A DOUTRINA DE BALAÃO
Educador Glauco César
NOTA DO ARTICULISTA - Veicule nesse blog, seu artigo sobre esse mesmo assunto, remetendo seu texto para o e-mail janelaprofetica@hotmail.com
Uma vez que uma determinada opinião é postada, e outra sobre o mesmo assunto também é veiculada, abre a oportunidade aos leitores de entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar das mesmas, enriquecendo desta maneira, seu cabedal de conhecimento.
Antes que mais nada, se faz necessário reafirmar que cada período simbolizado pelas Igrejas da Ásia Menor, retrata as principais características das pessoas cristãs, e das outras religiões, até mesmo do paganismo, que conviveram ou mesmo vivenciam alguma determinada época referente ao tempo coberto por uma exclusiva Igreja.
Isso quer dizer que, cada período faz alusão à tendência
espiritual de toda a população de cada fase e, não necessária ou
especificamente de um determinado povo, com inclinação para essa ou aquela
propensão dogmática!
Sendo assim, quando existem reprovações, elogios
e, ou mesmo conselhos, contidos em cada igreja, essas admoestações são
direcionadas para toda população vivente naquele período, e não para uma classe
especial, em detrimento a um povo que tenha sido marginalizado,
propositalmente, pelo Eterno! Não, a Divindade nunca retalhou ninguém, nem
extermina a possibilidade de se corrigir, enquanto em vida, as falhas que
alguns cometem!
É preciso lembrar que Deus enviou Seu Filho, Jesus
Cristo, para salvar a todos, e não somente um ‘suposto povo escolhido’, Ele quer devolver a todo que O aceitar, a
Vida Eterna que, com o advento do
pecado, a humanidade perdeu!
De posse dessa compreensão, podemos, então,
transcrever os versos que, serão comentados, d’agora em diante; “Mas
umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de
Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel
para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. Assim, tens
também os que seguem a doutrina dos nicolaítas o que Eu aborreço.” Apocalipse
2: 14 e 15
Alguns analistas entendem que o grande tropeço dos
que viveram naquele período não foi, necessariamente, concordar e sustentar
tais doutrinas em sua época, mas, sabedores que tais ensinamentos eram
perniciosos, eles não se importaram em, sequer, demonstrar onde existia a
falha, tomando assim, uma postura de permissividade. Foi justamente essa
tolerância sem se preocupar em corrigir os erros que residia sua reprovação!
Na verdade, algumas pessoas entendem que, não
precisa se antepor à compreensão errada, mesmo porque, para os faltosos, esse
desvio do bom caminho, vem recheado de emoções prazerosas, por isso mesmo,
populista. Então, não incomodá-lo, seria uma forma de amor. Não entendem essas
pessoas que permanecer no erro, fatalmente trará um resultado funesto,
principalmente se, aquele que comete a falha prefira não ser corrigido, para não
sentir um desconforto enfadonho e aborrecedor!
Outros comentaristas entendem que a grande
problemática dos habitantes do período que corresponde à Igreja de Pérgamo foi
permitir que doutrinas divergentes coexistissem pacificamente! No entanto,
creio mesmo que, apesar de possuir uma lógica nesse entendimento, ainda assim,
carece de respaldo mais consistente, uma vez que, Jesus informa; tanto os que
praticam o bem, que Ele identificou como ‘trigo’, quanto os que maquinam o mal,
reconhecido por Cristo como ‘joio’, devem viver juntos. “Deixai crescer ambos juntos até
a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colha primeiro o joio e
atai-o em molhos para queimá-lo; mas o trigo ajunte-o no meu celeiro”.
Mateus 13: 30
Apesar de haver certa compreensão entre as pessoas
que nutrem entendimentos divergentes, a fidelidade ao trato das coisas de Deus,
deveria permanecer entre os dedicados a Cristo. Na verdade, eles deveriam ser
aquele tipo de cristão que, por possuir firmeza racional, seja capaz de induzir
outros na trilha do bem. Portanto, nunca deveria ceder, quando seduzido pelo
mal!
Você, caro leitor, deve estar se perguntando;
enfim qual influencia corrompedora o profeta Balaão fez para carregar consigo
tal estigma?
Essa inquietação transitou também em minha mente,
por isso, fiz uma rápida leitura no relato de Números nos capítulos vinte e
dois até o vinte e cinco. Nesses capítulos nenhum agravo do profeta justifica
esse sinal, uma vez que como profeta ele consultava a pessoa de Deus, e falava
justamente o que o Divino lhe ordenava!
É certo que, no capítulo vinte e cinco do livro de
Números, é relatado que os israelitas se envolveram com as filhas dos moabitas,
contudo, nada, naquele relato informa que tal atitude dos israelitas tenha sido
por indução do profeta de Deus, Balaão!
Por isso procurei fazer um sincretismo das
informações de Números com as contidas no Apocalipse. Descubro, então, que essa
reunião de ideias, de origens disparatadas, ganha certa racionalidade, quando
essa fusão de pensamentos diferentes, quase antagônicos, se fundem num só
elemento gerando uma unidade interpretativa!
Conclui-se que, quando Moisés conduzia o povo no
deserto escaldante, o Rei Balaque, de Moabe, tinha conhecimento dos feitos do
povo de Israel, guiados por Cristo. Este fato atemorizou Balaque a ponto de
imaginar que seria destruído pela grande multidão israelense.
Portanto, o Rei de Moabe imaginou que se conseguisse
fazer com que um Profeta de Deus amaldiçoasse os israelitas ele se safaria
dessa eminente destruição, por isso ele procurou convencer o Profeta Balaão
para desempenhar esse ofício.
Todavia, aquele homem do Senhor, informa ao Rei
que ele não poderia forçar Deus a amaldiçoar aquele povo, contudo, o que a Divindade
lhe informasse ele o faria! Por isso mesmo, Balaão apenas proferiu bênçãos para
Israel, pois, essa era a vontade de Deus.
Acoplando essa informação com a contida em
Apocalipse, suspeitamos que Balaão fora informado por Balaque que as mulheres
de Moabe haveriam de seduzir os homens de Israel, para através dessa união por
matrimônio, que por certo, haveria de miscigenar, ainda mais, a cultura do povo
de Israel, misturando os valores castos defendidos pelos israelitas com os
pervertidos do paganismo, em assim acontecendo, por certo, Israel não atentaria
contra Moabe. Essa era a pretensão de Balaque!
Balaão, provavelmente, se acomodou e não usou o
zelo que um Profeta deveria ter para impedir essa ação ousada dos moabitas,
forjando casamentos sem a motivação do amor, por não ter tido esse cuidado, o
resultado foi muito marcante e triste!
O certo é que os israelitas caíram nessa artimanha,
provocando um terrível mal, a ponto de atrair um grande flagelo! Por isso é que
Balaão ficou, desde então, conhecido como o profeta que se tornou uma pedra de
tropeço para os israelitas.
Por certo, da mesma forma, havia em Pérgamo,
pessoas que se tornaram pedras de tropeço, muitas das quais praticando a
imoralidade, igualmente existia outros cristãos que, percebendo os erros de
seus semelhantes, ficaram em silêncio, perdendo a oportunidade, providenciada
por Deus, para corrigir tal perversidade.
Esses que não repreenderam os faltosos, talvez,
tenham mais responsabilidade pelo erro, que mesmo aqueles que, efetivamente,
foram flagrados em pecado. Essas pessoas que não alertaram os faltosos deixaram
de estar ao lado de Cristo, por não ter evitado tal iniquidade.
Essa é uma lição para os cristãos da atualidade, tais
pessoas, precisam ter consciência que a benignidade imerecida de nosso Deus em
relação ao pecador, nunca deve ser desculpa para se ter uma conduta
desenfreada.
Deveremos isso sim, ter a obrigação de, pelo
menos, tentar corrigir os erros dos nossos irmãos de todas as denominações,
para então, adotar um proceder de virtude cristã.
Essa deve ser a atitude de cada indivíduo que
professa seguir a Cristo! “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à
servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a
ficar reprovado”. I Coríntios 9: 27
Fico a imaginar, qual seria o tipo de matrimônio
mais pernicioso da atualidade?
Certamente nos dias atuais existem diversas
modalidades de casamentos que, por si sóis, são perniciosos e, do inteiro
desagrado de Deus, mesmo que nessa forma de união legal, exista amor, mas, se o
indivíduo tiver preferência por pessoa do mesmo sexo, essa união, apesar de
legítima, não é a indicada pela Divindade. No entanto, não é dessa prostituição
que Deus tem mais rejeitado, levando em consideração ao que está contido nos
versos catorze e quinze de Apocalipse dois.
Conforme esses versos, Balaão ensinava a lançar
tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da
idolatria e se prostituíssem.
Como vimos, no relato onde narra a história de
Balaão, não identifica que o profeta estivesse induzindo os filhos de Israel a comerem
dos sacrifícios da idolatria e, nem se prostituíssem. Se esse fato não aconteceu
dessa forma, então a descrição do Apocalipse, indubitavelmente, deve ser uma
narrativa hipotética, onde há exposição de um pensamento de forma figurada, com
o objetivo de representar uma coisa para dar ideia de outra.
Portanto, no livro da Revelação, o autor utiliza
da figuração linguística conhecida por metáfora, em que a significação natural
duma palavra ou frase é substituída por outra que tenha relação de semelhança.
Precisamos, então, decifrar a probabilidade de
fatos, praticados pelos habitantes de Pérgamo, que sugira uma relação de
semelhança, nesse contexto!
O que, na verdade, envolveria, em Pérgamo, o não comer de coisas sacrificadas a ídolos?
Fazendo uma decodificação metafórica me parece provável que muitas pessoas daquele
período, participavam ou se envolviam, de algum modo, nas cerimônias idólatras.
“Mas,
nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume
para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo
fraca, fica contaminada.” I Coríntios 8: 7
Nessa altura do nosso comentário analítico,
atingimos o ponto focal, onde procuramos fazer uma amarração para coadunar esta
mensagem aos habitantes da atualidade. Portanto, faremos uma decifração, onde,
interpretaremos de maneira despretensiosa, expressões deixadas em aberto.
O primeiro enunciado a ser rasgado para se fruir compreensão
é sobre que tipo de relacionamento mais aborrece a Divindade.
Sem medo de cometer equívoco; o que mais causa
desgosto ao Onipotente é quando as pessoas deixam de cultuar a Divindade e
passam a dar mais valor para as criaturas ou instituições, que mesmo ao
Supremo!
Sempre foi proposta do Divino, adorar somente
Deus, e nessa premissa consta que não se deve, por hipótese alguma, render
culto a coisa nenhuma, quer sejam objetos ou, indivíduos. A essa veneração
descabida, dá-se o nome de idolatria.
Asseveram os religiosos que, na atualidade,
existem modernas formas de idolatria, como: adorar astros e estrelas de TV; de cinema
e, até mesmo de esportes. Todavia não é esse o tipo de idolatria mais
pernicioso, pois, essa modalidade de veneração é apenas uma forma de
entretenimento.
Na verdade, este deslumbre por objetos ou pessoas,
tem mais haver com reconhecimento a alguém, por algum ato praticado. Por isso
mesmo, se tem muito respeito e consideração a alguém que, passa a ser um
verdadeiro ícone na mente do fã entusiasmado.
Contudo, quando endeusamos as Instituições
Eclesiásticas, ou mesmo, seus profetas; pastores; ministros musicais; ou, outras
coisas quaisquer, relacionadas ao ritual do próprio cristianismo, nós estaremos,
indubitavelmente, comendo dos sacrifícios
da idolatria, o que equivale dizer, no
mais alto grau da prostituição! Isto tem desagradado Deus!
É fácil entender o motivo, as pessoas envolvidas
nos ritos do cristianismo demonstram amor, no entanto, nem por isso devem ser
veneradas. “E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as
ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. E
disse-me: Olha não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os
profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora somente Deus”. Apocalipse
22: 8 e 9
É justamente essa similaridade com as coisas
sagradas, e a demonstração de pessoas com coisas consagradas, que sugere ao adorador
a venerar tais objetos e, criaturas! Daí esse ato é o que mais aborrece ao
Criador, uma vez que a criatura toma, literalmente, a postura de Deus! Por isso
o conselho de Jesus transmitido pelo anjo Gabriel, adora somente Deus!
Atente como essa postura se encaixa perfeitamente
com o problema de litígio secular entre os crentes de Corinto, uma cidade
antiga da Grécia. Paulo ao tratar desse problema, nota que esse pecado não era
levado muito a sério pelos cristãos de então, a despeito de ser, sobremodo grave!
Semelhantemente, nos dias atuais, os cristãos,
sobretudo os Evangélicos, não dão a devida atenção a essa deificação aos personagens
que administram e abrilhantam o culto em seus templos. No entanto esse ato
premeditado dos líderes contamina os liderados, aqueles que preferem permanecer
em silêncio, para não afrontar seus superiores, e assim, tirar algum proveito
para sua própria pessoa, isso no sentido secular, esquecendo, totalmente, de
sua responsabilidade espiritual. “porque alguns até agora comem, no seu
costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência,
sendo fraca, fica contaminada.” I Coríntios 8: 7
Nesse tipo de casamento, que é totalmente adverso
daquele admitido por Cristo, pois, mistura o paganismo (adoração a coisas e
pessoas), e o cristianismo (adorar somente a Divindade), tentando unir os
diferentes elementos numa interação putrefata, para fortalecimento de suas
denominações mal cheirosas.
Esse tipo de sacrifício dá a impressão produzida
no olfato pelas emanações voláteis dos corpos, exalando um odor que sobe até as
narinas de Deus, não como um cheiro agradável, mas como uma porção de fumo
fedorenta. Daí ser rejeitada pelo Supremo.
A DOUTRINA DOS NICOLAÍTAS
Anteriormente ventilamos sobre a doutrina dos
nicolaítas, por isso mesmo, iremos ventilar apenas uma faceta desta doutrina.
Foi na cidade de Pérgamo que se iniciou a deificação dos imperadores. Como vimos, devemos adorar somente Deus, por isso, exaltar quem quer que seja como um deus, certamente, aborrece a Divindade.
Foi na cidade de Pérgamo que se iniciou a deificação dos imperadores. Como vimos, devemos adorar somente Deus, por isso, exaltar quem quer que seja como um deus, certamente, aborrece a Divindade.
Provavelmente os habitantes de Pérgamo devem ter
chegado à conclusão que prestar culto ao Imperador, era algo natural, e
compreensível, pois, desse respeito assoberbado ao soberano da nação, dependia
seu bem estar no império, e eles entendiam que Deus não os condenaria, devido a
Divindade querer somente o bem das pessoas.
Portanto, os habitantes daquela cidade,
esqueceram-se dos estatutos de Deus que, condenam a idolatria.
Podemos perceber que a doutrina dos nicolaítas era
semelhante, em suas tendências, à doutrina de Balaão, levando à idolatria
espiritual, onde hoje, se adora com a maior naturalidade as instituições
eclesiásticas e seus representantes maiores, como se fosse ao próprio Deus!
Como vimos, os cristãos atuais adoram seus
maiorais, idolatram seus mestres e instituições, sem se dar conta disso,
demonstrando assim, sua parcialidade, sendo partidário ferrenho das doutrinas
religiosas de sua denominação, contudo, intolerantes em relação a outros
cristãos que, praticam a mesma idolatria, mas eles não admitem convier
pacificamente com esses outros cristãos indulgentemente. Assim só eles estão
certos, uma vez que, na visão deles, Deus, certamente, faz concessão para eles.
Deus não aceita o erro, muito menos pessoas com
esta capacidade individualista e falsificada. A menos que elas revejam sua postura e, se
adequem com a vontade do Onipotente.
É necessária muita firmeza ao defender as normas
cristãs, senão jamais preservaremos na unidade apregoada por Cristo. “Para
que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o És em Mim, e Eu em Ti; que também eles
sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste... Eu neles, e Tu em
Mim, para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a
eles como Me tens amado a Mim” João 17: 21 e 23.
Devemos, portanto, exortar, ensinar e repreender
os que contradizem. “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja
poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os
contradizentes”. Tito 1: 9.
Essa deve ser a atitude do cristão sensato. Que
esse modo de pensar, seja o meu agir e o seu, meu amado leitor!
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