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domingo, 27 de maio de 2012

Janela do Tempo - A Taberna


A TABERNA - Educador Glauco César                                          

          - Liberdaaaade! Liberdaaade! - Grita efusiva e deslumbradamente Tonico, o filho de Marocas, ao ver seu pai empinar uma caixa voadora. – Eu também quero voar, deixe-me papai, voar!
         - Tonico era um desses pirralhos com seu jeito descontraído, desinibido e alegre que cativava a todos, por isso mesmo uma tuia de moleque estava numa gritalhada só, influenciada pelas peraltices do Tonico.
          Seu Bento, homem modesto, lábios grossos, cabelos ulótricos, olha para o menor e fica um pouco penseroso.
          Chama o pirralho para junto de si e, ensina-o a enviar mensagens para a caixa. Ele pegou um pedaço de papel escreveu uma besteira qualquer, em seguida deu um rasgão até a metade do papel, prendendo na linha. O vento fez o papel deslizar subindo pelo cordel até alcançar o objeto voador.
          Após essa demonstração, o pai do menino saracoteou a cabeça, analisa alguma coisa que só ele sabia o que era, e mais uma vez fica pensativo.
        Então, resolve enrolar a linha de algodão, que prende a caixa voadora a uma manivela de madeira, que o mesmo confeccionou no momento em que fez também a arraia, uma espécie de papagaio em forma de caixa, para presentear seu filho primogênito que, aliás, era o único que possuía.
          Por um momento se arrependeu de haver dado o presente, seu Bento, achou que a idéia não foi das melhores, pois não entendera o pedido do filho, que, simplesmente queria fazer o objeto ganhar altura e planar suavemente no espaço. 
          - Deixa, seu Bento! Deixa, seu Bento! Deixa o negrinho soltar a caixa voadora, ele só está querendo molequear! Brada desesperado um dos meninos.
         - Ta bem!
         - Exclama o bondoso pai!
        - Desde que ele tome os devidos cuidados. Isto inclui nunca soltar papagaios em local que tenha fios de alta tensão, pois, poderá provocar acidentes irreparáveis...
        - Depois de algum momento em silêncio, como se estivesse rebuscando alguma coisa nos apontamentos da mente, o nobre e amoroso pai, conclui seu pensamento: - Como o que aconteceu com um grande cientista norte-americano, Benjamim Franklin.
          Foi lá pelos idos de 1752, o mesmo, para provar que os raios das tempestades e a eletricidade são a mesma coisa, montou uma cafifa de metal, num dia chuvoso, amarrou uma chave na linha de algodão, que prendia à pipa.
        Convicto que os trovões eram um fenômeno de natureza elétrica, ele, para sua segurança, amarrou a pandorga numa árvore.
        Com as descargas elétricas dos relâmpagos, ele percebeu que a chave soltava faíscas.
        Assim, ele identificou as cargas positivas e negativas e, como resultado desse experimento, ele inventou o para-raio.
           - Salta Caminho, que estava palitando os dentes com um espinho de mandacaru, com aquele seu jeitão desengonçado, observando todo esse acontecimento, sem querer ser indiscreto, mas sendo bastante bisbilhoteiro, retruca: - Nada haver! Nadica de nada com ‘empinar papagaio’! (papagaio é o mesmo que pipa, arraia, cafifa, pandorga, raia, tapioca, etc.)
          - A molecada fez uma algazarra ensurdecedora, com gritos, urras e assovios, que se misturavam com o sibilo do vento que soprava ferozmente...
          Seu Bento, um pouco contrariado com a interferência de Salta Caminho, franze a testa, anda de um lado para o outro, dá um sonoro pigarro, ainda com as feições enrugadas, tempera sua voz, e conclui pausadamente...
          - É que após a experiência de Benjamim, outro cientista, por nome Georg Richmann, tentou reproduzir aquela prática, e foi morto por um raio, ao levantar uma vara com um arame amarrado na ponta...
          Eu não gostaria que algo semelhante acontecesse aqui!
         - Salta Caminho, de repente ficou cabisbaixo, de uma maneira que eu nunca dantes tinha visto!
         Houve um lânguido silêncio no relvado! Como o dia estava nublado e com prenúncio de chuva, pouco a pouco seu Bento foi recolhendo a linha na manivela, e a caixa voadora foi mansamente pousando triunfalmente na relva macia, que agora ganhava os primeiros pingos da neblina, um chuvisco gostoso que molha tanto quanto qualquer chuva.
      Eu, por minha vez, saí conversando com Salta Caminho que ainda estava meio encabulado e um pouco desconsertado!
          Quando chegamos à casa de Salta Caminho, já estávamos quase encharcados!
Percebemos que havia uma pequena barafunda com crianças gritando e correndo de um lado para o outro!
        O vozerio se confundia na nossa mente e não conseguíamos entender com clareza o que estava acontecendo!
         No momento em que entramos vimos Dona Alfava, mãe de Salta Caminho, juntamente com seu marido Guabeirinha, tentando colocar ordem naquela baderna toda, produzida por apenas três pirralhos!
         A zoada era tanta que Salta Caminho perdeu as estribeiras e, já quase desnorteado, ralhou impiedosamente com a gurizada! – Eita-pau!  Podem acabar com essa balbúrdia?
        - Era um corre-corre, pega-pega, empurra empurra tão danado, que os peraltinhas em suas travessuras, ou melhor, traquinagens, sequer se apercebiam do incômodo que faziam!     
         Eu já não entendia mais nada, para não ficar ainda mais acafobado procurei saber o que tinha gerado tamanha confusão, a ponto das crianças estarem correndo sem controle, uma ao encalço da outra!
          Dona Alfava começou a relatar como tudo aconteceu, desde o princípio!
         - Pois bem, logo no aurorescer do dia, Salta Caminho saiu com seu Bento e Tonico para empinar uma raia em forma de caixa.
          Antanho, resolvi fazer uma tratantada na casa, prela ficar bem arrumadinha!
        Sem detença peguei minha bassoira de piaçaba e o espanador, comecei logo a barrer o solo e o assoalho, ao tempo que ia espanejando a mobília!
        Neste comenos, aparece dona Graziela e pede para deixar seus três pirralhos aqui, enquanto iria fazer a feira. No que concordei!
        De início os moleques ficaram um pouco melindrosos, como se estivessem com afetação de doença!
       Mais não demorou nada não, eles, embaraçados, foram aprochegando-se, abeirando-se, chegaram num canto da sala e, logo se acomodaram e se alojaram!
           Momento em que Guilda, a mais velha das crianças, teve uma idéia e disse: - Aqui é minha taberna, vendo de tudo, farinha, feijão, pirulito, tapioca, beiju, bolo de goma e, muito mais!
         - Bituca a menorzinha, ficou como ajudante de sua irmã na bodega! Coube ao irmão Dindinho fazer o papel do freguês!
        Pelo visto, ele, na verdade, queria ser, preferentemente, o dono da venda, e não o comprador!
          De mais a mais, aceitou seu encargo e, acho que se saiu bem, até demais!
         Ele, então, andando com trejeito, de uma forma amalandrada, portando em sua mão dinheiro imaginário, chega à bancada ilusória da suposta taberna, maneia a cabeça de cima para baixo como se estivesse procurando alguma coisa que comprar...
         E, de dedo em riste, aponta para um canto no vazio, escolhe um local, capricho da imaginação, pede um pirulito, que no seu ilusionismo divisava!
         Então brada, com pose de comprador exigente! – Eu quero aquele pirulito, aquele que ta bem encarnadinho!
          - Nesse momento ele desfilava com certo ar de deboche! Fato, que imediatamente, gerou uma ciumeira em sua irmã Guilda, que sem detença, respondeu com desprezo e de forma arrogante! – Pois, saiba que pra você, ele custa um real e vinte e sete centavos!
         - Ela disse isso imaginando que o indesejado comprador, desistisse de adquirir o bom-bocado.
           No entanto, ele não se intimidou com a resposta descabida da dona do boteco, que, na verdade, era sua irmã!
       Enquanto isso, no outro lado do suposto balcão, Bituca, como que bestificada, arregalava cada vez mais seus olhos, que aboticados cintilavam, refletindo o azul de seu olhar!
       No entanto, ela não via a mercadoria, nem muito menos o imaginário dinheiro! Contudo, Bituca, se saiu muito bem, agindo como se tudo estivesse ali em suas mãos! 
         De presto, o cliente, manifestando intencional ironia, por meio de risos e gestos, procura levar ao ridículo a vendedora/proprietária, e, com desdém retruca: - Que seja! Aqui está o dinheiro, pois saiba que mufunfa só serve pra gastar e passar troco! E, vá logo passando o meu, pois, pra mim, tutu não é problema, é solução!
           - À vista disso, Guilda entendendo que estava servindo de chacota, imediatamente manda que Bituca entregue ao cliente a cobiçada guloseima.
          Enquanto isso, ela mesma, procura dá o troco, bem contadinho, entrega na mão do cliente e diz: - Ta aqui sua merreca, seu miserável, pois, saiba que, por causa de sua mangação, você não compra mais nessa genringonça!
           - Dindinho, agindo como um patife, procura menosprezar, ainda mais, Guilda. Pega o hipotético troco e, guarda no bolso.
           Querendo levar sua irmã ao ridículo e ao mesmo tempo expor ao desdém, faz mais uma caçoada. Tira cuidadosamente o papel do fictício pirulito, deixa-o cair no chão, que eu mesma (Alfava), acabara de limpar.
           E, de forma magistral, começa a lamber o ilusório bom-bom, fazendo zombaria: - Eita, como ta gostoso! Só tinha esse e não dou pra ninguém!
           - Esse seu ato, fez com que Guilda e Bituca, babassem de desejo e inveja.
           Entrementes, Guilda agiu de prestes, em seu devaneio, foi até sua taberna, fez de conta que abriu uma gaveta, onde guardava o dinheiro, pega o valor do pirulito e, procura devolver para Dindinho, para que, em troca, ela ficasse com a saborosa guloseima, e assim, pudesse deixá-lo com água na boca!
       Contudo, seu irmão, muito tratante e covarde, não aceita a proposta e, com chacoteação, fere muito mais, os sentimentos de Guilda e Bituca! Começando assim toda essa bandalheira!
            Já fizemos de tudo, e não conseguimos apaziguar essa irreverente gurizada!
           - Sem mais nem menos, surge Salta Caminho em meio do nada e, como se tivesse contaminado por aquela visagem, vai ao encalço de Guilda e rouba-lhe a fictícia grana, em seguida, sem pestanejar, de súbito suas mãos, de forma firme, se apoderam do cobiçado pirulito!
            Repentinamente faz-se um mórbido silêncio!
           É que, não tendo mais o objeto de disputa, a gurizada se acalma, sentam no batente da porta e, aguardam pacientemente pela sua mãe!       

      













sábado, 19 de maio de 2012

IDE - Um Sustentáculo da missão


UM SUSTENTÁCULO DA MISSÃO - Educador Glauco César

O que observamos, hoje em dia, com uma persistência assoberbada, chegando, até mesmo, ao patamar da arrogância, é o fato de dar-se mais valor à denominação em detrimento à pessoa de Cristo!
Percebemos, também, constantemente, certo exagero, ao se colocar em demasia, valor além da conta, ao expositor do enunciado, ao invés de enaltecer à própria mensagem!
É comum se ouvir dizer que determinado orador, ou mesmo ‘profeta’ de certa igreja foi, ou é, uma ‘coluna da missão’.
Quantas vezes, não ouvi renomados pregadores, ao se referir a Pedro, como uma ‘pedra de sustentação’.
Essas posturas, até um tanto filosóficas, fez-me refletir sobre o assunto que versa sobre ‘uma coluna da missão’!
Então, surge em minha mente uma inquietação! Será mesmo, que as denominações e seus organizadores têm sido uma coluna da missão, a ponto de aceitarmos de presto, tudo que eles informam? Ou será que necessitamos ter um pouco mais de cautela?
Comecei então analisando o óbvio, procurando averiguar o que vem a ser uma coluna!
A rigor, uma coluna seria uma ‘pedra de sustentação’. Se levarmos para o lado espiritual, a nossa pedra (petra – uma pedra grande e inamovível) é Jesus Cristo!
Baseado nessa premissa, facilmente nós chegaríamos à simples conclusão de que a igreja (instituição) e seus ministros, no máximo, seria uma pedra (petrus – que presta auxílio mútuo) auxiliar, nunca a pedra de esquina!
Por mais fidedigna que seja a instituição, ela nunca poderá sobrepor seu instituidor, no caso, a pessoa de Cristo! O mesmo acontece em relação aos seus ministros.
Contudo, o que presenciamos constantemente em relação a essas instituições e seus ministros? Notadamente eles se colocam como verdadeiros ornatos!
A rigor eles não passam de enfeites e atavios que não acrescentam nada para a nossa vida espiritual, no que se refere à eternidade, pois, só Jesus é quem detém a chave da vida eterna!
Uma vez compreendido esse pormenor, poderemos, então, partir para o passo seguinte, saber qual a missão proposta para a instituição, ministros e em especial, todo membro!
Quando Cristo, o Filho de Deus, esteve aqui na Terra, por cerca de trinta anos, na região da Palestina, Ele comissionou, a todos, que dEle tomaram conhecimento, a incumbência de divulgá-Lo, para que dEle confirmasse a certeza da salvação que o habilita para a eternidade!
Esta tem sido a missão de cada ser humano, o ato de conduzir outras pessoas para o encontro com o Salvador!
Alguns estudiosos do assunto asseveram que antes do sacrifício de Cristo, a humanidade deveria ir até Israel para entrar em contato com as mensagens que os conduziria ao caminho de retorno a Deus! Portanto a ênfase era: Vinde para Israel!
Esses mesmos apreciadores afirmam que Cristo mudou o vinde para o ide! Sendo assim, o realce passou a ser: ide e pregai a todas as nações!
No entanto, alguma coisa estranha a mim deixa penseroso, se Deus não muda (Malaquias 3: 6), como Ele pode ter trocado o Vinde para o Ide?
Sendo assim, ou Deus mudou, ou esse conceito está equivocado!
Como eu creio plenamente na Revelação Divina, e tenho convicção de que Jesus é na realidade o Senhor, permanecendo o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13: 8), só mim resta uma alternativa, acreditar que a concepção da mudança do vinde para o ide, está enganada!
   Todavia, para não discordar desse entendimento nem muito menos da Revelação Divina, podemos facilmente chegar a um denominador comum, para tanto, basta tão somente adicionar versos complementares, que dão total harmonia a essa premissa!
Usemos então, de exatidão e clareza racional!
Quando Jesus comissionou toda pessoa para pregar a todos os povos, esses anunciantes deveriam propagar o evangelho, ou seja, as boas novas de grande alegria!
Na verdade, o evangelho ou boas novas de grande alegria, é uma referência à pessoa de Jesus Cristo! Ele é o evangelho, as boas novas, o dom gratuito de Deus, o Salvador, o Rei de Israel!
Como Deus não muda, percebemos com precisão que o ide é exatamente o vinde para Israel! Cristo mesmo se encarregou de esclarecer essa premissa, fazendo um silogismo, dando base à conclusão desse raciocínio! “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei!” Mateus 11: 28
Observe que o Ide, nesse princípio, conforme Jesus, é na verdade uma extensão do Vinde, sendo um argumento apodíctico ou irrefutável, aquele cujas proposições são verdadeiras, sendo, portanto, um silogismo demonstrativo!
Como vimos, o ide é o ato de dirigir-se ao encontro de Jesus Cristo, Ele mesmo diz vinde a Mim! Isto só nos alegra, pois, podemos confirmar que Deus não muda, Ele é o mesmo, ontem, hoje e eternamente!
No início dessas ponderações me referi a Pedro, como suposta coluna, pessoa para a qual deveria nos dirigir para reger nossa caminhada em busca da eternidade!
No entanto se buscarmos a Pedro, de certa forma estaremos abandonando Cristo, este, por sua vez, nos dirá: “Quereis vós também retirar-vos?” Simão Pedro, com certeza responderia: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus.” João 6: 67 – 69
Esta, verdadeiramente, é nossa missão, introduzir no intelecto de todo humano, o evangelho do reino, ou seja, Jesus Cristo, como o único capaz de por fim à malsinação do pecado e à própria maldade, estabelecendo em seu lugar a vida em abundância, a tão ansiada eternidade!
Este é o grande desejo de todo aquele que, um dia, se deparou, com Jesus! Desde então sua aspiração passou a ser única: “Este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” Mateus 24: 14.
Perceba como algumas pessoas, após a ascensão de Cristo, compreenderam cabalmente que as obras realizadas por Pedro e João, denunciavam, não um poder intrínseco a eles próprios, mas provenientes de Cristo! “Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se, e reconheceram que haviam eles estado com Jesus.” Atos 4: 13.
Não resta dúvida que estes dois discípulos, de certa forma, são referenciais para o nosso jornadear rumo à imortalidade! Contudo, só Jesus, por ter doado Sua vida, poderá perenizar a eternidade em nós!
Por isso, precisamos ser precavidos, para não enaltecer demais a instituição, nem muito menos qualquer que seja o mensageiro! Engrandeçamos tão somente, Jesus Cristo, o Filho de Deus!
Você poderá estar pensando nesse momento que esteja isento de tudo isto que escrevi, pois, a instituição a qual você serve, não coloca Pedro, nem outro apóstolo qualquer, como o pontífice máximo entre Deus e a humanidade! Por isso mesmo, nada disso lhe atinge!
Não obstante, toda instituição, tem um fundador, que tem sido reverenciado, por alguns, de forma descabida! Não seria esse o nosso caso?
Certa feita, Pedro disse para Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” Mateus 16: 16, em resposta, Cristo então asseverou: “Pois também Eu te digo que tu és Pedro (Petrus) e sobre esta pedra (petra) edificarei a Minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16: 17.
Baseados numa análise superficial, alguns chegam a acreditar que a igreja de Cristo foi edificada sobre Pedro. Pois Jesus houvera dito, sobre esta pedra, referindo-se a Pedro?!
Exatamente aí reside à base da crença daqueles que dão demasiado valor aos personagens humanos, por achar que eles são o fundamento da igreja de Cristo!
Analisando com mais critério, podemos perceber a falácia desse entendimento! A compreensão correta deste texto está justamente no emprego do pronome demonstrativo!
Antes mesmo de dar continuidade a esta pequena análise, relembremos o uso dos pronomes demonstrativos esta, essa e aquela!
Usamos o pronome demonstrativo ESTA (1ª pessoa) – Quando o objeto está perto da pessoa que fala. ESSA (2ª pessoa) – Quando o objeto está afastado da pessoa que fala e está perto da pessoa com quem se fala. AQUELA (3ª pessoa) – Quando o objeto está afastado de ambas as pessoas. De quem fala, e também de quem se fala.
Agora, estamos habilitados a interpretar com acerto absoluto, o verso em pauta! Veja como é fácil, Jesus é quem está falando, portanto, Ele é a 1ª pessoa, que está falando com Pedro, que é a 2ª pessoa!
Cristo asseverou: Pedro tu és (2ª pessoa) pedra, e sobre esta pedra (1ª pessoa), no caso era Jesus quem falava, por isso, Ele estava confirmando que Sua igreja estava edificada nele próprio, a pedra fundamental, rejeitada pelos edificadores!
Por mais que o nosso entendimento seja profundo, em relação a Deus, ainda assim, é nada, quando comparado à pessoa de Cristo.
Pois, só entendemos as coisas que são dos homens, por isso, nos tornamos pedra de escândalo! Foi, exatamente, o que aconteceu com Pedro! “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” Mateus 16: 23.
Por isso, precisamos nos dessedentar em Cristo, essa pedra, que é a água da vida! “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.” I Coríntios 10: 4.
Agora não existem dúvidas, Cristo e somente Ele é a pedra fundamental, na qual está estabelecida Sua igreja! “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.” Efésios 2: 20 e 21.
Por isso, não precisamos, jamais, ser confundidos, pois, estamos estabelecidos em Cristo, esta preciosa pedra angular! “Eis que ponho em Sião a pedra principal de esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.” I Pedro 2: 6.
Não há mais dúvidas, a igreja de Deus, nunca foi construída sobre um ser humano pecador! Seja um apóstolo, discípulo, profeta, missionário ou outro qualquer evangelista!
Portanto, a pergunta que nos cabe nesse momento é a seguinte: Sobre quem temos feito pedra fundamental de nossa igreja?
Certamente, temos colocado quase sempre, nossas expectativas no entendimento de profetas modernos! Nada contra eles, contudo, esse dom de entendimento, não é específico a uma única pessoa!
Tenha certeza que Deus quer te usar, para que você próprio tenha a palavra final em tuas decisões, pois, você ouvirá do próprio Cristo, através do Espírito Santo, qual seja a vontade do Grande Eu Sou! “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão... Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” Atos 2: 17, 18 e 39.
Você, caro leitor, poderá estar se perguntando, finalmente, a quem o Senhor tem chamado?
Pode ter certeza que Ele tem chamado a todos, no entanto, são poucos os que têm atendido a essa convocação!
Entretanto, Ele tem se revelado a tantos quantos o buscarem. Essa tem sido a bondade de Deus! Essa é a nossa certeza: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre.” Mateus 6: 7 e 8.
Após todo esse entendimento, tenho certeza, que ainda assim, muitos dos que compreenderam esta mensagem, continuarão à procura de pessoas, com suposta capacidade de cura, para afastar as mazelas, que o pecado tem colocado no humano!
Algo como acontecia com Pedro, que as pessoas colocavam seus enfermos para que a sombra do apóstolo os cobrisse e os curasse! (Mateus 5: 15 e 16)
O grande perigo, é que essas pessoas passam a adorar o humano ao invés de adorarem ao Deus Criador! “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.” Atos 10: 25 e 26
A única sombra que nos dá total descanso e entendimento é a do Onipotente, sob esta, devemos estar sempre descansando!
Foi a sombra da Divindade que fez total diferença na vida de Maria, mãe de Jesus! “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra.” Luas 1: 35.
Em qual sombra você tem confiado e até mesmo adorado?
A sombra humana, ou a da Divindade? Esta escolha será decisiva para a vida de todos que tiveram o encontro pessoal com Jesus!
Que Deus nos abençoe!  

terça-feira, 15 de maio de 2012

Janela Poética - SOLIDÃO


SOLIDÃO - Glauco César

Minha vida sem você
é uma imensidão de trevas,
uma cadeira vazia,
um jardim sem flores,
um dia sem sol,
sem luz,
com muita chuva
e, muito frio.
Uma noite escura
sem estrelas,
sem lua,
sem luz,
sem candeeiro,
lanterna,
vela,
nem mesmo
um fósforo.
E até sem duas pedras
que ao atritarmos
provoca faísca de fogo.

Sabe? !
Mas a minha lembrança
me transporta até você.
E isto é como um vaga-lume,
que clareia a noite escura.
Contudo, só me alegro
com a sua presença
que faz com que atrite
meu coração por você.
E a mim devolve
o fósforo,
a vela,
a lanterna,
o candeeiro,
a luz,
a lua,
as estrelas.
E transforma a noite escura
em dia.
Dia alegre,
sem frio,
sem chuva,
com luz,
com sol
e flores no jardim.
Então a minha vida,
é como uma cadeira
ocupada por você.
E me transformo
numa imensidão
de claridade
e vivo radiante
com, por
e para você.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Janela Filosófica - O SANTO OFÍCIO E A FÉ CATÓLICA


O SANTO OFÍCIO E A FÉ CATÓLICA - Educador Glauco César

A Inquisição, ou, como é mais comumente conhecida, ‘A Santa Inquisição’ ou ‘Santo Ofício’, era, na verdade, um mecanismo utilizado pelos dominadores para punir supostos crimes contra a fé católica, a quem, os soberanos, eram devedores de agradecimento ao Sistema Papal, que obtivera tantas vitórias, por se rotular de Sagrada.
Não seria, a Santa Inquisição, um embuste, ou no mínimo, o encobrimento em nome de Deus, para justificar assassinatos bárbaros contra homens, mulheres, jovens e crianças indefesas, cujo único crime era ter um pensamento distante do pensar da Igreja Católica e defender tal compreensão com firmeza racional?
O que sabemos e lamentamos, é que a Inquisição foi tão devastadora na Europa Medieval, que lavou o continente com o sangue quente de inocentes criaturas, pelas gélidas mãos dos algozes, e os corpos fumegantes, eram tantos, que iluminavam a Idade Escura.
Triste é sabermos, que poucos sabem, que até no Brasil, a Inquisição foi uma assolação vandálica, e que ainda hoje ela permanece em ação, pelo mesmo motivo, cumprir a suposta vontade de Deus, dizimando homens, obra coroadora de Deus, sem ao menos haver um outro poder que se anteponha a esta máquina mortífera dos demônios, fantasiada de Deus.