O GRANDE
FESTIM
Educador Glauco César
Conforme o entendimento dos religiosos cristãos, o antropofaguíssimo,
era um ritual necessário, para se entender, em toda sua plenitude, a essência
do caráter de Deus.
Era assim, que os Jesuítas (Companhia de Jesus), liderados pelo
Padre Antônio Vieira, defendiam os aborígenes, com suas culturas rudimentares,
ao invés de enfrentá-los com uma visão preconceituosa e bestificada, como
faziam os invasores e colonizadores, que definiam o canibalismo como um 'costume
bárbaro'.
Normalmente, a vítima ou presa do canibalismo, não nutria medo ou
pavor, ao invés disso sentia-se lisonjeada por achar que o estômago dos seus
opressores era a sepultura ideal para um guerreiro destemido, era, na verdade,
uma altiva vítima.
Sabiamente,
o Padre Antônio Vieira construiu um sincretismo cultural, fundindo o rudimentar
sistema andrófago com o sacramento da Eucaristia, onde os fiéis praticam, sem
constrangimento, o 'canibalismo cristão', deglutindo,
impiedosamente, o corpo de Cristo e, dessedentando sua sede espiritual com o
sangue e alma da Divindade, num dos rituais mais macabros do cristianismo.
E a vítima
sacrifical, em troca da catacumba humana, lhes confirma a salvação, oferecendo
a Vida Eterna!
Só assim, os portugueses, que eram praticantes do catolicismo,
deixaram em paz os silvícolas com suas culturas sacramentais.
Dessa maneira, os invasores europeus, perceberam que, também, de
certa forma, eram praticantes do banquete antropofágico.
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