SIMILARIDADE
ENTRE A IGREJA E O FASCISMO
Educador Glauco César
Em minhas
andanças, visitando alguns grupos religiosos, não importando de qual segmento
seja, tenho percebido que cada sacerdote, de qualquer um desses grupos, faz uso
da seguinte máxima: estou falando de Jesus Cristo, e não, de religião, pois a
religião distorce a verdade, destrói relacionamentos, distancia as pessoas, etc,
etc e etc...
Essa
exposição metódica sobre esse assunto tem um raciocínio lógico, com um
discernimento perfeito!
Contudo, arrazoado
com critério redobrado, percebo que não passam de adornos empolados e pomposos
de um discurso, onde, esses divulgadores de suas instituições, defendem-nas com
oratória de forma primorosa e bombástica, porém, vazia de conteúdo puramente
cristão.
É que
esses ministros do evangelho estão dando mais crédito ao poder de suas igrejas,
que propriamente ao Filho de Deus!
Essa
postura é facilmente percebida, quando eles se arvoram, como os únicos donos da
verdade e, também, como verdadeiros cristãos!
Neste caso,
as demais pessoas, aquelas que não fazem parte do grupo seleto dessas igrejas,
são taxadas, impiedosamente, de pecadoras distanciadas, que vivem num ‘mundo carente e perdido’, que
permanecerão, dessa forma, banidas do reino de Deus, se não se achegarem ao ‘redil do Senhor’, no caso, as igrejas
que eles defendem!
A meu
ver, essa pregação, não passa de palavreado frívolo, sem valor e ilusório, que,
infelizmente, tem enganado a muitos que, mais adiante, se sentirão frustrados e
verão que seus esforços foram totalmente inúteis.
Não quero
com isso dizer que as pessoas devam abandonar tais instituições, não!
Quero,
tão somente, alertar aos que comungam nessas organizações, que se apercebam,
enquanto é tempo, que o mais importante é seguir os amoráveis conselhos de
Cristo Jesus! Pois, Ele é tudo, e satisfaz plenamente!
Agindo
dessa forma, com certeza, cada um será conduzido à felicidade plena!
Nada,
substitui a pessoa do Filho de Deus!
Talvez,
você esteja se perguntando, por qual motivo, o articulista deixa transparecer
tanta aversão às instituições eclesiásticas?
A
resposta é simples, porque me preocupo com a minha condição na eternidade. Sei
também, da minha responsabilidade com todos, que de uma forma ou de outra,
entram em contato comigo!
Estive
analisando a incrível semelhança da igreja, quando se encontra na situação de
auto-suficiência, com o fascismo! Será mesmo que existe uma similaridade entre
essas forças, à primeira vista, tão antagônicas?
Sem medo
de errar, eu diria que sim! Senão, vejamos!
Só para
avivar a memória, passemos em revista o que vem a ser fascismo!
Por si
só, o fascismo não tem nada que venha ofender ou denegrir os adeptos desse
sistema!
A sua
filosofia chega a ser até simpática a qualquer sociedade que se preza!
Ela,
simplesmente, é uma doutrina política que reivindica para um determinado povo,
o legítimo direito de formar uma nação politicamente organizada. Qualquer
pessoa, de sã consciência, apoiará um movimento nesse molde!
Uma vez,
já existindo tal nação, o fascismo passa a ser definido como a exaltação do
sentimento nacional, sendo, portanto, uma preferência marcante e rígida por
tudo quanto é próprio da nação à qual pertence, ou seja, é um patriotismo
assoberbado, ou arrogante, a ponto de incomodar os que não pertencem a tal
nação!
Assim, o
fascismo passa a ser a doutrina baseada num sentimento que subordina toda a
política interna de um país ao desenvolvimento do poderio nacional. Nesse
estágio, o fascismo passa a tratar com rigor e desapego, qualquer cidadão que venha
se colocar contra a ira de sua doutrina.
A partir
daí, o fascismo ganha a sua maioridade, e passa a revelar o que realmente o é:
um sistema político nacionalista e imperialista, ou seja, que detém uma política
de expansão e de domínio territorial e econômico de uma nação sobre outras.
Não
podemos esquecer que o fascismo é também antiliberal, o que quer dizer que no
bojo do conjunto de suas idéias e doutrinas, jamais visa a assegurar a liberdade individual, dentro da
sociedade. Isto no campo da política, da moral, da religião, ou em qualquer
outro direito do cidadão.
Como
vimos, o fascismo é um regime contrário a democracia, que, em essência, é o
governo do povo, pelo povo e para o povo.
Historicamente,
o fascismo surgiu na Itália, liderado por Benito Mussoline, e tinha por emblema
o feixe de varas dos antigos lictores romanos. Em italiano feixe, é fascio, daí
o termo fascismo.
O lictor,
na antiga Roma, era um oficial que acompanhava os magistrados com um molho de
varas e uma machadinha para as execuções da justiça.
Nesse
simbolismo, podemos divisar qual o real caráter do fascismo: um poder que impõe
sua vontade através da vara e do martelo, que esmiúça impiedosamente qualquer
pessoa que tenha uma postura contrária às suas doutrinas.
Seja como
for, o que percebemos nessa pequena descrição sobre o fascismo, é que ele é
extremamente pernicioso para a totalidade da sociedade, e, espantosamente
nociva para qualquer indivíduo particularmente!
Trocando
a miúdo, podemos dividir a teoria do fascismo em quatro vertentes principais,
quais sejam: 1) O ESTADO É ABSOLUTO - O que quer dizer que o Estado é único e
superior. Essas duas características dão ao Estado poder ilimitado, ou seja,
ele não tem limites. Sendo assim, o Estado é a única instituição que não pode
sofrer restrições!
2) AS
PESSOAS NÃO SÃO MAIS QUE O RELATIVO – Nessa concepção, percebe-se claramente
que o foco principal desse sistema é o Estado e não o cidadão! Este, na
verdade, passa a ser propriedade do Estado, seu único valor é pertencer ao
Estado. A pessoa diz respeito tão somente ao Estado, e não, o contrário, como
seria natural! Dessa maneira a pessoa passa a não ter valor, pois, pertence ao
Estado por um mero acidente de percurso, por um imprevisto!
3) TUDO
NO ESTADO, NADA CONTRA O ESTADO, NADA FORA DO ESTADO – Esse princípio demonstra
a base e a conclusão do raciocínio do fascismo!
Todas as
coisas, perniciosas ou não, serão permitidas quando desenvolvidas através do
Estado. Em contrapartida, por mais legítima que seja uma reivindicação popular,
quando direcionada contra o Estado, automaticamente, tornar-se-á sem valia.
Se
porventura algum membro da sociedade tiver uma idéia comprovadamente boa,
jamais, poderá colocá-la em prática fora dos limites do Estado. Neste caso, ao
invés de exportar essa idéia, melhor agregar o território em foco, para o
Estado, numa demonstração vívida de sua política de expansão de domínio
territorial e econômico!
4) O
ESTADO É A VERDADEIRA REALIDADE DO INDIVÍDUO – De que trata esta última
conotação do fascismo?
Podemos
perceber claramente a aniquilação total da individualidade do cidadão!
A pessoa,
nessa condição, é totalmente impotente!
Para o
Estado, o indivíduo inexiste, a única concepção real e de interesse, é o
próprio Estado, O cidadão existe, somente para enaltecer cada vez mais o
Estado.
São estas
as conotações gerais do famigerado sistema fascista!
Como
vimos e tomamos conhecimento, muito se foi dito sobre o fascismo.
Passemos
então, de forma a mais sucinta possível, ver outro poder, que tem uma
abrangência infinitamente superior ao fascismo, e que, dificilmente, tem-se
percebido a sua consequência danosa, por se rotular de cristã! Por isso mesmo,
tem prostrado ao longo do caminho, milhares de indefesos seguidores de Cristo!
Este
sistema, fascista cristão, é comumente denominado de Igreja!
Através
da atuação dos líderes e adeptos das Igrejas, chegamos a divisar uma estranha semelhança
entre esta e o fascismo!
Percebam
que ambas têm a mesma natureza, a mesma função, o mesmo efeito, ou a mesma
aparência, diferenciando apenas que, uma tem por emblema, Cristo, e a outra o
Estado.
Sendo
assim, a Igreja se esconde por detrás da efígie da Divindade, para, desta
forma, dissimular sua nocividade!
A Igreja,
conforme seus defensores é a única instituição, verdadeiramente, absoluta!
Ela, por
ser divina, é superior e infalível! Sendo assim, é impossível ter sequer o
mínimo de falibilidade! Por isso mesmo, sua autoridade não tem limites.
Suas leis
são impecáveis, veja que estou falando das normas da instituição, e não,
propriamente, da Lei de Deus. Dessa maneira, ela consegue abrigar, sob suas
asas, os fiéis, que se sentem, desconfortavelmente
protegidos, pela Igreja!
Sendo
assim, ela age sobre todos, não podendo sofrer, por parte dos membros,
retaliações nem restrições, nem sequer ser questionada, pois, certamente, ela é
divina!
Sob este
prisma, as pessoas pertencem à igreja, são, na verdade, propriedades dela! E
como tal, não podem ter seus próprios pensamentos, nem suas próprias opiniões,
isto quer dizer que, os indivíduos não têm livre arbítrio, que por sinal é um
dos pilares inamovíveis do evangelho de Cristo.
Se, no
entanto, algum membro ousar ter um entendimento próprio, principalmente sobre
as coisas eternas, não se deve dar a devida importância, por mais que seja
lógico, pois, conforme a Igreja, essa compreensão é falha e relativa.
Só o
pensamento, a filosofia e a teologia da Igreja são verdadeiramente a expressão
da verdade! O restante, não passa de coisas de somenos importância!
Dessa
maneira, fica claro que, cada indivíduo pertencente à Igreja tem que ter a
consciência que ele é apenas uma simples referência da Igreja.
Cada
seguidor deve reconhecer que ele próprio não está fortuitamente na Igreja,
contudo, deve ter a sublime missão de perceber que a Igreja é tudo em Sua vida.
Na
verdade, a Igreja confunde os atributos de Cristo, colocando como se fora da
própria Igreja.
Cristo, o
Filho de Deus, este sim, é tudo em todos!
Todavia,
os dirigentes das Igrejas, continuam, em seus ensinamentos, colocando suas
instituições, num pedestal, fazendo ver a seus fiéis, que na medida em que eles
enaltecerem suas Igrejas eles estarão caminhando para o Céu!
Assim,
cada vez mais, eles terão a certeza que sua Igreja é a verdadeira realidade do
povo fiel de Deus!
O que nos
entristece, é que muitos desavisados cristãos, por um motivo ou outro, tem aceitado
tal argumento, sem perceber que seu jornadear rumo à Canaã Celestial está
atrelado às Igrejas, não dando conta que estas instituições, pouco ou quase
nada, refletem o caráter de Cristo!
O difícil
é esclarecer a esses debilitados cristãos que, enquanto eles defendem a
Instituição em detrimento ao caráter de Cristo, eles estão cambaleando entre a
ditadura e o totalitarismo.
Hora
impondo idéias, perseguindo os dissidentes, implantando o medo, colocando Deus
como fantoche em suas mãos, para benefício próprio, hora aniquilando o
pensamento racional diferenciado, tratando os que assim agem, como traidores,
maculando sua reputação, entre os outros componentes da mesma fé ou ideologia!
Que Deus
continue se apiedando de cada um de nós!