O CHÃO - Glauco César
Um chão de rosas,
um chão de relvas,
um chão bem gramado.
Que beleza! A natureza
empresta oxigênio ao ar,
ele é bem tratado,
é um chão de amor.
Mas sobre a relva macia
passeia a criancinha,
deixando sua marca de
meiguice
colhendo rosas, para a
vovozinha.
Mas ai, que doidice,
todo o chão chorou,
e também a criancinha,
esta chorou porque
furara seu dedinho,
aquele chorou porque
criava um caminho
sobre si,
de tanto poder
a criança
correr e passar
sobre o mesmo lugar
a sorrir.
O Chão ficou tão feio,
ele ficou tão vazio,
é o progresso que veio,
é um progresso doentio.
Houve grande
transformação
sobre o chão.
Ele passou de jardim
para campo
e, assim depois de anos.
passou a caminho,
e caminhou sozinho,
de caminho à estrada,
e a vida ficou calada.
De estrada à rua,
e chorou diante da lua,
de rua à avenida.
Há! Sua vida ficou tão
dolorida!
Em vez de árvores,
postes, árvores
luminosas,
em vez de rosas,
calçamento,
do desenvolvimento,
em vez de flores,
sem louvores,
“pedras portuguesas”
com certeza.
Pensa consigo mesmo;
debaixo dessa
transformação
ainda sou o amigo chão.
Devo fazer da derrota,
nesta hora,
o degrau da vitória.
Se assim não fizer,
serei igual àquele
qualquer,
que logo é levado ao
chão.
Que decepção!?. . .
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