Uma vez que, uma determinada opinião é postada, e outra sobre o mesmo tema versado também é veiculado, abre a oportunidade aos leitores de entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar dos mesmos, enriquecendo, desta maneira, seu cabedal de conhecimento.
Para adquirir conhecimento das coisas que estão em nossa frente,
por meio dos sentidos, o Escrutinador da História Universal, no que concerne ao
desenvolvimento eclesiástico, faz uso de uma metodologia sumamente avançada.
Que capacidade extraordinária de aguçar o interesse de cada
individuo para as coisas, realmente, vitais no desenrolar da vida humana!
Forme ideia e abranja com inteligência para entender com que
urgência o vidente de Patmos, por indução do Altíssimo, conduz com singeleza a
mente humana a acompanhar seus passos naquela visão recebida!
João estava concentrado nos pensamentos de Deus, no entanto,
encontrava-se alheado aos seus próprios atos e efeitos de pensar, sem permitir
que coisa alguma de sua vida, até mesmo sua situação de isolamento, o ilhasse
em seus problemas, pois, o Divino o arrebatou do seu processo mental que se
concentra nas ideias conduzindo-o em espírito a divisar um trono que estava
estabelecido e em franco desenvolvimento de suas funções!
Tudo converge para a decifração deste trono ser o sólido elevado
em que o Soberano do Universo está assentado, no Reino da Graça,
não foi uma visão em que o Dominador haveria de assentar no Reino da Glória,
pois, o trono encontrava-se armado, ou seja, em franco e
perfeito funcionamento!
No entanto, para prender ainda mais o interesse do leitor, o
escritor não define quem é a pessoa Divina que está assentada naquele recinto,
sabe-se que, quem quer que seja que ali estivesse, seria alguém possuidor de
Poder soberano, o que quer dizer que possuía eterna autoridade!
O Discípulo Amado, apenas se limita a descrever a aparência
resplendorosa dAquele que está assentado no trono.
Uma vez conhecidas as palavras iniciais, como um verdadeiro
prelúdio literário, podemos, então, conhecer os versos que serão dessecados no
decorrer dessa explanação. "Imediatamente,
eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém
sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de
jaspe e de sardônico, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no
aspecto, a esmeralda" Apocalipse 4: 2 e 3.
IMEDIATAMENTE, ACHEI-ME EM ESPÍRITO
Tudo leva a crer que houve um hiato entre a primeira visão,
relatada nos três primeiros capítulos, e esta nova revelação.
O relato nos faz ver que o vidente antes de ser arrebatado em
visão ouviu o chamamento para subir em êxtase até o céu, só então, foi
transportado em enlevo místico para mais uma gloriosa visagem.
Esse fato explica e justifica o verbete imediatamente, sugerindo
que, momento antes, ele não estava em domínio do Altíssimo, mas, em sã
consciência, só a partir de então, o mesmo é envolvido em arrebatamento íntimo
com o Espírito Santo.
NO CÉU, UM TRONO ARMADO
Sabe-se que um trono, além de ser o assento oficial para o
poderoso dominador de um reino, é também emblema de poder, sem restrição ou
neutralização, e de autoridade suprema do soberano.
Como afirmamos no início de nossas considerações, esse é o trono
da graça, pois, está armado ou estabelecido desde sempre,
para que o pecador possa visitá-lo no tempo da oportunidade, ou seja, enquanto
em vida, todos passarão por ele e, aqueles que já se foram, passaram por ele e
buscaram, diante deste gracioso assento, misericórdia e socorro, naquela
ocasião, pois, ainda se encontravam vivos. "Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna." Hebreus
4: 16 (grifo nosso).
Reflitamos, se esse trono já estava armado, obviamente estava em
plena execução de suas funções. Sendo assim, o período, inequivocamente era
este que estamos vivenciando, conhecido como o Reino da Graça.
É justamente nesse período que acontece o juízo investigativo,
enquanto graça ou préadvento.
Sabe-se que Deus o Pai não julga ninguém esta função é do Filho,
no caso, Jesus Cristo, sendo assim, o nosso juiz será Cristo. "E o Pai a ninguém julga,
mas ao Filho confiou todo julgamento... E Lhe deu autoridade para julgar,
porque é o Filho do homem." João 5: 22 e 27.
Alguns comentaristas, baseados nesta declaração, concluem que a
pessoa que está assentada no trono, é Jesus Cristo, pois, Ele é quem julga, e,
como nesse instante está ocorrendo o juízo investigativo, logo, é Jesus, nosso
juiz, quem está ocupando o Trono.
Esta linha de raciocínio, pode até estar recheada de lógica, no
entanto, esbarra em outras declarações bíblicas que não se combinam.
O próprio João, algum tempo antes de afirmar que Jesus é quem,
de fato, é o juiz que conduzirá todo o julgamento afirmou que o Filho de Deus
não possui um trono no Céu, mas, está assentado à direita do Pai. "Ao vencedor, dar-lhe-ei
sentar-se comigo no Meu trono, assim como também Eu venci e Me sentei com Meu
Pai no
Seu Trono." Apocalipse 3: 21 (grifo nosso).
O escritor do livro de Hebreus concorda plenamente com a ideia
de que Cristo não tem um trono no Céu, portanto, não deve ser Jesus quem está
ocupando aquele lugar Sagrado! "Jesus, porém tendo
oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-Se à
destra de Deus." Hebreus 10: 12 (grifo nosso).
A meu ver, fica claro que Cristo está assentado ao lado do Trono
do Pai, que nesse momento é o Juiz do juízo investigativo, para auxiliá-LO. "Porque Cristo não entrou
em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para
comparecer, agora, por nós, diante de Deus." Hebreus
9: 24 (grifo nosso).
Esse verso é bastante elucidativo, Jesus Cristo, como nosso
Advogado, está neste instante, intercedendo por nós, perante Deus, que é, de
fato, o juiz no juízo investigativo! "Filhinhos Meus, estas
cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos
Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." I
João 2: 1 (grifo nosso). Este verso, portanto, dá cifras definitivas a esta
questão!
ASPECTO E SEMELHANÇA DO DOMINADOR
Apesar de que João não tenha descrito como era a aparência de
Deus, mesmo porque, homem algum após o pecado, não viu nem ouviu a voz do
Onipotente ("Ninguém jamais viu Deus" I João 4: 12.
"O Pai,... tem dado testemunho de Mim. Jamais tendes ouvido a Sua
voz, nem visto a Sua forma." João 5: 37), e não seria,
justamente, naquela visão que João O veria!
Obviamente que a Palavra de Deus, desde o livro da origem, tem
revelado para a humanidade que o homem é imagem e semelhança de Deus. "Também
disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança...
Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou." Gênesis 1: 26 e 27.
Baseado nessa premissa, não tem como não crer que Deus o Pai é
um ser composto, como todo humano, de cabeça, tronco e membros, a menos que as
informações contidas no Gênesis, não sejam verídicas.
No entanto, foi permitido ao vidente divisar a glória que
emanava dAquela grandiosíssima Criatura Divina! João, então, descreve que era
semelhante à pedra de jaspe e sardônica.
Que visão extraordinária!...
João pode divisar a glória resplandecente de Deus. A felicidade
do Pai Eterno, em desempenho de Sua função, como juiz, no juízo investigativo,
era tamanha que, extrapolava em reflexos incontidos, enchendo o Paço Celestial
de cores resplandecentes, que na compreensão de João, tinha a magnitude da
pedra de jaspe, que é um minério com variedade semicristalina de quartzo opaco,
mas, nesse caso, era translucido, pois, deixava passar a luz gloriosa de Deus,
sem, no entanto, permitir ver a Sua face.
A luz que transluzia de Deus tinha um misto de várias cores,
contudo, prevalecia a tonalidade vermelha sanguínea, como se estivesse
absorvendo os raios solares.
Esse vermelho, da cor de sangue, tipifica a expressão da vida,
readquirida pelo sangue remidor de Cristo, que, está sendo ofertado para todo
pecador que queira alcançar a eternidade!
Por sua vez a pedra sardônica é uma espécie de calcedônia que é
uma variedade de sílica microcristalina que pode ser transparente ou
translúcida, nessa visão de João, pelos motivos citados, certamente era
translúcida.
Como se percebe, a glória que refletia do Onipotente era de uma
magnitude indescritível, por isso mesmo, João teve que descrever em linguagem
comparativa!
Percebe-se que a glória de Deus, nessa visão, assemelha-se
sempre a alguma pedra preciosa, que, indiscutivelmente aponta para Cristo,
nosso Advogado, que é a pedra preciosa rejeitada pelos construtores! "A pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra,
angular." Salmos 118: 22.
Estes construtores citados são figuras dos líderes religiosos,
que apontam para suas instituições como o caminho para a vida eterna, ao invés
de apontar para Cristo.
A pedra sardônica pode ser encontrada na variedade castanha de
calcedônia, pode também ser escura alaranjada, ou ainda, vermelha pardacenta.
Essa pedra sardônica pode também representar a variedade da raça
humana, mostrando que a glória de Deus, está extensiva a todo povo, raça e
língua, mesmo aqueles que estão com o coração empedernido pelo pecado, mas, em
se achegando a Cristo, nosso Advogado, e pedra sardônica, através de Seu sangue
vermelho pardacento, pode e deve reconciliar o pecador arrependido, ao Pai das
luzes! "Toda
boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não pode existir variação ou sombra de mudança". Tiago
1: 17. "Ora, a
mensagem que, da parte dEle, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é
luz, e não há nEle treva nenhuma." I João 1: 5.
Todavia, existem ainda algumas outras aplicações para o branco
ofuscante da pedra de jaspe que representaria a santidade de Deus. Já o
vermelho sanguíneo da pedra sardônica simbolizaria a impecável justiça do
Onipotente.
UM ARCOÍRIS ESMERALDEADO ENVOLVE O TRONO