CAPÍTULO XII
A MULHER E O DRAGÃO!
Educador
Glauco César
NOTA DO ARTICULISTA - Veicule nesse blog,
seu artigo sobre esse mesmo assunto, remetendo seu texto para o
e-mail janelaprofetica@hotmail.com
Uma vez que, uma determinada opinião é postada, e outra sobre o
mesmo tema versado também é veiculado, abre a oportunidade aos leitores de
entrar em contato com vários entendimentos e, assim, concordar ou discordar dos
mesmos, enriquecendo, desta maneira, seu cabedal de conhecimento.
Jesus Cristo, o Revelador Divino, mais
uma vez, faz uso da instrumentalidade humana que, neste caso, é uma alusão ao
discípulo amado, João!
O Vidente de Patmos, então, atestou ter
visto um maravilhoso sinal no céu, que o impressionou sobremaneira!
Em suas visões, o discípulo em seu
desterro, banido de toda vida em grupo, mas, em solidão íntima com a Divindade,
vislumbra a figura duma mulher que refletia a luz solar, no entanto, seus pés
repousavam sobre a lua.
João, pode também perceber que a bela
figura feminina estava adornada com uma coroa que continha doze estrelas.
Esta singela mulher, apesar de virgem,
todavia, estava em trabalho de parto, portanto, em pleno processo de
parturição, por isso mesmo, gemia em alta voz, ao sofrer os tormentos para dar
à luz a uma criança.
Esta visagem recebida por João, está intimamente conectada a outra que o profeta Isaías teve no passado distante. "Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e Lhe chamará Emanuel." Isaías 7: 14.
Esta visagem recebida por João, está intimamente conectada a outra que o profeta Isaías teve no passado distante. "Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e Lhe chamará Emanuel." Isaías 7: 14.
Imagino que o vidente de Patmos, imediatamente,
procura encontrar o sentido daquela visão! Para tanto, faz uso das figurações
contidas no relato, para assim, descobrir e confirmar o que Deus queria
transmitir para ele e, para toda a humanidade!
Com o mesmo sentimento que João nutria
naquele instante, eu também, em minha insignificância, procuro me esvaziar das
ideias preconcebidas e, me entrego, totalmente, às possibilidades que este
texto está a me oferecer!
Contudo, munido da capacidade
interpretativa e, assessorado pelo relato bíblico, procuro encontrar
justificativas plausíveis e racionais que venham direcionar o entendimento da
Palavra de Deus.
Munido desta prévia possibilidade,
agora, estamos aptos para conhecer os versos que, minunciosamente, serão
analisados!
"Viu-se grande sinal no céu, a
saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze
estrelas na cabeça, que se achando grávida, grita com as dores de parto,
sofrendo tormentos para dar à luz.
Viu-se, também, outro sinal no céu, e
eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças,
sete diademas.
A sua cauda arrastava a terça parte das
estrelas do céu, a qual lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da
mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.
Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que
há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado
para Deus até ao Seu trono.
A mulher, porém, fugiu para o deserto,
onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil
duzentos e sessenta dias." Apocalipse 12: 1 a 6.
QUE MENSAGENS ESTÃO
EMBUTIDAS NESTE PEQUENO RELATO, BEM COMO, EM TODO O CAPÍTULO DOZE?
Na minha diminuta compreensão, pretendo
descodificar o capítulo doze, dividindo-o em três partes que, a meu ver, podem
ser consecutivas e cronológicas.
O primeiro conteúdo se refere a
uma relação conflituosa entre uma mulher e um dragão. Num segundo contexto, o
relato descreve uma peleja, que teve por palco o próprio Céu. Já a terceira
porção do capítulo, conta-nos sobre a perseguição que o enigmático dragão faz à
mulher.
Entendendo que esses três fatos estão
em ordem cronológica, chega-se à conclusão que tais acontecimentos delimitam a
história do cristianismo em três pontos distintos; iniciando, um pouco antes do
nascimento de Cristo, que era Emanuel, Deus conosco, onde esse primeiro período
conclui-se no tempo da Idade Média, mais precisamente durante os mil duzentos e
sessenta dias em que, aquela parcela do povo de Deus que procurava cumprir os
propósitos Divinos, esteve reclusa no deserto.
Nunca se deve esquecer que em profecia
um dia profético é equivalente há um ano literal! "Segundo o
número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia
representando um ano." Números 14: 34 pp. "Quarenta
dias te dei, cada dia por um ano." Ezequiel 4: 7
pp. (grifo nosso).
Pasmem meus amigos leitores; se de
fato, esse relato é sucessivo e cronológico, a batalha no céu, que envolveu
Miguel e Seus anjos contra o Dragão com os anjos dele, ocorreu, exatamente,
após a Idade Média, tempo em que Satanás com os seus anjos, foi expulso do Paço
Celestial, não podendo mais retornar para aquele ambiente celeste.
O amigo leitor deve ficar atento para
um importante fato, ao Inimigo ser lançado para a Terra e não ter mais a
oportunidade de retornar à sua antiga habitação, ele procura intensificar a
perseguição contra o povo de Deus que insistia em permanecer fiel aos reclamos
Divinos.
Mas o relato confirma que aquela ação
descabida do Opositor, só foi intensificada após o nascimento de Jesus Cristo.
Portanto, no início do Cristianismo, todavia, até o início do período Medieval,
o Dragão e seus anjos tinham entrada franqueada no Paço Celestial, pois, ainda
não tinha sido expulso do Céu!
No entanto, toda ação maléfica do
Inimigo foi absorvida por uma grande parte dos habitantes da Terra, que
socorreu os fiéis, se associando a Cristo, guardando os Mandamentos de Deus ao
desempenhar a comissão proposta por Jesus de anunciar o Evangelho do Pai,
refletindo o testemunho do Filho de Deus.
Esse entendimento do décimo segundo
capítulo do livro da Revelação, precisa ser mais bem analisado, pois, se essa
visão interpretativa for correta, colocam em maus lençóis, outras compreensões,
por muito tempo, acariciadas, pelos cristãos!
Amigo perscrutador da Palavra de Deus,
a primeira figura apresentada pelo relato apocalíptico no décimo segundo
capítulo, descreve uma mulher que, pode ser compreendida por dois ângulos
interpretativos distintos, todavia, não discordantes!
Na primeira instância, essa mulher, representa
Maria, esposa de José, mãe de Jesus. Perceba como o Evangelho a descreve e,
como se encaixa perfeitamente com o Relato Bíblico. "Porque
zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos
apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo." II
Coríntios 11: 2 (grifo nosso).
Não resta a menor dúvida que neste
ponto da visão, a mulher virgem que estava em estado de parturição, é
mesmo uma alusão a Maria, mãe de Jesus. Todos conhecem, detalhadamente, essa
história!
Pois bem, o relato bíblico enfatiza que
Maria, mãe de Jesus, estava vestida do Sol da Justiça, que é uma nítida alusão
à pessoa de Jesus Cristo. "Mas para vós outros que temeis o meu
nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e
saltareis como bezerros soltos da estrebaria." Malaquias 4:
2.
No entanto, como bem sabemos, Maria não
estava vestida de Jesus, pelo contrário, ela abrigava e aquecia em suas
entranhas, o Filho de Deus.
Contudo, o escritor bíblico se utiliza
de uma figura de pensamento, unindo uma obscuridade com
uma ironia, formando uma antítese, para demonstrar que
o ser que estava abrigado em seu útero, resplandecia em sua vida!
Por conseguinte, apesar de que, Maria
resplandecesse a Jesus Cristo, no entanto, em seu jornadear diário, ou seja, no
transcurso da história eclesiástica, a mulher passa a ser uma figuração do povo
que procurava refletir o caráter e vontade de Cristo, este é o segundo ângulo interpretativo da simbólica mulher, daí, naquela visão, ela é
retratada com os pés sobre a lua.
Nesse entendimento, a figura da lua,
conduz à seguinte percepção; esse belíssimo satélite natural da terra
que, não tem luz própria, reflete a luz do astro rei, que remete ao Sol
da Justiça, Cristo Jesus!
No meu singelo entendimento, concluo
que a coroa de doze estrelas que estava colocada sobre a cabeça da mulher,
representa o ornato circular que não tem início nem fim, que demonstra a
dignidade real, onde, nesse caso especifico, as doze estrelas representam os
doze apóstolos de Cristo, demonstrando que essa mulher, além de, inicialmente,
representar Maria mãe de Jesus, é figura, também, da igreja cristã, no decorrer
das eras futuras, esse emblema permanecerá até o retorno de Cristo!
O que acontece no decorrer da revelação
bíblica, nem carece de profundidade de conhecimento profético, de tão nítida
que é a Revelação no que concerne à Maria.
Nesse ponto da profecia, Maria e o
infante Jesus, em aflição, é perseguida. O cumprimento dessa declaração se bifurca,
inicialmente, como bem sabemos, através de Maria e da Criança, e no decorrer da
história do cristianismo, se cumpre na perseguição direta aos cristãos. Não mais a Maria nem ao infante Jesus, contudo, a todo fiel cristão! "Ora,
todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão
perseguidos." II Timóteo 3: 12.
O OUTRO SINAL, O
GRANDE DRAGÃO VERMELHO
Enquanto o vidente estava
intrinsecamente analisando aqueles fatos, eis que ele é surpreendido pela
continuação da visão. João fica extasiado ao perceber outro sinal no céu, um
grande dragão, de cor rubra afogueada.
O que mais chamou a atenção do profeta
era a quantidade de cabeças, para ser mais exato, totalizavam em sete, cada uma
delas adornadas com um diadema, contudo, as cabeças tinham dez cornos.
Ainda um tanto pasmado ante aquela cena
dantesca, João fica mais atônito, pois, percebe que a cauda daquele Dragão, num
movimento brusco, arrasta a terça parte das estrelas celestiais,
precipitando-as junto a si, para a terra, se detendo furiosamente em frente da
mulher que, estava prestes a parir. O Dragão ficou a espreita ansiando devorar
o infante, quando nascesse.
Nesse estágio da narrativa, fica
bastante delineado que, naquele momento, o Dragão não fora, ainda, afugentado,
ou mesmo empurrado, nem sequer expulso, mas, de vontade própria ele se lança à
terra, conduzindo seu exército de estrelas que, obviamente, se aliaram a ele.
Contudo, o Dragão e seus anjos podiam
transitar, livremente, do Céu à Terra e desta ao Céu!
Alguns comentaristas eclesiásticos
querem repassar, porque assim creem, que esse Dragão é uma incontestável alusão
à Igreja Dominante.
Não obstante, o relato bíblico discorda
totalmente de tal entendimento, pois, o verso nove, desmente,
redondamente, tal opinião. Por isso mesmo, procuro ficar com o entendimento das
Escrituras. "O grande dragão, a antiga serpente, que se chama
Diabo e Satanás." Apocalipse 12: 9.
Todavia, tal ser espiritual, sempre age
assessorado por criaturas e instituições humanas.
Quando Satanás, por vontade própria,
arrastou a terça parte dos seres celestiais, com o intuito de
destruir o Filho de Deus que iria nascer, ele, então, se associa ao Grande rei
da Judeia, que fora grandemente prestigiado pelo Império Romano.
É interessante perceber que o Dragão
foi descrito pelo escritor como sendo vermelho, simbolizando sua capacidade de
perseguir e destruir. Naquele instante, era seu propósito destruir o Filho do
Altíssimo!
Herodes, em sua incredulidade imaginava
que o Divino menino ocuparia o seu trono. "Vendo-se iludido
pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos
de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o
tempo do qual com precisão se informara dos magos." Mateus 2:
16.
Tal fato, não transformou Herodes nem o
Império Romano no Dragão, mas, simplesmente, o Inimigo, o antigo anjo de luz,
os utilizou como instrumentalidades em suas mãos!
Imagino que transitou na mente do
profeta um misto de curiosidade e interesse em querer decifrar, da maneira mais
racional, aquelas sete cabeças do Dragão, o que, de fato, elas representavam?
As sete cabeças é uma referência da
instituição que, naquela oportunidade, prestou serviço, diretamente ao Inimigo!
Conforme alguns historiadores essas
sete cabeças representam os sete montes sobre que se acha
edificada a cidade de Roma.
Contudo, outros analistas proféticos,
identificam tais cabeças como sendo as sete formas de governo por que Roma
passou.
Todavia, há quem admite que as cabeças
identificam as sete grandes monarquias que oprimiram, no passado, o povo de
Deus, quais sejam: Egito, Assíria, Caldeia, Pérsia, Grécia, Roma pagã e Roma
papal.
As sete cabeças do Dragão estavam
coroadas, demonstrando que, indubitavelmente, o Inimigo fez parceria com o
poder soberano do Império Romano, percebe-se que além da coroa havia em cada
cabeça um diadema, com o intuito de simbolizar a coroa de louro ou da vitória
que o Falsário estava disposto a conquistar.
Que detalhe importante são os dez
cornos. Parece haver uma unidade de pensamento onde se conclui que, tais
chifres, são os mesmos descritos por Daniel, numa alusão ao quarto animal,
portanto, historicamente, seria a divisão do Império Romano em dez reinos, que
formaram a atual Europa.
Neste caso, mais uma vez, os dez
chifres, que são divisões do Império Romano em sua segunda fase, apenas,
determina que este Império, foi mesmo, utilizado pelo Falsário, com o intuito
de alcançar os seus objetivos maléficos.
Portanto, em todas as conclusões se
percebe a presença do Império Romano, por isso, imagino ser concludente a
informação de que, o Império Romano, naquela oportunidade, foi manuseado pelo
Inimigo para atingir os objetivos perniciosos do Dragão.
A CAUDA DO DRAGÃO
ARREGIMENTOU A TERÇA PARTE DAS ESTRELAS - O FILHO VARÃO FOI ARREBATADO
O que mais me chamou a atenção, foi o
fato de que a terça parte arregimentada pelo Dragão, não foi movida pela
racionalidade, pois, se assim fosse, o símbolo seria a cabeça.
No entanto, aquela terça parte das
estrelas ou anjos, foram convencidas, por assim dizer, pela irracionalidade, simbolizando
a cauda, onde, se percebe que cada um dos anjos caídos nutria um sentimento de
desejo impuro, com o intuito de ocupar o Trono de Deus.
Por isso, tais anjos foram arrastados
pelo desejo de afrontar o Soberano Criador.
Uma vez arregimentados, eles estavam
dispostos a devorar o Príncipe dos Príncipes, imaginando que, como infante, o
Filho de Deus estaria vulnerável a ponto de ser destruído pelas hostes
Satânicas.
Todavia, o Filho do Homem, revestido de
toda plenitude da Divindade, estava pronto para reger todas as nações,
direcionando-as, se elas aceitassem, trilhar o caminho da eternidade!
A perfeição de Seu desempenho no
propósito a que foi imbuído, foi tamanha, que o Pai O arrebatou para Si. "Ele,
que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas
as cousas pela palavra do Seu poder, depois de ter feito a purificação dos
pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-Se tornado tão
superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles." Hebreus
1: 3 e 4.
A FUGA DA MULHER PARA
O DESERTO
Com
o arrebatamento de Cristo, posteriormente, ou seja, no intervalo de 538
até 1798 de nossa era, que corresponde ao Período Medieval, a mulher, que nesse caso já não é mais símbolo de Maria, mãe de Jesus, é sim, dos seguidores de Cristo, esta mulher, nesse atual simbolismo, fugiu para
o deserto, local onde ela foi amparada, naquele período de 1260 anos a mão
poderosa de Deus esteve auxiliando a mulher em suas necessidades,
principalmente, espirituais.
Foi exato naquele período que a igreja
dominante, no caso a Romana, praticou as maiores atrocidades, dentre elas, a
proibição da leitura da Palavra de Deus.
No entanto, naquele período de
perseguição acirrada contra toda pessoa que quisesse manter um relacionamento
salvífico e vivificante com Cristo, se opondo à Igreja Dominante, era condenada
a todo tipo de maldade ou, à morte, se não renunciasse sua fé!
Mas, mesmo em meio a tamanha perseguição,
tais pessoas permaneciam irredutíveis em suas decisões de continuar adorando
somente Deus.
Por isso, foram protegidas pela mão
amorosa do Pai, que ajudou a cada pessoa sincera a perseverar na fidelidade ao
Criador! "Não temas as cousas que tens de sofrer. Eis que o
diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serem postos à
prova... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." Apocalipse
2: 10.
Amigo leitor, você está disposto a receber
a coroa da vida, sabendo que terá que enfrentar este tipo de perseguição?
Que a mão misericordiosa da Divindade continue fortificando a todos!
Que a mão misericordiosa da Divindade continue fortificando a todos!