A
partir do verso nove do capítulo onze, o Apocalipse tem a eficácia de
arremeter a memória do leitor compromissado com a compreensão dos fatos, a se
bifurcar na história, fazendo uma escala, no acontecimento ocorrido em 1798
quando a França, por intermédio do General Berthier, a mando de Napoleão
Bonaparte, exila o Papa Pio VI, momento em que a nação francesa se elege,
perante a comunidade cristã, como braço direito da Divindade, ao estagnar o
derramamento de sangue de inocentes criaturas, durante a Idade Média!
Não
obstante, noutro momento, ou seja, exatamente, no dia 10 de novembro de 1793,
cinco anos antes da prisão do Pontífice Romano, a mesma França Revolucionária, através dos jacobinos, houvera decretado e executado, sumariamente, as Duas Testemunhas, que nesta figuração, representa a Palavra de Deus!
Talvez,
para alguns analistas, nestes dois momentos históricos, haja um hiato
interpretativo, ao não compreender, em tão curto espaço de tempo, se a nação
francesa, deveria ser admitida como parceira, ou inimiga de Deus e do Seu povo?
Já
que nesse segundo espaço de tempo, a França esteja mais identificada como uma
Entidade perniciosa ou, contraditória, se levado em consideração que Deus,
sempre espera o melhor das Instituições, no sentido da disseminação das Boas
Novas, por Ele apregoado!
Tudo
faz crer que Deus não se agrada quando a humanidade analisa determinado fato de
forma estereotipada, pois, as pessoas e entidades podem num determinado
momento corresponder, ou não, aos anseios da Divindade.
Esse
equívoco interpretativo tem ocorrido, até de forma corriqueira, quando se torna
fixa ou inalterada a interpretação sobre determinada, nação, povo ou
Instituição Eclesiástica, em relação ao entendimento de num determinado
período, seja figuração da besta do apocalipse, fato que,
necessariamente, também, teria que acompanhar o mesmo entendimento, em períodos
subsequentes!
Isto,
pelo fato, de que existe a possibilidade de, num instante, corresponder aos
anseios Divinos e, num segundo momento, agir de forma contraditória ao que ela
própria defendia!
Portanto,
o mais sábio e, no mínimo, ao invés de perenizar uma desenvoltura de uma
determinada figura, seria mais sensato, torna-la como emblema de
um estabelecido valor negativo ou positivo, e não, necessariamente, que aquele
referencial fosse condenado, pelo restante da história, a permanecer com aquela
boa ou má índole!
Como
exemplo pode-se citar o Egito, Sodoma, e Babilônia, que são símbolos históricos
do ateísmo, da degradação moral e oposição direta a Deus, respectivamente!
No
entanto, apesar do simbolismo, hoje, tais localidades vivem de forma totalmente
diferente dessa representatividade!
Fato
semelhante aconteceu com Pedro, discípulo de Cristo, quando afirmou que Jesus
era o 'Cristo, o Filho do Deus Vivo.' Mateus 16: 16.
Contudo,
no momento seguinte, Pedro começou a reprovar o próprio Jesus! Então, Cristo
repreende a Simão Pedro dizendo: "Arreda, Satanás! Tu és para
Mim pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus e sim das dos
homens." Mateus 16: 23.
Todavia,
aquele deslize de Pedro, tornando-se, naquele instante, figuração de Satanás,
noutra oportunidade, Cristo o comparou à Sua própria pessoa, sendo Cristo, a
Pedra Angular e, Pedro sendo a pedra que ajuda na edificação do Templo de Deus!
Na
verdade, assim como se sucede com as pessoas, também ocorre com as Instituições
Eclesiásticas ou nações, pode haver variação em seu entendimento ou, num
determinado momento esteja auxiliando e, noutro instante, estorvando o
prosseguimento da obra de Deus!
Para
melhor entender esse assunto, tomemos conhecimento dos versos que serão
cuidadosamente analisados. "Então, muitos dentre os povos,
tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três
dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.
Os
que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e
enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram
os que moram sobre a terra.
Mas,
depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles
penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio
grande medo; e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu,
dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos
as contemplaram.
E
naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e
morreram, neste terremoto, nomes de sete mil pessoas, ao passo que as outras
ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.
Passou
o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai.” Apocalipse 11: 9 - 14.
CORPOS NÃO SEPULTADOS
A
crueldade praticada em nome do Onipotente, no Período Escuro, pela Igreja
Dominante, foi tamanha que, grande parte da humanidade responsabilizou a
própria Palavra de Deus, descrita na profecia como as Duas Testemunhas, pois,
acreditavam que a Bíblia foi a influenciadora da perseguição que resultou na
grande mortandade de fiéis, na Idade Média.
Por
conta deste entendimento, muitos dos humanos, naquela época, nutriram uma
aversão ao Livro Sagrado, a ponto de não querer esquecer as atrocidades
provocadas, conforme aquele entendimento, pela Palavra, por isso mesmo, queriam
que a derrota bíblica ficasse patenteada de forma visível, daí, não permitir o
sepultamento das Duas Testemunhas!
Por
outro lado, a outra parte da população, os que ainda acreditavam na Palavra de
Deus, continuaram refletindo a vontade do Onipotente, tornando-se fiéis
baluartes e defensoras do Livro Sagrado, demonstrando ao mundo carente que era
necessário que a Bíblia fosse reavivada para que o mundo reencontrasse o
caminho do bem, da paz mundial e da Vida Eterna!
A
junção dessas duas posturas não permitiu que os corpos mortos das Duas
Testemunhas, fossem sepultados!
Contudo,
por um período de três dias proféticos e meio, que equivale a três anos literais
e meio, conforme entendimento de dia profético igual a ano literal (Números 14:
34 e Ezequiel 4: 7), nesse período, que corresponde ao ano de 1793 até o ano de
1797, através duma ação oficial do governo francês, com o intuito de eliminar a
religião cristã, aquele Conselho Nacional da França, descartou a Lei de Deus,
ao tempo em que, figurativamente, calou a voz da Palavra de Deus!
Por
isso, houve entre os habitantes da terra, naquele intervalo de tempo, um misto
de alívio e regozijo, a ponto deles confundirem a calmaria da falta de
tensão, como se fosse o derramamento da atmosfera celestial, daí, se
confraternizavam por não se sentir pressionados pelos opressores humanos, nem
pela racionalidade da Palavra de Deus!
O
certo é que passado aquele momento de euforia, os problemas humanos foram
aparecendo, crescendo, se avolumando, até atingir o estágio de insuportabilidade!
Foi,
justamente, nessa situação que o povo insatisfeito com aquele estado
calamitoso, onde sobressaía a degradação moral, falta de espiritualidade e,
sobretudo, o aumento assoberbado dos crimes, reclamava por providências!
Tudo
isto, como decorrência direta da falta de leis reguladoras e, obviamente, pela
rejeição do Oráculo Revelado de Deus, a Santa Bíblia! Aquela postura dos
revolucionários levou o povo a clamar e reconhecer a importância da fé em
Deus, e em Sua Palavra, como fundamental para o retorno da virtude e da
moralidade!
Após
aquela exigência, o mesmo corpo legislativo que abolira a religião cristã, em
1797, exatamente, após três anos e meio, adotou uma resolução que cancelava
todos os decretos, concedendo, assim, tolerância às Escrituras, fazendo cumprir
o enunciado apocalíptico, que descrevia que as Duas Testemunhas se poriam de
pé, fato que veio a se confirmar, criando entre os opositores da Bíblia, um
indescritível temor!
Todavia,
a humanidade ficou bestificada com o exato cumprimento da profecia, a cada
instante, nas conversas humanas, se ventilavam sobre a credibilidade das
Escrituras Sagradas, provando-se que, verdadeiramente, elas eram oriundas do
Paço Celestial e, certamente, o Livro Sagrado, estava subindo aos Céus, levando
consigo, o nome de tantos quantos a reconheciam como a Palavra da Salvação.
A
partir de então a confiança na Palavra de Deus foi honrada como nunca dantes
houvera sido. A popularidade da Bíblia foi aumentando, até que em 1804 foi
organizada a Sociedade Bíblica Britânica. No decorrer dos anos subsequentes,
foram instaladas filiais em toda Europa.
Mas,
as Sagradas Escrituras não ficaram limitadas somente ao continente europeu, foi
muito além, ultrapassou as fronteiras da Europa, atravessou o Atlântico e, se
instalou também na América, tanto que em 1816 fundou-se a Sociedade Bíblica
Americana.
Em
pouco tempo, a circulação da Palavra de Deus, que houvera sido impressa em mais
de cinquenta línguas, fui ampliando sua divulgação sendo traduzida em inúmeras
línguas e dialetos, hoje, já tendo sido traduzida em mais de 2935 idiomas!
Certamente
as Duas Testemunhas subiram ao Céu levando o reconhecimento dos humanos onde,
asseveram que a mensagem da Palavra de Deus é indestrutível! "Passará
o céu e a terra, porém as Minhas palavras não passarão." Marcos
13: 31. "Assim será a palavra que sair da Minha boca: Não
voltará para Mim vazia, mas fará o que Me apraz e prosperará naquilo para que
Eu a designei." Isaías 55: 11.
O
TERREMOTO EMBLEMÁTICO - O FIM DO SEGUNDO AI
As
Duas Testemunhas subiram, figurativamente, aos céus. A ressurreição emblemática
da Palavra de Deus gerou na terra, um cataclismo, não só espiritual, como
também uma convulsão social, provocando um grande desastre para as intensões
maléficas, que produziu transformação brusca e de grande amplitude na
consciência da humanidade!
Essa
mudança do pensamento humano, após a ressurreição dos tratados bíblicos, fez a
consciência do povo de toda a França estremecer como se a mente estivesse a
convulsionar-se, semelhante à cirandada de um forte terremoto.
Esse
novo estágio da Revolução Francesa abalou os fundamentos do ateísmo, anarquismo
e da ordem social, reatando a sagrada instituição do matrimônio, ao tempo em
que provocou o divórcio da falsidade, implantando a união legítima com a
verdade!
Assevera
o relato profético que após esse terremoto, a décima parte da cidade ruiu. Qual
o significado dessa assertiva?
Para
ser bem sucinto, histórica e profeticamente, essa afirmativa engloba uma visão
que tem haver com a estátua relatada no livro de Daniel no capítulo dois, na
parte que faz alusão às duas pernas de ferro que representa o império romano,
tanto na fase imperial quanto na cristã.
Todavia,
naquele período, Roma fora fragmentada em dez porções, que naquela visão eram identificados
como os dez dedos dos pés, que davam total equilíbrio à Roma Papal.
Esse
entendimento é robustecido com a visão dos quatro animais, notadamente, numa
alusão ao quarto animal, que era "terrível, espantoso e
sobremodo forte" (Daniel 7: 7), que tinha dez chifres. Esses
chifres são os mesmos dez dedos da grande estátua de Nabucodonozor, onde a
França é um dos dez reinos que davam sustentabilidade à Roma Papal.
Portanto,
a queda da décima parte da cidade é uma alusão ao rompimento da França em
relação à Roma Papal, sabendo-se que a França era o mais papista e eminente
país do Aglomerado Papônico.
Sendo
assim o Papismo perde o apoio do seu filho predileto, aquele que dava total
sustentabilidade à Roma. Portanto, a França é a décima parte da cidade que
ruiu!
Dando
continuidade à nossa saga de interpretação, descodifiquemos a parte que relata
sobre a morte dos nomes de sete mil
pessoas, bem como, o temor seguido de júbilo
ao Deus do céu, proferido pelos demais habitantes!
O
que mais deixa o articulista boquiaberto são os pormenores realçados pela
Palavra de Deus. Esses nomes de sete mil pessoas, na verdade, é uma alusão aos
títulos que foram doados a homens, durante a revolução francesa, para conferir,
durante os três anos e meio, o poder de subjugar as pessoas que discordassem da
postura dos revolucionários.
Pois
bem, após esses três anos e meio, agora sob a tutela da liberdade, da igualdade
e, sobretudo da fraternidade, esses títulos honoríficos e de nobreza, foram
suprimidos e, conforme historiadores batem exatos, pois, sete mil títulos foram
exonerados naquela revolução!
Como
resultado daquela convulsão mental, levou as demais pessoas que, até então era
alvo predileto da realeza, da nobreza e do clero para serem mortas, tais
pessoas, de início ficaram atemorizadas, esperando com ansiedade o passo
seguinte dos revolucionários.
Mas,
ao perceberem, através do desenrolar dos acontecimentos que eles estavam
salvaguardados pelo poder conferido à Palavra, se renderam e reconheceram que
Deus estava apoiando tais iniciativas.
Tal
fato levou aquelas pessoas que até então eram oprimidas, daquele momento em
diante, passaram a soltar suas vozes num glorioso enaltecer ao Onipotente!
Dessa
forma, paulatinamente, o culto a Deus foi restaurado, garantindo, por lei, a
completa liberdade religiosa, confirmada pela Palavra como autonomia de
consciência ou livre arbítrio!
Querido
amigo leitor, o passo seguinte na Revelação descreve que após esse estado de
coisas, é passado o segundo ai, alertando que o terceiro e último ai, está às
portas.
Sabe-se
que o terceiro ai, será definitivo, pois, soará no período em que não haverá
mais oportunidade para se confirmar a paz com o nosso Deus, uma vez que, todo
caso estará decidido. Só havendo tempo, para se encontrar eternamente com
o Pai, guiado pelo Filho ou, separação definitiva do nosso amorável Criador!
Qual
postura você pretende tomar? Seja qual for a tua escolha, faze-a rapidamente,
pois, o segundo ai, cedo passará e, não haverá mais oportunidade de
arrependimento.
Escolhe, pois, você e sua família, o Caminho do bem que é Jesus Cristo,
só Ele te conduzirá em segurança ao amorável aconchego do Pai!