente um pouco mais de seis mil anos.    
O que mais admiro em Deus, é a Sua riqueza de detalhes!
Para não restar nenhuma dúvida, Ele esclarece os pormenores, para assim entendermos com total inteireza, afirmando: (a morte de Cristo), foi manifestada (no Calvário), nestes últimos tempos (há 2000 anos), por amor de nós, ou seja, para que nós os viventes pudéssemos entender corretamente o propósito do grande amor de Deus! 
Agora sim, morrendo um pouco antes da fundação do mundo, não se confunde com o símbolo do cordeiro, mesmo porque a Bíblia esclarece que Ele morre de verdade e não simbolicamente.
Assim, todos que viveram antes do Calvário teriam sido resgatados pela graça redentora de Cristo, isto por intermédio de Seu sangue que foi vertido, de fato, antes da fundação do Mundo.   
 Apesar de que essa citação resolva por completo a situação da humanidade, fazendo convergir em Cristo às coisas da Terra, ainda continua parte do enigma, que é as outras coisas, para que todas as coisas, até as do Céu, fossem solucionadas. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle habitasse, e que, havendo por Ele feito a paz, pelo sangue da Sua cruz, por meio dEle reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos Céus.” Colossenses 1: 19 e 20.
E que coisas do Céu seriam essas? É óbvio, o perdão dos pecados de Lúcifer e seus anjos.
Então, para que o enigma seja totalmente decifrado, Jesus teria que verdadeiramente ter morrido antes que Cristo tivesse Criado os anjos celestiais, ou seja, antes que Ele Criasse até mesmo o Universo.
Só assim, a morte de Cristo alcançaria as coisas do Céu, no caso, os anjos que pecaram. E foi exatamente o que aconteceu, segundo o poder de Deus, que nos salvou, e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas obras, mas conforme a Sua própria determinação e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e que é manifestada agora, pela aparição do nosso Salvador, Jesus Cristo, o qual destruiu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção, mediante o evangelho.” II Timóteo 1: 8 – 10.
A leitura desse verso alarga, cada vez mais, nosso conhecimento!
Na visão de Paulo, a morte de Cristo, não aconteceu, de fato, no Calvário, nem na fundação do mundo, nem ainda antes da fundação do mundo, mas sim, antes dos tempos eternos!
Foi justamente, esse grandioso poder de Deus, conforme Sua própria determinação, capaz, de num único momento, resolver, tanto as coisas da terra, ou seja, perdoar o pecado da humanidade, quanto às coisas do Céu, perdoar o pecado de Lúcifer e dos anjos, seus seguidores.
É de bom alvitre esclarecer que apesar de Lúcifer e os anjos, seus seguidores, terem sido perdoados pelo sangue de Cristo, eles recusaram tal perdão, por isso mesmo não terão direito à vida eterna.
A morte de Cristo, antes dos tempos eternos, abriu a porta da graça para Lúcifer, os anjos, seus seguidores e a humanidade, já a manifestação dela, no Calvário, há dois mil anos, destruiu a morte, ou seja, fechou a porta da graça para as coisas do Céu, Satanás e os anjos, seus seguidores, permanecendo, tão somente aberta, para a humanidade.
Apesar de que toda a humanidade tenha sido perdoada, de igual modo, por Cristo, esse perdão não garante a vida eterna, pois, precisamos aceitar tal perdão, fazendo uso de nosso livre arbítrio.
Conforme essa citação de Paulo a Timóteo, podemos concluir, definitivamente, como as coisas aconteceram.
Antes dos tempos dos séculos, Jesus Cristo, mesmo antes de formar o Universo, é morto na cruz do Calvário. Em seguida é sepultado e ao terceiro dia ressurge, pois, o Pai O ressuscita.
Em seguida Cristo faz surgir a Grande Expansão e forma os seres celestiais. Posteriormente o grande anjo Lúcifer peca, mas por força da graça do sangue de Cristo vertido na cruz, esse poderoso anjo, já está perdoado, se bem que, Lúcifer não aceita o perdão.
Posteriormente Cristo dá condições de vida ao planeta Terra, Cria a humanidade na pessoa de Adão e Eva.
Esse santo casal destoa do propósito de Deus e, peca. Todavia, já estava perdoado por Cristo, pois, Jesus já tinha sido morto desde os tempos eternos!
Sendo assim, todas as coisas convergiram em Cristo, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as do Céu, Lúcifer e seus seguidores, os anjos, como as da Terra, Adão, Eva e a humanidade!
Ainda assim, o enigma não foi totalmente decifrado. Precisamos compreender como Cristo tornou isto possível.
É exatamente o que veremos na continuação desse estudo, na próxima Quarta!  Não percam!

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