CARTA À IGREJA EM ESMIRNA
Educador Glauco César
NOTA DO ARTICULISTA - Veicule nesse blog, seu artigo sobre esse mesmo assunto, remetendo seu texto para o e-mail janelaprofetica@hotmail.com
Uma vez que uma determinada opinião é postada, e outra sobre o mesmo assunto também é veiculada, abre a oportunidade aos leitores de entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar das mesmas, enriquecendo desta maneira, seu cabedal de conhecimento.
Uma vez analisada de forma sucinta a carta dirigida à igreja de Éfeso, vamos agora, gastar tempo em aplicar a mente no diligente estudo da epístola direcionada à igreja que está em Esmirna.
Tendo sempre em mente que estas missivas são instruções de Deus, enviadas por Jesus Cristo, com mensagens proféticas, aplicadas a sete períodos específicos da história universal. O período de tempo simbolizado pelas sete igrejas vai desde João e, desenvolveria progressivamente até a volta de Cristo e vinda de Deus!
Tendo sempre em mente que estas missivas são instruções de Deus, enviadas por Jesus Cristo, com mensagens proféticas, aplicadas a sete períodos específicos da história universal. O período de tempo simbolizado pelas sete igrejas vai desde João e, desenvolveria progressivamente até a volta de Cristo e vinda de Deus!
Devemos, também, estar atentos ao pequeno detalhe
de que esses períodos não são delimitados por datas exatas, podendo haver uma
flexibilidade entre o fim de um período e o início do outro.
Assim, o primeiro período, o da igreja de Éfeso,
vai desde João, o vidente de Patmos, aproximadamente do ano 31 até, mais ou
menos ao ano 100, por ocasião de sua morte. Já a igreja de Esmirna compreende
desde o ano 100 até o ano 313 quando Constantino assinou o edito de tolerância
de Milão, que estabelecia direitos iguais para todas as religiões.
Esta foi uma fase de horrendas perseguições do
Império Romano contra os cristãos que foram sumariamente queimados vivos,
decapitados, entregues às feras no circo romano, dentre tantas outras
perversidades!
Essa comunicação, direcionada a Esmirna, também
tem por objetivo produzir a edificação espiritual de todo habitante da terra. Tomemos,
portanto, conhecimento dos versos que descrevem esta importante mensagem,
contida no Apocalipse no capítulo dois, desde o verso oito até o onze!
8 E ao anjo da igreja que está em Esmirna escreve:
Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu;
9 Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza
(mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a
sinagoga de Satanás.
10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que
o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas: O que vencer não receberá o dano da Segunda morte.
CONHECENDO HISTORICAMENTE A
CIDADE DE ESMIRNA
Vamos tentar resumir ao máximo o contexto
histórico de Esmirna, nos atendo, principalmente, ao período a ela
compreendido.
Antes, porém, informemos o que ela hoje
representa. Na atualidade ela é chamada Izmir, na moderna Turquia, sendo uma
das mais conceituadas cidades da Ásia Menor.
Izmir é uma cidade portuária, está situada à
entrada dum golfo que avança 50 km, continente adentro, seu porto é protegido
por montanhas circunjacentes. Izmir é um dos mais importantes centros
comerciais da região. Ela está situada num fértil vale do Rio Meles, tem fácil
acesso a importantes cidades, tais como Pérgamo, Sardes e Éfeso. Dentre as sete
cidades, citadas por João no Apocalipse, é a única ainda existente hoje como
cidade forte.
A primitiva cidade foi fundada ao norte da atual
Izmir. Desde cerca de 1.100 AC, conforme alguns historiadores, outros asseveram
que foi edificada em 1312, por Tesêo, este batizou a cidade com o nome de sua
esposa, é, portanto, uma das mais antigas cidades do mundo e fica cerca de
sessenta e cinco quilômetros ao norte de Éfeso, conforme alguns historiadores,
no entanto, outros afirmam que a distância era cerca de cinquenta e dois
quilômetros.
Sua beleza era tamanha que Antígono em suas
medalhas declarava-a ‘a primeira pela beleza’.
No tempo de S João ela tinha o título de ‘Ornamento da Ásia’, estava
edificada numa eminência de 180 metros. A cidade circundava o Monte Pago, em cujo topo havia uma espécie de cofre
estofado para recolher oferendas à divindade Nêmese. Ao se observar de longe, o
seu horizonte se assemelhava a uma coroa, por isso era identificada como ‘a
cidade da vida’.
Para justificar o cognome de ‘a cidade da vida’,
ela foi destruída pelo rei de Sardis, Alliates em 628 A.C., mas ela ressurgiu
do pó e, fez-se preponderante entre as cidades da Ásia Menor. Dolabela, no
século I destruiu-a, contudo, ela rapidamente se ergueu de suas ruinas. Essa
cidade sofreu vários incêndios, todavia resistia heroicamente, por seis vezes
foi destruída por terremotos, mas ao final ela sempre soerguia.
‘A cidade da vida’ foi conquistada pelos
seldjúcidas em 1084 e retomada pelos gregos em 1097; os otomanos a subjugaram
em 1322; foi dominada pelas forças das armas dos hospitaleiros, dos cipriotas,
e das tropas da Santa Sé em 1341; foi saqueada em 1402 pelas tropas de Tamerlão
e por fim conquistada vinte anos mais tarde pelos turcos. Por toda essa
trajetória ela faz jus ao título ‘a cidade da vida’.
Politicamente Esmirna era uma cidade notável, ela
foi escolhida pelos romanos como sede em todas as guerras civis, e tornara-se
um dos grandes centros de adoração a César.
Foi povoada por colonos gregos, inicialmente por
eólios e posteriormente por jônios. A cidade foi dominada por povos
estrangeiros tais como os lídios, persas, ou turcos, no entanto, a maioria de
sua população era grega. No decorrer da história, Esmirna tornou-se uma das
mais importantes, bem como pitorescas cidades da Ásia Ocidental.
Nenhuma cidade sofreu tantos cercos, massacres,
terremotos, fogo e praga que Esmirna, entretanto, ela subsiste ainda hoje como
uma próspera e populosa cidade da Turquia.
CONHECENDO A IGREJA DE ESMIRNA
Em sua totalidade, as Sagradas Escrituras, somente
no Apocalipse, faz referencia à igreja de Esmirna. Provavelmente foi Paulo,
através de sua Terceira Viagem Missionária, durante os três anos que passou em
Éfeso, que deu origem a igreja de Esmirna, conforme as evidências contidas no
livro de Atos. “E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que
habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos”.
Atos 19: 10. “E, depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou
a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedônia. E, havendo andado
por aquelas terras, e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. E,
passando ali três meses, e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse
de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia”. Atos 20: 1
– 3
Ao analisar historicamente o período referente à
igreja de Esmirna, vamos perceber claramente que o relato é uma vívida conexão,
para os habitantes do mundo hodierno, que apregoam que o sucesso das obras da
carne, são evidências de que o indivíduo está em estreito relacionamento com
Cristo.
O que se percebe é que nem sempre é verdadeira
essa premissa! Pelo contrário, ser um seguidor genuíno de Jesus, geralmente
provoca consequências adversas, pois, muitas vezes, a cruz, pobreza,
perseguição, encarceramento, aflige a população cristã. Foi exatamente assim no
período da igreja de Esmirna!
Eusébio, testemunha ocular, narrou esses fatos horrendos da seguinte forma: ‘Vimos com os nossos próprios olhos como as casas de oração eram arrasadas ao chão e como as Escrituras eram consignadas às chamas... Vimos (em Tebas) inúmeros morrerem num dia. Alguns foram queimados, outros foram decapitados, de modo que a espada assassina ficou cega e mesmo se quebrou, e os próprios carrascos ficaram cansados e tiveram que revezar-se’ – Ecclesiastical History (História Eclesiástica), vol. 8, capítulo 2.
Eusébio, testemunha ocular, narrou esses fatos horrendos da seguinte forma: ‘Vimos com os nossos próprios olhos como as casas de oração eram arrasadas ao chão e como as Escrituras eram consignadas às chamas... Vimos (em Tebas) inúmeros morrerem num dia. Alguns foram queimados, outros foram decapitados, de modo que a espada assassina ficou cega e mesmo se quebrou, e os próprios carrascos ficaram cansados e tiveram que revezar-se’ – Ecclesiastical History (História Eclesiástica), vol. 8, capítulo 2.
O certo é que, na sua maioria, os cristãos da
atualidade, também são economicamente pobres ou estão em condição social
desfavorável!
Portanto, não fique surpreso se no futuro próximo,
esses cristãos venham ser tratados severamente, pelos seus atuais irmãos, aqueles
com melhores condições sociais, que também se arvoram de cristãos, no entanto,
se prestarão como instrumentalidades do inimigo das almas, para perseguir,
oprimindo até a morte! Fato que já
acontece em alguns países do oriente, com mentalidade religiosa radical!
É interessante notar que o nome Esmirna significa
‘cheiro suave’ proveniente de ‘mirra’ uma resina aromática, derivada de ‘muron’,
que é uma substância de odor aromático e amargo, usada largamente, naquele
período, no embalsamento dos mortos.
A experiência vivenciada pela igreja de Esmirna,
que passou por amarga perseguição, ao invés de destruí-la, se bem que milhares
de pessoas foram sacrificadas, no entanto, o preço de suas vidas, foi
recompensado, subindo aos Céus como ‘aroma agradável a Deus’.
Durante esse período os imperadores romanos não reconheciam
a legalidade do cristianismo, além de que, ajudaram e favoreceram a perseguição
e, até legalizavam o extermínio dos cristãos.
Sendo assim, os cristãos foram perversamente atacados
durante os reinados da maioria de seus imperadores. Pelo menos oito desses
governadores se destacaram como impiedosos perseguidores, foram eles: Trajano
(98 – 117), Adriano (117 – 138), Tito Antonino Pio (138 - 161), Marco Aurélio
(161 – 180), Setímio Severo (193 – 211), Décio Trajano (249 – 251), Valeriano
(253 – 260) e a famosa perseguição de Diocleciano, iniciada em 303 só
terminando com o reconhecimento do cristianismo como religião legal do Império
pelo não menos famoso Edito de Milão, promulgado por Constantino em 313 A.D.
Satanás, não podendo destruir a Cristo, faz
convergir de modo intenso e exclusivo, com fúria diabólica, contra os
adoradores cristãos, muitos deles, se refugiaram sob as colinas, fora da cidade
de Roma, nas catacumbas. Ali eles cultuavam a Deus reverenciando Seu Filho
Jesus!
Era ali, convivendo com os mortos, que esses
cristãos sepultavam seus entes queridos, e ali, no abrigo dos mortos, eram
protegidos e mantidos vivos, quando suspeitados e perseguidos!
Por isso, historicamente o período de Esmirna
ficou conhecido como igreja das catacumbas, devido à dolorosa experiência que
os cristãos tiveram de passar por causa da perseguição imperial. Os seus sofrimentos, propiciaram ao mundo o
mais rico perfume do Céu.
Quantos não haverão de ressurgir, desses escombros
putrefatos e mal cheirosos, para, num momento, se tornar em cheiro suave e
agradável às narinas do Onipotente Deus, quando Cristo voltar?
Por todos esses indicativos, nenhum outro nome
poderia simbolizar melhor essa época!
Lembre-se, se você realmente quer usar a coroa da
vitória, saiba que ela é consequência de sua participação nos conflitos
religiosos da atualidade.
Assim como Jesus, através do sofrimento advindo da
perseguição, temos que nos aperfeiçoar.
Cristo não teve uma vida de comodidade, assim também,
não devemos esperar em nós, uma vida de indolência! Haveremos sim, para tomar
posse da coroa da vitória, de esforçar e trabalhar para conquista-la!
A vida de Cristo foi pautada de muita e contínua
abnegação, sofrimento e sacrifício. Se nós declaramos ser seguidor do Mestre, devemos
ter em mente que haveremos de enfrentar os mesmos obstáculos que Ele vivenciou
e venceu!
Se o mundo encontra-se obscurecido pelo pecado,
saibamos que uma nuvem ainda mais densa e enegrecida haverá de escurecer ainda
mais esse planeta. Somente poderá caminhar com segurança, em meio a essa
negritude, quem vê com o olhar advindo do Alto Céu, Cristo Jesus!
A fidelidade de Cristo até a morte e Sua
subsequente ressurreição é a base da certeza dos cristãos, e prova que a
perseguição que, por certo, haveremos de sofrer, não é vã. O Jesus ressurreto
nos encoraja, em meio ao sofrimento, a demonstrar a nossa fé!
É interessante a revelação que Jesus faz de Si
mesmo, como Alguém que esteve morto e reviveu, quando se identifica para a
igreja de Esmirna.
Essa declaração me faz refletir, vindo a
possibilidade de também significar que, apesar dessa pronunciação ter se
cumprido, desde os ano 100 até aos 313, ou seja, ter padecido na historia,
ainda assim, irá ressuscitar as adversidades, nesses dias atuais, por isso
devemos nos preparar e extrair força das chagas de Jesus!
Além de que, reflete com propriedade o que os
cristãos foram e, principalmente deverá ser, nos dias atuais, quando em meio
aos dissabores da vida, deve exalar uma fragrância agradável para Cristo Jesus!
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